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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 9965863

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9965863

BOAS PRÁTICAS PARA UTILIZAÇÃO DO DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO PELO ENFERMEIRO NO CUIDADO DO PACIENTE NO AMBIENTE PRÉ-HOSPITALAR: CONSTRUÇÃO DE UM GUIA

Autores:
Viviane Muller ; Kátia Cilene Godinho Bertoncello ; Marcela Paul de Lima ; Jaqueline Cristina Costa Rossetto

Resumo:
**Introdução: **O procedimento de desfibrilação em parada cardiorrespiratória (PCR), com o uso do desfibrilador externo automático (DEA), segundo recente, parecer do Coren-SC, foi considerado, pertinente, a sua execução pelo enfermeiro, devidamente treinado, com o Suporte Básico de Vida, no ambiente extra-hospitalar, em situações de atendimento de emergência (1). Desta forma questionou-se: a construção de um instrumento de boas práticas pode contribuir para utilização segura de desfibriladores externo automáticos pelo enfermeiro, no atendimento às vítimas em parada cardiorrespiratória no ambiente pré-hospitalar? **Objetivo:** foi de construir um guia de boas práticas, para os enfermeiros, utilizarem o DEA, no cuidado ao paciente, no ambiente pré-hospitalar. **Método:** tratou-se de um estudo de desenvolvimento metodológico, descritivo. Adotou-se o modelo proposto por Pasquali (2), para construção de instrumento, que contempla três procedimentos, por ele chamado de teóricos, empíricos (experimentais) e analíticos (estatísticos). A primeira fase metodológica da pesquisa foi constituída, da realização da revisão integrativa da literatura científica e consulta a _sites_, específicos de cardiologia e do Serviço de Atendimento Móvel (SAMU), para fundamentar a construção de um instrumento de boas práticas. Optou-se, como base de dados eletrônica a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), sendo selecionados apenas os trabalhos publicados dentro do período compreendido entre janeiro de 2006 até setembro de 2017. A busca foi realizada no mês de setembro de 2017. Através dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), foram selecionados seis descritores: desfibrilador externo automático; cardioversão elétrica; parada cardíaca extra-hospitalar; assistência pré-hospitalar; enfermagem em emergência e cuidados de enfermagem. Os critérios de inclusão foram: publicações disponíveis na íntegra, de acesso gratuito, que estivessem em português e/ou espanhol e que foram publicadas dentro da data pré-estabelecida. Os critérios de exclusão foram: publicações referentes a cartas ao leitor, estudos duplicados e réplicas, editais, comentários e opiniões emitidas por especialistas, que não estavam pautados em pesquisa, publicações não relacionadas ao escopo do presente estudo. Após a aplicação dos critérios, 47 trabalhos foram captados através, do cruzamento desses descritores na base citada que ocorreu por meio do operador booleano _AND_. Realizaram-se dez cruzamentos, associando-os entre si, sendo excluídos os cruzamentos repetidos ou com resultado nulo. A partir desses cruzamentos, cinco se mostraram produtivos para a constituição da amostra. Em seguida, através da primeira análise, que foi a avaliação do título do trabalho, foram selecionados pela temática, 28, sendo todos artigos científicos. Já na segunda etapa, que consistiu na leitura dos resumos, oito foram excluídos por repetição, sete por temática intra-hospitalar. Na terceira e última etapa, dois não estavam disponíveis na íntegra, no meio eletrônico, portanto a amostra final foi constituída de 11 trabalhos. A segunda fase metodológica da pesquisa, dentro dos procedimentos teóricos de Pasquali (3), consiste, na seleção e organização dos itens, e estruturação do instrumento. Depois de estabelecido os dois Domínios, passou-se a construir cada item do instrumento. Para atender o Domínio A, do “uso seguro do DEA”, os itens foram sendo selecionados, após a leitura e compreensão