2245440 | MÃES DE CRIANÇAS COM AGRAVOS ONCOLÓGICOS E O CUIDADO INTEGRAL: REFLETINDO ATRAVÉS DO PENSAMENTO PÓS ABISSAL | Autores: Gabriela Oliveira Santana|gabysantana@globo.com|enfermeira|doutoranda Em Enfermagem Eean/ufrj|enfermeira|escola de Enfermagem ; Glaucia Valente Valadares|glauciavaladares@ig.com.br|enfermeira|professora Doutora Em Enfermagem|professora Associada da Ufrj, Campus Ufrj-macaé Professor Aloisio Teixeira|escola de Enfermagem Eean/ufrj |
Resumo: **Introdução: **Apesar dos avanços no tratamento oncológico, o câncer se apresenta como uma doença de diagnóstico relacionado ao medo da morte, estigmas e cuidado segmentado, levando consigo uma carga de sofrimentos que afeta não apenas a criança, mas toda a sua família, em especial, a mãe. Na saúde, o modelo biomédico mecanicista, que predomina ainda hoje, impõem uma visão fragmenta do indivíduo, reduzindo o mesmo a uma doença. Como resgatar o cuidar de forma integral considerando mãe e criança na oncologia? **Objetivo:** Discutir o cuidado mãe-criança na era do pensamento pós abissal e dos saberes plurais em oncologia. **Métodos:** trata-se de um estudo de cunho teórico-reflexivo, com abordagem qualitativa, a partir da leitura crítica da obra de Boaventura de Sousa Santos. **Resultados: **A fragmentação do cuidado típico do paradigma dominante, demonstra a lacuna que é imposta ao indivíduo. No cenário do câncer infanto-juvenil é importante buscar estratégias para promover consistência no processo do cuidado, de forma não abissal, ou seja, respeitando os diferentes saberes, modos de enfrentamento e sentimentos. **Discussão: **As ideias de Boaventura, dentre outros aspectos, reiteram o paradigma emergente, que valoriza o mundo do outro e os seus saberes. Para cuidar é preciso respeitar crenças, ideias e limites de ambos através de compartilhamentos e de diálogos, entendendo que somos seres que fazemos parte do planeta e do cosmos. **Conclusão:** O ser humano não é apenas um corpo físico, nem tampouco uma doença, ponderar aspectos isoladamente é relegar a um segundo plano o todo e a integridade. Há que se pensar de forma hologramática. O pensamento pós-abissal e a ecologia dos saberes demostram a importância da pluralidade de conhecimentos, onde nenhum saber deve ser desqualificado.
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