2841170 | MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA: CONSTRUÇÃO COLETIVA DE INSTRUMENTOS PARA A ARTICULAÇÃO DO ATENDIMENTO EM REDE | Autores: Stela Maris de Mello Padoin|stelamaris_padoin@hotmail.com|enfermeira|doutorado|docente|universidade Federal de Santa Maria ; Laura Ferreira Cortes|laurafc@politecnico.ufsm.br|enfermeira|doutorado|docente|universidade Federal de Santa Maria |
Resumo: A violência contra as mulheres é um problema complexo que exige a organização
dos serviços em rede. No entanto, existem muitas dificuldades na organização
de uma rede de atenção articulada. Objetivo: construir coletivamente
instrumentos para viabilizar a articulação comunicativa entre profissionais de
serviços de atenção às mulheres em situação de violência para a construção do
trabalho em rede. Método: pesquisa qualitativa do tipo convergente
assistencial (PCA), pautada na Metodologia da Problematização, que teve como
participantes do estudo 32 profissionais do Grupo Integrado de Enfrentamento
às Violências de Santa Maria-RS. A produção dos dados ocorreu em 10 encontros
convergentes no período de março a julho de 2015. Os dados foram submetidos à
análise temática do conteúdo. Resultados: versaram sobre as ações
desenvolvidas pelas profissionais nos diferentes serviços envolvidos; as
potencialidades e dificuldades encontradas na prática para compor uma rede de
atenção, bem como sobre o conteúdo para construir um instrumento que
estabelecesse a articulação das ações de assistência às mulheres em situação
de violência nos serviços, com vistas à continuidade do cuidado. A prática
assistencial e educativa teve como produtos a reconstrução coletiva do
fluxograma de atendimento e construção do roteiro de comunicação para os
serviços. Conclusão e Implicações para a Enfermagem: Há necessidade de
formalização institucional dos dispositivos construídos, assim como a
articulação entre os serviços requer o envolvimento e o compromisso dos
profissionais e da gestão com a comunicação e garantia da continuidade do
cuidado. O conteúdo produzido subsidiou a mudança nas práticas em saúde e
demais setores envolvidos e contribuiu para que o grupo das profissionais
refletisse acerca da necessidade de organizar espaços de articulação entre os
serviços para o cuidado às mulheres.
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