minuciosa do manual do fabricante, desta tecnologia, que para ser eficaz o seu “cuidar” tem que produzir o choque elétrico sem erros. Logo, a segurança, para manusear e utilizar este equipamento tem que ser prioridade, portanto utilizou-se uma linguagem clara, lógica, sequencial, essencial e objetiva, para a construção destes 11 itens. Contudo, para finalizar a construção deste instrumento fundamentado nas evidências científicas, das boas práticas e nas recomendações de Pasquali (2008), buscaram-se na literatura e no manual operativo do fabricante do DEA, as justificativas para que cada um dos 31 itens construídos, onde, estes itens, poderiam ou não permanecer neste guia. Logo, para cada item, construído foram encontradas as justificativas, necessárias para a sua permanência no instrumento, que no final, não sofreu modificações e são apresentadas separadamente em forma de discussão. **Resultados:** o instrumento construído constitui-se de guia de boas práticas para o enfermeiro, que foi definido, em dois Domínios A e B, sendo o A para o uso seguro do DEA, contendo 11 itens, e B para os cuidados com o paciente em parada cardiorrespiratória, contendo 20 itens, totalizando 31 itens, baseados nas evidências científicas encontradas. **Conclusão:** O instrumento de boas práticas construído teve como finalidade guiar de forma segura, os enfermeiros, que manejam diretamente o desfibrilador externo automático, em especial, o modelo utilizado no resgate a vítimas em ambiente extra-hospitalar pelo SAMU de Florianópolis-SC, no atendimento, às vítimas em ambiente pré-hospitalar de forma simples e direta, para que se possa reduzir a mortalidade ou sequelas consequentes de uma PCR, com indicação de choque. O processo da construção, do guia, utilizando as boas práticas, com as justificativas científicas, propiciou ao enfermeiro, a oportunidade de repensar a prática do cuidado. Logo, acredita-se que este estudo depois de validado clinicamente, poderá ser aplicado, não somente no contexto em que foi realizado, mas também como forma de sistematização da assistência do enfermeiro, em outras unidades de cuidado ou realidades semelhantes. Uma limitação desse estudo, é que este guia de cuidados construído, ainda precisa ser validado, antes de ser utilizado na prática clínica. Todavia, sugere-se a continuidade desta investigação, para realiar a validação de aparência pelos enfermeiros do SAMU/Florianópolis-SC, que utilizam este modelo de DEA, como também a validade de conteúdo, por enfermeiros juízes de outros SAMUs. **Contribuições/implicações para a Enfermagem:** podemos observar que os cuidados de enfermagem, que compuseram o instrumento construído, de boas práticas, não demandam tecnologias complexas e não oneram grandes custos a instituição. O que demonstra a viabilidade da implantação no contexto para a prática sistematizada pelo enfermeiro do ambiente pré-hospitalar.


Referências:
1. Neto, J.M.R; Fontes, W.D; Nóbrega, M.M.L. Instrumento de coleta de dados de enfermagem em unidade de terapia intensiva geral. Rev Bras Enferm, Brasília 2013 jul-ago; 66(4): 535-42. 2. Amante, L.N; Rossetto, A.P; Schneider, D.G. Sistematização da Assistência de Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva sustentada pela teoria de Wanda Horta. Revista da Escola de enfermagem da USP, [s.l.], v. 43, n. 1, p.54-64, 2009. 3. Garcia, T.R.; Nobrega M.M. Processo de enfermagem: da teoria à prática assistencial e de pesquisa. Esc Anna Nery Rev Enferm, 2009 mar; 13 (1): 188-193. 4. Santos, N; Veiga, P; Andrade, R. Importância da anamnese e do exame físico para o cuidado do enfermeiro. Rev. Bras. Enferm, brasília, v. 64, n. 2, p.1-10, abr. 2011. 5. Brasil, Conselho federal de enfermagem. Resolução cofen nº 358, de 15 de outubro de 2009 - dispõe sobre a sistematização da assistência de enfermagem e a implementação do processo de enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de enfermagem, e dá outras providências. Brasília: cofen; 2009.