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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 9998183

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9998183

FAMÍLIA/ESCOLA: PRIMEIRO CONTATO COM A TEMÁTICA DAS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS

Autores:
Maria Itayra Padilha ; Stéfany Nayara Petry Dal Vesco

Resumo:
**Introdução: **A sexualidade é um tema importante que acompanha a trajetória de vida dos indivíduos, porém é na adolescência que ocorre o despertar da sexualidade. Isso ocorre de maneira diferenciada e é marcada por características próprias. A família, independente do modo como é organizada e estruturada, é considerada um espaço indispensável para garantir a sobrevivência e a proteção integral de seus membros1. A sociedade está ancorada em um pilar básico na estrutura dos indivíduos, que é a família, a qual se constitui como um contexto primário e fundamental na socialização2. É através da família que os indivíduos de várias gerações interagem e se influenciam mutualmente. A escola enquanto instituição socializadora tem como papel principal, melhorar e desenvolver outras maneiras de conhecimento para a criança, conhecidas como formal, que são importantes para a atuação na sociedade3. A importância da escola tem sido enfatizada como um espaço de socialização, em que o diálogo entre os amigos e professores pode ser compreendido como um espaço para tratar de aspectos relacionados as Infecções Sexualmente Transmissíveis, especialmente a AIDS, desenvolvendo assim, práticas de promoção e prevenção da saúde4. **Objetivo: **Identificar como se deu o primeiro contato de estudantes de graduação em enfermagem de uma Universidade Federal do Sul do Brasil com a temática Infecções Sexualmente Transmissíveis. **Método: **Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa do tipo exploratória descritiva, com o uso da história oral. A história oral surge como uma possibilidade de registrar relatos, podendo ser eles, individuais ou coletivos em arquivos de áudio. Nesses arquivos são registrados relatos, vivências e experiências dos indivíduos5. Foram realizadas 40 entrevistas com estudantes das duas fases iniciais e duas finais do curso de graduação em enfermagem de uma Universidade do Sul do Brasil. As entrevistas se deram através de um roteiro de entrevista semiestruturado que buscava abordar o despertar da sexualidade dos estudantes de graduação em enfermagem e os ambientes onde a sexualidade foi abordada durante a infância e adolescência. As entrevistas foram gravadas e posteriormente transcritas e, após aprovação dos estudantes obteve-se e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram analisados chegando-se a 3 categorias. São elas: Primeiro contato com a temática; Influência da família no preparo do indivíduo para a vida; Importância da escola na construção de conhecimento. Tratando-se de pesquisa que envolve seres humanos, foram respeitados todos os preceitos éticos da Resolução CNS n° 466/2012 assim como a pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos da universidade em estudo sob número de CAAE 20602613.4.0000.0121. **Resultados: **Os estudantes de enfermagem adquirem o aprendizado acerca das Infecções Sexualmente Transmissíveis primeiramente na ambiente familiar e posteriormente na escola. O primeiro contato com a temática acontece na infância e adolescência. Com relação ao âmbito familiar, esta foi percebida como um ambiente adequado para a apreensão de conhecimentos e esclarecedor de dúvidas, colocando os pais como pessoas de fácil aproximação e conversa. Alguns estudantes negam essa afirmação e colocam a família como ambiente de difícil acesso, considerando a falta de diálogo e informações, muitos apresentam a família como algo engessado que impossibilita o diálogo como se houvessem tabus que impedissem a fluidez do diálogo. Os estudantes apontam a escola como segundo ambiente aconselhador sobre o tema, trazendo memórias e vivências relacionadas a palestras da equipe de saúde, aulas de biologia e ciências ou ações na escola como primeiro contato com a temática. Colocam também, que independentemente do ambiente onde ocorreu esse primeiro contato, a experiência de aproximação ao tema Infecções Sexualmente Transmissíveis e sexualidade na sua totalidade é algo que traz vergonha e receios. **Conclusão: **A família e a escola são os principais ambientes de abordagem do tema, porém persistem certas implicações na comunicação estabelecida entre os pais e filhos, sendo elas a sexualidade, autocuidado e os comportamentos de risco. A comunicação ineficaz acerca da sexualidade é um fator preocupante, pois acarreta a vulnerabilidade dos adolescentes frente às Infecções Sexualmente Transmissíveis. Quando ocorre contato entre pais e filhos, os jovens adquirem informações e dessa maneira colocam o autocuidado em prática e tornam esse conhecimento como fator condicionante de prevenção. A escola surge como aliada da família na educação e preparação dos jovens diante da sexualidade. É importante essa aliança da família e da escola na construção de conhecimentos dos adolescentes sobre a sua sexualidade e as maneiras de prevenção das infecções. **Contribuições/implicações para a Enfermagem: **As Infecções Sexualmente Transmissíveis estão cada vez mais frequentes na população jovem. É papel do enfermeiro intervir e promover ações juntamente com a escola na educação e promoção da saúde dos adolescentes. O diálogo e esclarecimento de dúvidas, muitas vezes não tratadas no ambiente familiar, auxiliam no autocuidado dos jovens na iniciação da vida sexual e podem de alguma maneira intervir no rebaixamento dos índices de infecções.


Referências:
1. Cassiani SHB. et al. A Situação da Educação em Enfermagem na América Latina e no Caribe Rumo à Saúde Universal. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, 2017; v. 25. 2. Swart, R. Critical thinking instruction and technology enhanced learning from the student perspective: A mixed methods research study. Nurse Education in Practice, 2017; v. 23, p. 30-39. 3. Carbogim FC. O ensino do Pensamento Crítico para estudantes de enfermagem: uma intervenção educativa piloto. 2016. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. 4. Sosu EM. The development and psychometric validation of a critical thinking disposition scale. Thinking Skills and Creativity, 2013. 5. Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB, Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine 2000; 25(24):3186-3191.