1480046 | Saúde da Mulher negra: como alcançar a equidade? | Autores: Fabiana Albino Fraga|fabiana_albino2014@hotmail.com|enfermagem|mestranda Em Enfermagem|estudante|unirio ; Adriana Lemos|adrianalemos@unirio.br|enfermagem|professora Doutora|coordenadora do Curso de Pós-graduação Mestrado Em Enfermagem-unirio|unirio |
Resumo: **Objetivo: **Destacar as iniquidades no atendimento básico vivenciadas por mulheres negras a fim de corrigir essas distorções. **Método **Trata-se de uma pesquisa bibliográfica que buscou identificar a importância de um olhar diferenciado para a Saúde da Mulher Negra, realizada por revisão integrativa da literatura, que consiste em agrupar os resultados de pesquisas primárias sobre o mesmo assunto, realizando síntese e análise dos dados para fornecer uma explicação consistente de um fenômeno específico. A partir da elaboração da pergunta norteadora “quais são as iniquidades de saúde que afetam as mulheres negras no atendimento básico?” houve a seleção dos artigos que foram utilizados. **Resultados**: As mulheres negras passam por invisibilidades concorrentes, visto que são atingidas pelas desigualdades de raça e gênero, agravadas ou não pelas condições sociais. E para atingir a equidade são necessárias discussões sobre racismo institucional, doenças geneticamente determinadas e vulnerabilidade social associada ao racismo. Dados epidemiológicos evidenciam que as mulheres negras possuem as piores condições sociais e de saúde, sendo a mortalidade materna destas é de 245,4 para cada 100.000 nascidos vivos enquanto que para mulheres brancas, a incidência é de 49,25. Isso ocorre devido à incompreensão das peculiaridades de saúde das mulheres negras, das diferenças étnicas raciais e de distinção de gênero. Mulheres negras sofrem 4 vezes mais com violência obstétrica que mulheres brancas. **Conclusão**: A vulnerabilidade experimentada por mulheres negras, reflete em todos os níveis de atendimento desde os primários até os procedimentos mais complexos e delicados (partos, cirurgias, etc.). O tratamento diferenciado, guiado pelo racismo institucional, dispensado às mulheres negras, eleva rotineiramente a taxa de adoecimento e mortalidade dessas mulheres. **Contribuições para a Enfermagem:** Constatando que a discriminação tem grande impacto sobre o processo saúde/doença dessas mulheres tais discussões são indispensáveis para a equidade no atendimento.
1-Enfermeira Especialista em Saúde Pública: Universidade Federal de São Paulo;
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem pela Universidade Federal
do Estado do Rio de Janeiro; Participante do Grupo de Pesquisa Laboratório de
Estudos em Gênero, Saúde e Direitos Sexuais e Reprodutivos da Universidade
Federal do Estado do Rio de Janeiro.
2- Professora Doutora em Saúde Coletiva–UERJ; Mestre em Tecnologia Educacional
nas Ciências da Saúde-UFRJ; Pós graduada em Saúde Pública na Escola Nacional
de Saúde Pública-FIOCRUZ; Graduada em Enfermagem e Obstetrícia UFF, Professora
do Departamento de Enfermagem de Saúde Pública da Escola de Enfermagem Alfredo
Pinto–UNIRIO; Coordenadora do Curso de Pós-Graduação Mestrado em Enfermagem-
UNIRIO.
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