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9882349 | DESDOBRAMENTOS DA FORMAÇÃO SUPERIOR EM ENFERMAGEM NA AMÉRICA DO SUL: ESTUDO BIBLIOMÉTRICO | Autores: Daniele Delacan Lazzari ; Vanessa Luiza Tuono Jardim ; Joanara Rozane da Fontoura Winters |
Resumo: **RESUMO: Introdução: **O estabelecimento do Tratado de Assunção, em 1991, deu origem ao Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) com o objetivo primordial de consolidar a integração política, econômica e social entre os países que o integram, fortalecer os vínculos entre os cidadãos do bloco e contribuir para melhorar sua qualidade de vida (1). Para o fortalecimento do vínculo entre os países do MERCOSUL, dentre as medidas propostas está a livre movimentação de pessoas entre os países, fomentando a integração, a disseminação e o intercâmbio de cultura e de conhecimentos. O **objetivo **foi identificar as produções que abordam a formação superior em enfermagem nos países integrantes do MERCOSUL. Utilizou o **método** bibliométrico (2-3) com abordagem quantitativa. Foi realizado o levantamento da produção científica acerca da temática de estudo nos países que integram o MERCOSUL e os países associados, disponibilizada nos mecanismos de buscas BVS, PORTAL DE PERIÓDICOS DA CAPES, SCIELO, SCOPUS E PUBMED. Os dados foram coletados em 2016. Foram encontrados 301 artigos acerca da formação em Enfermagem no MERCOSUL que compuseram o corpus desse estudo. Os artigos foram agrupados em linhas temáticas composta pelo agrupamento de temas pertinentes a saber: Gestão e Avaliação no Ensino na Saúde; Tecnologias Presenciais e a Distância no Ensino na Saúde; Currículo e o Processo Ensino-Aprendizagem na Graduação e na Pós Graduação; Formação e Desenvolvimento Docente na Saúde; Integração Universidade e Serviços de Saúde; Políticas de Integração entre Saúde, Educação, Ciência e Tecnologia; Perfil dos graduandos. Os **resultados** dos 301 artigos que compuseram o corpus desse estudo estão assim distribuídos conforme a base de dados: BVS 88 artigos; CAPES 23 artigos; SCIELO 56 artigos; PUBMED 87 artigos; SCOPUS 47 artigos. De acordo com o ano de publicação dos artigos, observou-se um aumento crescente e gradativo, com uma média de 6,2 ao ano e um número significativo no período que corresponde aos anos de 2010 e 2011, com uma média simples de 8,7, correspondendo a 14,45% do total das publicações identificadas. Dentre os países de origem das publicações, destaca-se o Brasil com 84,72% das publicações, seguido do Chile com 5,98% e da Colômbia com 4,98%. Observa-se pequeno número de publicações (4,32%) nos demais países Latino-americanos. Os 301 artigos foram publicados em 53 periódicos. Destes, nove se destacam com maior número: a Revista Brasileira de Enfermagem (20,93%), seguida pela Revista da Escola de Enfermagem da USP (10,63%); Revista Latino-americana de Enfermagem (10,30%); Revista de Enfermagem da UERJ (7,97%); Revista Gaúcha de Enfermagem (6,98%); Revista Texto e Contexto da UFSC (6,64%), todas editadas no Brasil; na Revista Ciencia y Enfermeria, do Chile (3,99%), Revista da Escola de Enfermagem Anna Nery do Brasil e Revista Investigación y Educación en Enfermería, da Colômbia (3,32%).Com relação à natureza das pesquisas, observou-se maior número de estudos qualitativos representando 79,07 % dos artigos, e nos estudos quantitativos 16,94% dos artigos. Com relação ao referencial teórico, dos 301 artigos selecionados, 276 não o especificam nos resumos (91,69%); quatro artigos citam o referencial da Fenomenologia de Merleaut-Ponty (1,33%); seguido de Martin Heidegger e Edgar Morin, em três artigos (1% cada); a Pedagogia Problematizadora e o Referencial Metodológico do Materialismo Dialético em 2 artigos (0,66% cada). Apontam para a preocupação com a formação do enfermeiro para as políticas de saúde pública, para a formação docente e o processo ensino aprendizagem, porém são tímidas as publicações em relação às tecnologias associadas à educação à distância na área da saúde. Fleuri (4) observou que enquanto países em desenvolvimento tem ênfase na expansão quantitativa da educação baseada em tecnologias, países como Reino Unido e Estados Unidos da América assim como outros da Europa já tem dispendido mais energia na avaliação qualitativa das inovações. Embora exista amparo legal, no Brasil, em relação a essa modalidade, ainda existe resistência em relação a esse tipo de formação superior, principalmente, na área da saúde, pois há grande preocupação com a formação técnica (habilidades), e grande preocupação com a de qualidade pedagógica dessa modalidade. Do mesmo modo, até agora são tímidas e escassas a utilização das TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação, na modalidade de ensino presencial. Observa-se que a produção de enfermagem frente à formação para o MERCOSUL é um elemento importante para o crescimento e ascensão política do profissional enfermeiro no Brasil e no mundo. Como afirmam Cárdenas-Becerril et al (5), a formação profissional de enfermagem deve responder de maneira eficiente, integral, oportuna, assertiva e humanística as demandas que exige o cuidado da vida e a manutenção e restabelecimento da saúde do ser humano. **Conclui-se **que a presente bibliometria demonstrou que, nos últimos 10 anos, os estudos têm colocado em pauta o tema da formação em Enfermagem, em diferentes abordagens, no âmbito dos países que integram o MERCOSUL. Todavia, percebe-se alguns vazios importantes e que requerem maior atenção da categoria profissional. **Contribuições para Enfermagem **este estudo contribui com a discussão no campo da educação em enfermagem, ao apontar os temas sobre os quais a produção acerca formação do profissional em enfermagem no MERCOSUL tem se orientado.
Referências: 1 Dias-Franco EC, Soares AN, Bethony MFG. Currículo integrado no ensino superior em enfermagem: o que dizem os enfermeiros docentes. Enferm. Foco 2016; 7 (1): 33-36.
2 Lopes AC. Políticas de integração curricular. Rio de Janeiro: UERJ, 2008. |