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20º SENPE • ISSN: 2237-3454
Resumo: 1403563


1403563

ESTRATÉGIAS DE CUIDADO SUGERIDAS PELAS JOVENS EM SITUAÇÃO DE RUA PARA ENFRENTAR AS VIOLÊNCIAS VIVIDAS

Autores:
Joana Iabrudi Carinhanha|joanaiabrudi@gmail.com|enfermeira|doutorado Em Enfermagem|professora Adjunta|faculdade de Enfermagem da Uerj ; Lucia Helena Garcia Penna|luciapenna@terra.com.br|enfermeira|doutorado Em Saúde Mulher E da Criança|professora Adjunta|faculdade de Enfermagem da Uerj ; Liana Viana Ribeiro|liana_vian@hotmail.com|enfermeira|doutoranda Em Enfermagem|doutoranda|faculdade de Enfermagem da Uerj ; Claudia Rosane Guedes|docente.rosane@outlook.com|enfermeira|doutoranda Em Enfermagem|professora|centro Universitário Celso Lisboa ; Vivianne Mendes Araújo Silva|viviannenfe@gmail.com|enfermeira|doutoranda Em Enfermagem|enfermeira|instituto Fernandes Figueiras/fiocruz

Resumo:
**ESTRATÉGIAS DE CUIDADO SUGERIDAS PELAS JOVENS EM SITUAÇÃO DE RUA PARA ENFRENTAR AS VIOLÊNCIAS VIVIDAS** **Objetivos**: Identificar e compreender a dimensão do cuidado para as adolescentes em situação de rua com vistas ao enfrentamento da violência vivida pelas mesmas. **Métodos**: Foram entrevistadas 11 adolescentes acolhidas em abrigo municipal do Rio de Janeiro. Os dados foram interpretados à luz da análise de conteúdo. **Resultados**: Os principais aspectos do cuidado referem-se aos fatores relacionais, incluindo a ação dialógica calcada no acolhimento e na humanização, e o suporte fornecido pela família. O abrigo e a escola foram apontados como ambientes promotores de cuidado, particularmente, pela oportunidade de reinserção social. **Considerações Finais**: Identificou-se uma visão ampla de cuidado que envolve duas esferas de ação dialógica: o atendimento direto às adolescentes (com vistas à autonomia e cidadania) e o trabalho em rede (saúde, educação, justiça, assistência social, ONGs), considerando o apoio social existente e a ser desenvolvido na atuação em equipe, intersetorial e interdisciplinar. **Contribuições para a Enfermagem**: A perspectiva de cuidado indicado pelas adolescentes abre novos horizontes para a atuação da enfermeira – educadora na essência de sua práxis. A enfermeira pode ser a mediadora de ações educativas críticas, cuja tarefa parece ser no sentido de auxiliar essas jovens a repadronizar o modelo que aprenderam, ou seja, romper com a repetição dos padrões que lhes são esperados. Trata-se do cuidado dialógico, entendido como espaço relacional de construção compartilhada de conhecimentos e habilidades que favoreçam a conscientização dos problemas e reflexão sobre as soluções viáveis. Para tanto é preciso aproximar-se, familiarizar-se e conhecer os espaços por onde circulam estas adolescentes, impulsionando a intervenção da enfermeira junto a rede de cuidados, para repensar atuações, implementar ações e sistemas de avaliação e acompanhamento num trabalho em equipe, interdisciplinar e intersetorial para constituir a integralidade da assistência às adolescentes.


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