3684811 | A NARRATIVA DE VIDA COMO PERSPECTIVA TEÓRICO-METODOLÓGICA PARA A COMPREENSÃO DA VELHICE | Autores: Clarissa Terenzi Seixas|claseixas@gmail.com|enfermeira|doutora Em Ciências Sociais|professora Adjunta|universidade do Estado do Rio de Janeiro ; Kathleen Tereza da Cruz|keke.kathleen@gmail.com|médica|doutora Em Medicina|professora Adjunta|universidade Federal do Rio de Janeiro/ Campus Macaé ; Helvo Slomp Junior|helvosj@gmail.com|médico|doutor Em Medicina|professor Adjunto|universidade Federal do Rio de Janeiro/ Campus Macaé ; Tiago Braga do Espírito Santo|tbes81@gmail.com|enfermeiro|doutor Em Ciências|professor Adjunto|universidade do Estado do Rio de Janeiro ; Emerson Elias Merhy|emerhy@gmail.com|médico|doutor Em Saúde Coletiva|professor Titular|universidade Federal do Rio de Janeiro/ Campus Macaé |
Resumo: **Introdução: **No campo da Saúde do Idoso, é notório que boa parte das políticas, programas e ações ofertados carrega concepções preconceituosas e homogeneizantes da velhice e do envelhecer. Reforçam, dessa maneira, os estigmas em torno das pessoas idosas e desconsideram a potência de suas vozes para melhor fundamentar as ações, governamentais ou não, que lhes são destinadas. **Objetivo:** O estudo - do qual abordamos aqui a fundamentação ético-metodológica, apostou em uma construção narrativa para ampliar o olhar e dar visibilidade e dizibilidade às vozes de idosos que têm sua pluralidade, complexidade e riqueza frequentemente anulados. **Métodos: **A metodologia das narrativas de vida surge como possibilidade para a produção de deslocamentos da "vista do ponto" sobre temas consolidados e universalizados na Saúde Coletiva, como a velhice e o envelhecimento. **Resultados:** Esta abordagem metodológica possibilitou "beber direto da fonte" e penetrar o cotidiano dos oito sujeitos de pesquisa no intuito de compreender seu modo de vida, seu imaginário sobre a velhice, sua relação com o tempo, o trabalho, seu corpo, sua saúde e as formas de que dispõe para resolver seus problemas. Intentou-se mostrar, também, a aposta na liberdade de que o enfermeiro-pesquisador deve poder desfrutar quando diante de um novo problema de pesquisa, lançando mão de novos métodos que o guiem na compreensão de suas questões, sem entravar sua criatividade. Pesquisadores em consonância com o _esprit du temps _contemporâneo. **Considerações finais: **A narrativa de vida constitui um caminho metodológico para compreender "de perto" o cotidiano e os modos de vida das pessoas idosas. Sua escolha evidencia um posicionamento ético-político do enfermeiro-pesquisador no reconhecimento da potência do "conhecimento comum" frequentemente considerado inferior àquele dito "científico"
Referências: ABRAHÃO Ana et al. O pesquisador in-mundo e o processo de produção de outras formas de investigação em saúde. Lugar Comum, 2013. n.39, pp. 133-144.
BOSI Ecléa. Memória e sociedade: Lembranças de velhos. 12e éd. São Paulo : Companhia das Letras. 2004.
OROFIAMMA Roselyne. Le travail de la narration dans le récit de vie. Informations sociales [en ligne], 2008, n. 145, [réf du 15 juillet 2015], p. 68-81. Disponible sur : .
SEIXAS Clarissa. Histoires de vieux : un regard sur le quotidien des personnes âgées au Brésil, 333 p. Thèse : Sociologie : Université Paris Descartes : 2012.
JARDIM Viviane Cristina F. da S., MEDEIROS Bartolomeu F., DE BRITO Ana Maria. Um olhar sobre o processo do envelhecimento: a percepção de idosos sobre a velhice. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 2006, vol. 9, n. 2, p. 25-34.
SOUZA Edinilsa R. et al. O idoso sob o olhar do outro. Antropologia, saúde e envelhecimento / ed. par Maria Cecilia DE S. MINAYO et Carlos E. A. COIMBRA JR., Rio de Janeiro : FIOCRUZ, 2002, p. 191-209. |