E-Pôster
9829670 | INCLUIR O EXCLUÍDO: O ESTABELECIMENTO DA REDE DE ATENÇÃO PSICOSSSOCIAL | Autores: Marcos Eduardo Pereira de Lima ; Viviane Lins Araújo de Almeida ; Fabíola Chaves Fernandes ; Elaine Antunes Cortez ; Taylah Raphaela Sarmento Moreira Costa |
Resumo: Introdução: A Constituição Federal do Brasil de 1988 determina que: “A saúde é
direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem á redução do risco de doenças e de outros agravos e ao
acesso universal e igualitário ás ações e serviços para sua promoção, proteção
e recuperação”1. No Brasil existe mais de cinco mil municípios com populações
variáveis, além das diferenças populacionais e demográficas, a grande
diversidade dos perfis epidemiológicos, sanitários, sociocultural, e econômico
impôs ao Sistema Único de Saúde (SUS) admitir adequações no sentido de
respeita as especificidades da cada município e região para que a
universalidade e integralidade de atenção pudessem ser asseguradas a todos os
cidadãos. A Lei 8.080 de 1990 em seu Art. 7° parágrafo II, diz que no SUS a
integralidade de assistência deve ser entendida como um conjunto articulado e
contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e
coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do
sistema. Objetivos: Reconhecer a importância do profissional da Estratégia de
Saúde Família com o usuário de saúde mental na comunidade. Descrição
metodológica: Trata-se de estudo descritivo e reflexivo, de natureza
qualitativa que tem o intuito de relacionar a política nacional da atenção
básica com a política nacional de saúde mental e reforma psiquiátrica.
Resultados: O trabalho da desinstitucionalização implica envolvimento na
realidade do território e nas singularidades dos usuários em suas comunidades.
As equipes de saúde família podem contribuir para realizar uma clinica
comprometida com a defesa da vida, que respeite as inúmeras formas de viver,
de existir das pessoas e das famílias nos seus territórios. As dúvidas e
inseguranças por parte dos profissionais de saúde, inclusive o da enfermagem
podem levar a uma resistência desse fluxo de cuidado, mas faz processo
educativo. Os profissionais de saúde costumam pensar em casos de saúde mental
sempre com muitas dúvidas quanto aos limites de sua atuação, muitas vezes se
sentem improvisando quando usam a intuição e o bom senso, mas é importante
ressaltar que o trabalho em saúde não é comum ter esse tipo reflexões e
sensações, pois a construção do cuidado se dá no ato e no contato, logo o
profissional de saúde está continuamente em transformação. A ênfase numa visão
apenas biomédicas do processo de adoecimento produz uma negação da dimensão da
subjetividade presente no processo saúde-doença, o que não nos prepara para
lidar com afetos, recusas, subjetividades complexas que é a área da saúde
mental. Por isso é comum encontrar uma tendência dos profissionais a se
proteger, apegando-se á especificidade da sua competência profissional e a
convicção de que a complexidade dos cuidados em saúde mental não autorizaria o
generalista a desenvolver quaisquer ações eficazes neste campo. Experiências e
vivências têm mostrado realidades diferentes e bem sucedidas, incluindo
agentes comunitários de saúde capacitados para o acolhimento de demandas em
saúde mental; profissionais dos CAPS desenvolvendo atividades e discussão de
casos em unidades de saúde da família; equipes de atenção básica e de saúde
mental se corresponsabilizando pelo cuidado2. Algumas ações de saúde mental
são realizadas sem que os profissionais as reconheçam, muitas vezes os
profissionais das equipes de saúde da família se referir à importância de
escuta dos pacientes, procedimento muito comum no trabalho em saúde,
independente da função técnica específica do profissional. Não é raro os
profissionais oferecerem atenção e tempo para escuta. A Estratégia de Saúde da
Família com a composição multidisciplinar surge com a responsabilidade de
organizar e fortalecer a Atenção Básica e tem como objetivo focar nas ações de
prevenção, promoção da saúde e diagnóstico precoce de doenças não realizando
distinção do usuário, logo precisam estar preparados para as demandas e
necessidades que se apresentam no cotidiano do trabalho. Muitas ações de saúde
mental na atenção básica podem e devem ser realizadas por todos os
profissionais da saúde, no cuidado em saúde mental o mais importante será
sempre construir vínculos entre a equipe e os usuários, envolvendo os
profissionais da saúde da família e especialistas em saúde mental, visando o
cuidado no território de vida. Conclusão: A enfermagem por ser uma categoria
que atua muitas horas com as pessoas da comunidade pode e devem desmitificar
“trabalhar” a relação da pessoa com transtorno mental no território permitindo
a ampliação dessa rede de cuidado. Haja vista que a inserção do usuário de
saúde mental no dispositivo da atenção básica na comunidade onde mora é uma
conquista. Demonstra que a rede de atenção está sendo fortalecida e que
permite tratar o sujeito que possui algum transtorno mental como cidadão de
direito. Contribuições/implicações para a Enfermagem: Espera-se que os
trabalhadores da enfermagem que atuam em outros equipamentos da saúde possam
receber e reconhecer o usuário de saúde mental como pessoa dotada de direito e
possui necessidades de cuidado como qualquer outra pessoa; Reconhecer a
necessidade de estar aberto ao aprendizado no cotidiano do trabalho vivo em
ato, não deixando o pré-conceito dificultar seu cuidado humanizado.
Referências: 1. SMELTZER, S. C. et al. Brunner & Suddarth, tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 12 ed. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2014.
2. CDC - Centers for Disease Control and Prevention. HIV Among People Aged 50 and Over. September 21, 2017. Disponível em: . Acesso em: 19/11/2017.
3. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico HIV/AIDS. Ano V, n. 1. Brasília: Ministério da Saúde, 2016.
4. KRAMER, A. S. et al. Alterações Metabólicas, Terapia Antirretroviral e doença Cardiovascular em idosos Portadores de HIV. Arq Bras Cardiol 2009; 93(5) : 561-568. Disponível em: . Acesso em 19 nov 2017.
5. HERDMAN, T.H.(org.). Diagnósticos de enfermagem da NANDA International: definições e classificações – 2015-2017. Porto Alegre: Artmed, 2015. |