1303328 | A CONSTRUÇÃO DO CIRCUITO AFETIVO REPRESENTACIONAL DOS ADOLESCENTES QUE VIVEM COM HIV/AIDS. | Autores: Renê dos Santos Spezani|renespezani@gmail.com|enfermeiro|doutor Em Enfermagem|professor Adjunto|centro Universitário Augusto Motta (unisuam/rj) ; Denize Cristina de Oliveira|dcouerj@gmail.com|enfermeira|doutora Em Saúde Pública Pela Universidade de São Paulo E Pós-doutora Em Psicologia Social Pela École Des Hautes Etudes En Sciences Sociales (ehess), Paris/frança.|professora Titular|universidade do |
Resumo: O circuito afetivo-representacional constitui um complexo
perceptivo/associativo da vida cotidiana, através do qual a mente cria e
coloca em funcionamento o conteúdo da memória, influenciando as dinâmicas que
operam sobre as motivações, comportamentos, atitudes, interesses e
representações de um sujeito acerca do mundo e de si. O objetivo foi analisar
a construção do circuito afetivo-representacional de adolescentes que vivem
com HIV/aids. Trata-se de pesquisa qualitativa, referenciada à luz da
perspectiva processual da Teoria das Representações Sociais, Teoria da
Identidade Social e Teoria Ego-ecológica, autorizada por meio do CAAE número
13650213.9.0000.5259 e desenvolvida em um hospital de referência para
tratamento de HIV/aids, localizado na cidade do Rio de Janeiro. Os
participantes foram 42 adolescentes soropositivos ao HIV, com idades
compreendidas entre 15 e 22 anos, atendidos no ambulatório da referida
instituição. Os dados foram coletados mediante um instrumento de
contextualização dos sujeitos e um roteiro composto por uma pergunta aberta e
uma adaptação do Inventário Multifásico de Identidade Social. A apresentação e
discussão dos dados fundamentaram-se nas proposições metodológicas da Teoria
Ego-ecológica e da análise de conteúdo temática. Os resultados indicaram que a
construção do circuito afetivo-representacional dos participantes é mediada
por conhecimentos prévios acerca da doença e a partir de um processo dialógico
psico-contextual, que transcorre em meio a vivências demarcadas pela
necessidade de encobrimento, onde o preconceito e o estigma social exercem
influência negativa sobre as representações que constroem sobre si, quando se
comparam aos outros grupos sociais com os quais interagem em suas relações
cotidianas. Conclui-se que a valorização desse circuito afetivo-
representacional se faz necessária, à medida que configura possibilidade de
estabelecer percursos que possam dar o necessário amparo e resolutividade as
suas demandas de saúde, bem como para seus respectivos familiares ou
cuidadores.
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