1667790 | ESTIGMA E CUIDADO DE ENFERMAGEM EM ELETROCONVULSOTERAPIA | Autores: Ana Cláudia Wekmuller França|ana.claudia.w@hotmail.com|estudante de Graduação|acadêmico|estudante|ufrj ; Tatiana Marques dos Santos||enfermeira|mestre Em Enfermagem|enfermeira|eean/ufrj ; Juliana Cabral da Silva Guimarães||enfermeira|mestre Em Enfermagem|enfermeira|eean/ufrj |
Resumo: Uma técnica que sobrevive em tempos de reforma psiquiátrica no Brasil é a
eletroconvulsoterapia (ECT), o que leva a equipe de enfermagem que atua em
serviços de saúde mental a prestar cuidados à pessoas submetidas a mesma. O
objetivo dessa pesquisa é analisar o cuidado de enfermagem à pessoas com
transtornos mentais que realizam ECT, considerando o estigma associado a essa
técnica. Metodologia: Estudo descritivo, qualitativo, para o qual foram
realizadas entrevistas com três enfermeiros e dois técnicos de enfermagem que
trabalham em uma enfermaria psiquiátrica de hospital geral. A análise baseou-
se no conceito de estigma de Goffman. Resultados preliminares: a técnica de
ECT é realizada em uma sala dentro da enfermaria equipada de acordo com o
protocolo para a sua aplicação. Os usuários que fazem a ECT permanecem no
setor por até 5 dias e são acompanhados por um técnico de enfermagem deslocado
exclusivamente para esta atividade. As fases pré e pós ECT são acompanhadas
pela equipe de enfermagem de plantão, nos horários em que o referido técnico,
que é diarista, não está. Evidenciou-se que há por parte da equipe de
enfermagem a escolha por não prestar cuidados no momento trans ECT, bem como
de associar o tratamento à uma condição pior do usuário em relação aos demais.
Ao informarem o motivo que os leva a não querer envolver-se na aplicação da
ECT, os profissionais alegaram não ter tempo nem preparo. Considerações
preliminares: O estigma em relação à ECT interfere na forma como os usuários
são percebidos pela equipe de enfermagem e inferioriza este usuário diante da
não compreensão da equipe de enfermagem sobre os critérios utilizados para sua
indicação. Assim, são geradas relações de poder resultantes da estigmatização
da ECT, que podem ser eliminadas com a devida capacitação da equipe de
enfermagem.
Referências: GUIMARÃES, J. C. S; PERES M. A. A.. PORTADOR DE TRANSTORNO MENTAL E A ELETROCONVULSOTERAPIA: CONSTRUÇÃO HISTÓRIA DO CUIDADO DE ENFERMAGEM (1989-2002). Rio de Janeiro, julho, 2015.
GOFFMAN, Erving. Estigma: Notas sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada.
Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1980. |