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9942794 | BIOSSEGURANÇA NA AÇÃO DE ENFERMAGEM: HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS- SALVANDO VIDAS | Autores: Mayane Soares Oliveira ; Livia Perasol Bedin ; Claudia Curbani Vieira Manola |
Resumo: Introdução
O presente trabalho propõe estudar a biossegurança na ação de enfermagem tendo
como foco a higienização das mãos. A falta de higienização das mãos pode
causar sérios problemas, especialmente no ambiente hospitalar, pois é
considerado um ato importante para prevenir e controlar infecção relacionadas
à assistência à saúde (IRAS), pois pode reduzir bastante o número de casos de
infecção hospitalar, apesar que existem campanhas educativas que enfatizam
sobre a prevenção de acidentes, e especialmente sobre a higienização das mãos
há uma baixa adesão das equipes multidisciplinares 1.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA (2017)2,
estabelece prioridades para prevenir as Infecções Relacionadas a Assistência à
Saúde (IRAS) e obter ações preventivas, é importante que as equipes que
prestam assistência principalmente em Unidade de Terapia Intensiva (UTI)
estejam bem treinadas, com aulas presenciais e com simulações, esses
profissionais devem ter uma educação continuada elaborada junto com o serviço
de controle de infecção hospitalar (SCIH).
O significado do termo higienização das mãos refere-se ao ato de lavamos às
mãos, com água e sabão ou com fricção com álcool a 70 %. A lavagem das mãos
com água e sabão ira eliminar a microbiota transitória da pele através da
remoção mecânica. É o uso de álcool ira eliminar ou reduzir os microrganismos
transitório e residente, pois a ação química e letal aos microrganismos 3 .
Objetivo foi analisar o processo de higienização das mãos entre acadêmicos de
enfermagem ingressantes e concluinte, de uma instituição de ensino superior
localizada em Vitória -ES. Tendo como objetivos específicos, analisar os
benefícios da higienização das mãos para a segurança do paciente, Identificar
possíveis erros no processo de higienização das mãos e Discutir a adesão dos
acadêmicos em relação a higienização das mãos.
Metodologia
Este trabalho trata-se de uma pesquisa de campo com abordagem quantitativa e
exploratória, a qual foi utilizado como instrumento para coleta de dados um
questionário contendo 10 questões de múltipla escolha.
A amostra do estudo foi composta por acadêmicos do curso de graduação em
enfermagem do segundo e oitavo período, de uma instituição de ensino superior
de Vitória/ES. O total de alunos que participaram da pesquisa foram 72 alunos,
sendo 40 do oitavo e 32 do segundo período.
Em relação ao instrumento de coleta de dados foi elaborado um questionário
contendo 10 questões de múltipla escolha e para a melhor compreensão foi
dividido em duas partes a primeira para todos os acadêmicos responderam e a
segunda parte apenas para aqueles que trabalham na área da saúde ou que sejam
técnicos de enfermagem ou que estejam cursando o 8º. Período.
Foi elaborado um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, aprovado pelo
comitê de Ética e Pesquisa do Centro Universitário Católico de Vitória Santo,
sob no. 092357/2017.
Resultados
O resultado da pesquisa entre os iniciantes e concluintes apontaram que o
perfil dos estudantes eram na maioria do sexo feminino 79%, 40 estudantes
entrevistados eram do oitavo período e 32 do 2º Período, totalizando 72
participantes.
Dos 72 participantes 25 eram técnicos de enfermagem (34,6%), sendo 8 do 2º
período e 17 do 8º período.
Em relação a higienização das mãos, verificou-se que 98,8% dos estudantes
conhecem a importância da higienização para a prevenção de infecção
relacionada assistência à saúde. Os autores Júnior, Boszczowski e Costa4 ,
relatam que a IRAS causadas pelos microrganismos resistentes tem gerado uma
grande preocupação nos hospitais brasileiros que é quando o microrganismo tem
resistência de mais de um antibiótico, é umas das principais vias de
disseminação desses microrganismo multirresistentes são por meio das mãos dos
profissionais da área da saúde, que são adquirida através do contado direto
com o paciente colonizado ou infectado e com a superfície infectada esses
microrganismo podem ser eliminados facilmente com higienização das mãos. Em
relação aos momentos que devemos higienizar as mãos as respostas dos
estudantes, foram, dos 72 alunos, 48% marcaram todas as alternativas o
restante marcou apenas uma ou duas alternativas como podemos verificar no
resultado, 28 (38,8%) responderam que higienizariam as mãos antes e após de
irem ao banheiro, 46 (63,8%) responderam que higienizariam as mãos entre os
procedimentos, 19 (26,3%) responderam antes e após de iniciar um plantão,
24(33,3%) antes das refeições.
