E-Pôster
9834446 | DIAGNÓSTICO DA FORMAÇÃO ESPECIALIZADA EM ENFERMAGEM PEDIÁTRICA E NEONATAL NO BRASIL | Autores: Beatriz Rosana Gonçalves de Oliveira Toso ; Júlia Reis Conterno |
Resumo: **Introdução:** A atenção à saúde da criança e do neonato, no Brasil, recebeu importante alavancagem do Ministério da Saúde, por meio da portaria nº 1.130/2015, a qual instituiu a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), com o objetivo de promover e proteger a saúde da criança, com atenção para as que apresentam mais vulnerabilidade, articulando todos os serviços de saúde, através de sete eixos estratégicos, dentre eles, o acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento integral1. Para dar conta da atenção a esse grupo populacional, prescinde de uma equipe de saúde preparada para o cuidado a essa faixa etária, da qual fazem parte os enfermeiros e preferencialmente os enfermeiros pediatras. A sociedade que congrega esses profissionais, denominada Sociedade Brasileira de Enfermeiros Pediatras – SOBEP, certifica bianualmente os enfermeiros que se submetem a provas de conhecimento na área, com a outorga do título de especialista em enfermagem pediátrica ou neonatal2. Em face do exposto, questiona-se: Como ocorre a formação do enfermeiro pediatra na pós-graduação nas instituições de ensino nacionais? **Objetivo:** Diagnosticar a quantidade e qualidade de cursos de especialização em enfermagem pediátrica e neonatal oferecidos nas Instituições de Ensino Superior (IES) brasileiras, conhecer os projetos pedagógicos (carga horária, número de disciplinas, ementas das disciplinas, título ofertado) dos cursos de especialização em enfermagem pediátrica e neonatal, e por fim obter a quantidade de cursos de especialização em enfermagem pediátrica e neonatal ofertados pelas IES brasileiras. **Descrição metodológica:** Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo, transversal. O estudo tem abrangência nacional, uma vez que se pretende identificar os cursos de pós-graduação em enfermagem pediátrica, enfermagem em neonatologia, enfermagem em terapia intensiva pediátrica e neonatológica e cuidado da criança e do adolescente em todo o território brasileiro, em instituições públicas e/ou privadas. Identificou-se no banco de dados do e-MEC os cursos de especialização cadastrados e ativos na plataforma de dados desse órgão governamental. A coleta ocorreu no período de agosto e setembro de 2017. A partir desse banco de dados, cujos projetos estão disponíveis online e são documentos de acesso público, obteve-se as informações desejadas sobre os cursos de formação na área do estudo. Para identificação dos cursos foram utilizadas as palavras chave: enfermagem pediátrica e/ou em pediatria; enfermagem neonatal e/ou em neonatologia; terapia intensiva neonatal; terapia intensiva pediátrica; saúde da criança; saúde do adolescente; enfermagem obstétrica. Todas as palavras chaves foram cruzadas entre si. A busca ocorreu ao mesmo tempo por duas pesquisadoras e os resultados obtidos no banco de dados foram cruzados entre si, completando-se os dados faltantes em cada busca e excluindo-se os repetidos, até a obtenção do total de cursos. Os dados foram agrupados e a análise foi efetuada por meio de estatística descritiva, com números absolutos e relativos, apresentados em quadros e tabelas. **Resultados:** Foi encontrado um total de 186 cursos e especializações. A maioria dos cursos está concentrada na região sudeste, sendo 12,36% no Rio de Janeiro, seguidos de 17,20% em São Paulo. Em seguida destacam-se Bahia, com 8,06% e Distrito Federal, com 5,91%. Percebeu-se predomínio das especializações (96,23%, n=179) em relação às residências (3,76%, n=7). Quanto às subáreas das especializações, destacam-se: enfermagem pediátrica e neonatal (n=51, 28,49%), enfermagem em unidade de terapia intensiva e neonatal (n=42, 23,46%), obstetrícia e neonatologia (n=20, 11,17%), enfermagem em neonatologia (n=16, 8,93%), enfermagem obstétrica e terapia intensiva neonatal (n=14, 7,82%) e terapia intensiva neonatal (n=10, 5,58%). Em relação a frequência nos cursos, se presencial ou a distância, a maioria dos cursos foi presencial (n=178, 95,69%). Em relação a carga horária, as residências, cuja carga horária é maior, conforme preceito legal, variaram de 5.760 horas a 5.765 horas. Referente às especializações, a variação de carga horária foi enorme, desde a carga horária mínima, 360 horas, a mais de mil horas. Entre 360 e 399 horas foram 38 cursos (21,22%), a maioria ficou entre 400 a 499 horas (n=62, 34,63%), com 500 a 599 horas foram 33 cursos (18,43%), com 720 horas foram 32 cursos (17,87%) e com mais de 800 horas até 1480 horas foram cinco cursos (2,79%). Sobre o tempo de duração, a variação também foi grande, com o menor período de seis meses, para um curso, e o maior de 24 meses, para três cursos de especialização. As residências tiveram tempo de 23 meses em um curso e 24 meses nos outros quatro. Sobre o número de vagas disponibilizadas nas residências, houve variação de duas a 14 vagas. Já nas especializações, a variação foi maior, iniciando-se em quatro até 500 vagas. com uma oferta mínima de 20 a 40 vagas foram 43 (24,02%) instituições, de 41 a 60 vagas foram 44 (24,78%), de 61 a 80 vagas foi apenas uma (0,55%), de 81 a 100 vagas foram 51 instituições (28,49%), de 101 a 200 vagas foram 20 (11,17%), e de mais de 200 vagas a 500 vagas foram 13 casos (7,26%). **Conclusão: **O perfil encontrado para a pós-graduação em enfermagem pediátrica e neonatal no país mostra que a maioria dos cursos ofertados é na modalidade especialização (96,23%), concentrada no sudeste (29,56%), ofertados por instituições privadas (96,77%), com predomínio de cursos de especialização em enfermagem pediátrica e neonatal (28,49%), na modalidade presencial (95,69%), com carga horária entre 400 a 499 horas (34,63%), com oferta de 81 a 100 vagas (28,49%) e poucos cursos disponibilizam o projeto pedagógico online no site do ministério da educação (2,23%). **Contribuições para a enfermagem**: Identificar como tem ocorrido a formação do enfermeiro pediatra na pós-graduação nas instituições de ensino nacionais e sistematizar avanços e retrocessos do processo de formação de enfermeiros pediatras.
Referências: 1. SINGER, M. et al. The Third International Consensus Definitions for Sepsis and Septic Shock (Sepsis-3). JAMA, v. 315, n. 8, p. 801-810, 2016. Disponível em: Acesso em: 14 nov 2017.
2. ZAVARIZ, S. M. R. et al. Marcadores laboratoriais do choque séptico. Scientia Medica, Porto Alegre: PUCRS, v. 16, n. 1, jan./mar. 2006. Disponível em: . Acesso em 18 nov 2017.
3. DUTRA, C. S. K. et al. Diagnósticos de enfermagem prevalentes no paciente internado com sepse no Centro de Terapia Intensiva. Cogitare Enferm., v. 19, n. 4, p.747-54, 2014. Disponível em: . Acesso em: 16 nov 2016.
4. HERDMAN, T.H.(org.). Diagnósticos de enfermagem da NANDA International: definições e classificações – 2015-2017. Porto Alegre: Artmed, 2015.
5. ARAÚJO, D. D. et al. Predição de risco e incidência de olho seco em pacientes críticos. Rev. Latino-Am. Enfermagem, v. 24, 2016. Disponível em: . Acesso em: 16 nov 2017. |