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20º SENPE • ISSN: 2237-3454
Resumo: 3576506


3576506

A MORALIDADE PRESENTE NOS PROCESSOS DE HIGIENIZAÇÃO: A ENFERMEIRA COMO ELEMENTO DISCIPLINADOR DOS CORPOS

Autores:
Eliana Brugin Serra|elianabrugin@hotmail.com|enfermeiro|mestranda da Pós Graduação Em Enfermagem da Universidade Federal do Maranhão|enfermeiro|universidade Federal do Maranhão ; Geysa Santos Góis Lopes||enfermeiro|mestranda da Pós Graduação Em Enfermagem da Universidade Federal do Maranhão|enfermeira|universidade Federal do Maranhão ; Isaura Leticia Tavares Palmeira Rolim||docente|doutor|docente Associada do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Maranhão|universidade Federal do Maranhão ; Santana de Maria Alves de Sousa||enfermeiro|doutor|professor Adjunto I da Universidade Federal do Maranhão|universidade Federal do Maranhão ; Helder Machado Passos||docente|doutor|docente Colaborador do Mestrado Em Enfermagem da Universidade Federal do Maranhão|universidade Federal do Maranhão

Resumo:
**A MORALIDADE PRESENTE NOS PROCESSOS DE HIGIENIZAÇÃO: A ENFERMEIRA COMO ELEMENTO DISCIPLINADOR DOS CORPOS**  _1__Eliana Brugin Serra,_ 1Geysa Santos Góis Lopes, 2Helder Machado Passos, 3Isaura Letícia Tavares Palmeira Rolim, 4Santana de Maria Alves de Sousa. **Objetivo:** O presente ensaio filosófico visa refletir sobre a intenção de moralizar os corpos através dos processos de higienização e sobre a atuação da enfermeira como elemento disciplinador. **Método**: Realiza-se uma análise dentro do contexto do ideal higienista, estabelecendo um diálogo com autores contemporâneos como Foucault e Caponi. **Resultado e Discussão**: No final do século XIX e início do século XX, observaram-se sinais do movimento higienista em inúmeras ações governamentais no Brasil, cujo objetivo era substituir a _velha_ moral por uma _nova_ moral. Os hábitos de higiene, quando eram julgados como moral ou socialmente indesejáveis pela enfermeira, deveriam ser corrigidos, ensinados, disciplinados, sendo, dessa maneira, normalizados. Para realizar o banho, faz-se necessário desnudar o corpo, tornando-o vulnerável. Nesse momento, a enfermeira tem a capacidade de decidir de qual forma exercerá seu poder: se de modo libertador ou se de modo castrador e violentador. **Conclusão:** Reflexões com abordagem filosófica faz-nos pensar além da obviedade, apontando caminhos para que enfermeiras auxiliem os corpos a exercerem sua autonomia. Descritores DeSC: Moralidade; Higiene; Cuidado de Enfermagem. ¹Mestranda da Pós-Graduação em Enfermagem na Universidade Federal do Maranhão. 2Doutor em Filosofia, Professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Maranhão. 3Profª Associado do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Maranhão. 4Profª Adjunto do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Maranhão.


Referências:
1- Caponi, S. Corpo, população e moralidade na história da medicina. Esboços: histórias em contextos globais. 2001; 9(9): 69-86. 2- Caponi S. Da compaixão à solidariedade: uma genealogia da assistência médica. Rio de Janeiro: FIOCRUZ; 2000. 3- Durães S, Aguiar F. Os grupos escolares mineiros como lugar de disciplina e higienização dos corpos. Cad. Hist. Edu. 2009; 7: 303-21 4- Foucault M. A verdade e as formas jurídicas. Tradução de Roberto Machado e Eduardo Morais. Rio de Janeiro: Nau; 1999. 5- Foucault M. O nascimento da clínica. Tradução de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Forense Universitária; 1998. 6- Foucault M. Microfísica do poder. Organização e tradução de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Graal; 1999. 7- Foucault M. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Tradução Lígia M. Ponde Vassalo. Petrópolis: Vozes; 1987. 8- Góis Júnior E. Descontinuidades e continuidades do movimento higienista no Brasil do século XX. Rev Bras Cienc Esporte. 2003; 25(1): 41-54. 9- Kruse MHL. Os poderes dos corpos frios – das coisas que se ensinam às enfermeiras [Doutorado em Educação]. Porto Alegre, Brasil: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2003. 10- Machado R. Medicina social e constituição da psiquiatria no Brasil. Rio de Janeiro: Graal;1978. 11- Oliveira EA, Garcia TR, Sá LD. Aspectos valorizados por profissionais de enfermagem na higiene pessoal e na higiene corporal do paciente. Rev bras enferm. 2003; 56(5): 479-483 12- Paula NS. Objetivos do banho no paciente acamado. Rev esc enferm USP. 1968; 2 (1): 102-107. 13- Salvado MMGGJ. O exercício do poder nos cuidados de enfermagem: os cuidados de higiene. [Doutorado em Enfermagem]. Lisboa, Portugal: Universidade de Lisboa;2010. 14- Vigarello G. O limpo e o sujo: uma história da higiene corporal. São Paulo: Martins Fontes;1996.