Este dado é preocupante pois percebe-se ainda um número grande de aluno que
ainda não está atento a higienização das mãos.
As respostas dos estudantes em relação o maior responsável pela transmissão de
infecção para o paciente também nos surpreendeu pois, 61,1% (44) responderam
que as mãos são os principais meios para contaminação. O restante ainda não
tem certeza se as mãos transmitem infecção.
Em relação ao conhecimento sobre aos tipos de flora bacteriana e higiene das
mãos, os estudantes marcaram a seguintes opções, 27(56,2%) marcaram que é a
flora transitória, 2(4,1%) marcaram que é a flora residente, 16(33,3%)
marcaram que a higienização das mãos combate tanto a flora residente quanto a
transitória e 3(6,2%) marcaram que tanto a flora residente quanto a
transitória não são eliminados com a higienização das mãos. No estudo observa-
se que dos 48 acadêmicos questionados 27(56,2%) responderam corretamente que a
higienização simples das mãos poderá eliminar toda a flora transitória, pode-
se perceber uma falta de conhecimento do restante sobre o tipo de flora pois,
responderam mais de uma alternativa deixando dúvidas sobre o conhecimento
aprendido durante o curso ou durante o trabalho.
Os autores Potter e Perry5 relatam que os pacientes em ambiente hospitalar
podem adquirir uma infecção devido uma menor resistências ao microrganismo, e
pelos procedimentos invasivos realizados no paciente, esses microrganismos
podem ser espalhar através da mão dos profissionais da saúde quando não
realizam a higienização das mãos.
Em relação ao uso de adornos durante a higiene das mãos verificou-se que 41
(85,4%) responderam que retiram os adornos antes de higienizar as mãos e
7(14,5%) responderam que não retiram os adornos. Apenas responderam a questão
os técnicos de enfermagem do 2º período (8) e todos do oitavo.
De acordo com a Portaria GM n.1.748, de 30 de agosto de 2011, que descreve
sobre a norma regulamentadora, NR 32 que tem por objetivo normas que visam a
proteção e segurança dos trabalhadores no ambiente hospitalar, um dos
parágrafos apresentados veda o funcionário a usar adornos como anéis,
pulseiras, relógios entre outros, pois esses objetos poderão acumular
microrganismo 6.
Em relação a técnica correta obtivemos um resultado insatisfatório pois, 50%
dos alunos erraram e 50% acertaram a técnica.
Por último foram questionados sobre o motivo da não higienização das mãos e
verificou-se que dos 48 (100%) 25 afirmaram falta de tempo, poucos
profissionais no setor e esquecimento, 16 sempre lava as mãos, 7 diz que a
instituição não oferece material para realização da técnica.
Conclusão
É importante lembrar que a técnica correta e a duração correta é essencial
para que o processo da higienização das mãos seja eficaz, para evitar a
disseminação do microrganismo para o paciente.
Com este trabalho pretende-se mostrar que apesar de receberem informação sobre
o procedimento ainda existe falha, desta forma, pode-se afirmar que a educação
em serviço é importante que ela esteja presente no dia a dia do profissional,
fazendo com que por meio dos treinamentos os sujeitos passem a adquirir bons
hábitos e os façam regularmente.
Ainda pode-se afirmar que é necessário e urgente reforçar a importância da
higienização das mãos em todos os ambientes de saúde bem como, nas
instituições de ensino.
Referências: 1 Mansur AP, Favarato D. Mortalidade por doenças cardiovasculares no Brasil e na região metropolitana de São Paulo: atualização 2011. Arq Bras Cardiol 2012;99(2):755-61.
2 Braga DF, Silvano GP, Pereira TFF, Schuelter-Treviso F, Trevisol DJ. Caracterização do perfil e complicações intra-hospitalares dos pacientes submetidos ao cateterismo cardíaco em um hospital terciário. Sci Med. 2017;27(1):1-8. |