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9787008 | A CONSULTA DE ENFERMAGEM A BEIRA DO LEITO COMO FERRAMENTA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA O PORTADOR DE DIABETES MELLITUS | Autores: Liziane Conceição Goulart Boff ; Luciana Martins da Rosa ; Melissa Orlandi Honório Locks ; Amanda Espíndola de Andrade ; Laura Cavalcanti de Farias Brehmer |
Resumo: **A CONSULTA DE ENFERMAGEM A BEIRA DO LEITO COMO FERRAMENTA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA O PORTADOR DE DIABETES MELLITUS**
**INTRODUÇÃO: **A consulta de enfermagem é uma ferramenta de cuidado privativa do enfermeiro, que visa contribuir com a resolutividade das necessidades dos pacientes, por meio da construção de vínculos que facilitam as mudanças de hábitos ou estilo de vida dos usuários. Desse modo, a consulta de enfermagem configura-se um veículo de promoção do cuidado integral ao paciente portador de diabetes _mellitus_. O diabetes _mellitus_ é uma doença crônica de grande expressão em todo o mundo, sendo caracterizada por hiperglicemia persistente, resultante de defeitos na secreção e/ou na ação da insulina.1 Um dos papéis do enfermeiro no controle dessa doença é o apoio aos usuários no controle do adoecimento crônico, através da educação em saúde. A educação em saúde visa a comunicação do profissional de saúde com o usuário, que possibilita a construção de saberes e oferece subsídios para o fortalecimento da autonomia das pessoas no cuidado de si.2 Por meio da consulta de enfermagem é possível identificar os diagnósticos de enfermagem que, por sua vez, possibilitará a definição das intervenções a serem executadas, tendo como resultado a padronização da linguagem do cuidado prestado, propiciando a sistematização das informações e da assistência de enfermagem.1 **OBJETIVO: **Identificar os diagnósticos de enfermagem de pessoas com diagnóstico de diabetes _mellitus_ durante consulta de enfermagem a beira do leito. **DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: **Para o desenvolvimento da proposta foi associado atividades de extensão e pesquisa. As atividades de extensão abrangeram o processo de educação em saúde de pessoas com diabetes atendidas em um hospital universitários do sul do Brasil, por meio da consulta de enfermagem a beira do leito. As atividades de pesquisa (estudo exploratório e descritivo, com abordagem qualitativa e quantitativa) são resultantes do desenvolvimento dos dados coletados na consulta de enfermagem, onde foi avaliada a condição de saúde e de autocuidado dos diabéticos, bem como a percepção sobre o manual educativo ofertado durante atividade de extensão como ferramentas educativa. Foram incluídas (amostra não probabilística e seleção por conveniência) neste estudo pessoas com diagnóstico de diabetes internadas em Clínicas Cirúrgicas e Clínicas Médicas. O período de coleta de dados ocorreu de julho de 2017 a dezembro de 2017. **RESULTADOS: **Participaram do estudo 38 pacientes com diabetes _mellitus_, sendo 18 homens e 20 mulheres, com média de idade de 60 anos. Verificou-se que 100% dos pacientes entrevistados possuíam risco de glicemia instável. O risco de glicemia instável é um diagnóstico de enfermagem definido como a “vulnerabilidade à variação dos níveis de glicose/açúcar no sangue em relação à variação normal, que pode comprometer a saúde”.3 Dessas pessoas, 29 apresentaram sintomas de hipoglicemia e 32 apresentaram sintomas de hiperglicemia, ambos relacionados ao último mês. De acordo com a classificação de diagnósticos da NANDA-I, um dos fatores de risco envolvidos no risco de glicemia instável inclui: atividade física diária menor que a recomendada para a idade e o gênero, aumento de peso excessivo, condição de saúde física comprometida, conhecimento insuficiente do controle da doença, controle insuficiente do diabetes e ingestão alimentar insuficiente. Neste estudo, evidenciou-se que 52,6% não praticam nenhum tipo de atividade física, 50% estão com o Índice de Massa Corporal (IMC) acima dos valores recomendados e 81,6% demonstram conhecimento parcial sobre a doença e suas complicações. Outros diagnósticos de enfermagem foram: estilo de vida sedentário (19 pacientes), disposição para conhecimento melhorada (17 pacientes), disposição para autocontrole da saúde melhorado (15 pacientes), conhecimento deficiente (14 pacientes), risco de infecção (13 pacientes), deambulação prejudicada (11 pacientes), autocontrole ineficaz da saúde (10 pacientes), disposição para nutrição melhorada (9 pacientes), ansiedade (8 pacientes), integridade da pele prejudicada (8 pacientes), comportamento de saúde propenso a risco (7 pacientes), risco de integridade da pele prejudicada (6 pacientes), intolerância à atividade física (6 pacientes), nutrição desequilibrada: mais que as necessidades corporais (4 pacientes), nutrição desequilibrada: menos que as necessidades corporais (3 pacientes), risco de perfusão tissular periférica ineficaz (3 pacientes), risco de desequilíbrio eletrolítico (2 pacientes), débito cardíaco diminuído (2 pacientes), medo (2 pacientes), risco de nutrição desequilibrada: mais que as necessidades corporais (1 paciente), risco de perfusão renal ineficaz (1 paciente). **CONCLUSÃO: **O risco de glicemia instável foi o diagnóstico presente em todos os pacientes, evidenciando a importância da educação em saúde, visto que a maioria dos fatores de risco para tal diagnóstico é modificável. **CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÕES PARA ENFERAMGEM:** A consulta de enfermagem a beira do leito permite a identificação de diagnósticos de enfermagem, que, por sua vez, auxiliam no reconhecimento dos fatores de risco relacionados aos mesmos, configurando-se importante recurso que norteia os enfermeiros no processo de tomada de decisão clínica. A identificação dos fatores de risco ajuda os enfermeiros na prática clínica a planejar e implementar estratégias de cuidado para melhorar os resultados em saúde de pessoas com diabetes. **DESCRITORES: **Diabetes Mellitus; Consulta de Enfermagem; Diagnóstico de Enfermagem.
TEMA 2: Integração ensino-serviço-comunidade como estratégia para a formação
profissional e consolidação da Sistematização da Assistência de Enfermagem.
**REFERÊNCIAS**
1. Scain Suzana Fiore, Franzen Elenara, Santos Luciana Batista dos, Heldt Elizeth. Acurácia das intervenções de enfermagem para pacientes com diabetes mellitus tipo 2 em consulta ambulatorial. Rev. Gaúcha Enferm [Internet]. 2013 [cited 2018 Feb 15]; 34(2):14-20. Available from:
2. Almeida Edmar Rocha; Moutinho Cinara Botelho; Leite Maisa Tavares de Souza. A prática da educação em saúde na percepção dos usuários hipertensos e diabéticos. Saúde debate [Internet]. 2014 [cited 2018 Feb 15]; 38(101): 328-37Available from:
3. Teixeira Andressa Magalhães, Tsukamoto Rosangela, Lopes Camila Takáo, Silva Rita de Cassia Genco e. Risco de glicemia instável: revisão integrativa dos fatores de risco do diagnóstico de enfermagem. **Rev Latino-Am Enfermagem **[Internet]. 2017 [cited 2018 Feb 15]; 25: e2893. Available from: <>
Referências: 1- SENA AC, NASCIMENTO ERP, MAIA ARCR. Prática do enfermeiro no cuidado ao paciente no pré-operatório imediato de cirurgia eletiva. Revista Gaúcha de Enfermagem. 2013 set; 34( 3):133-137.
2- SILVA DAR, PATRÍCIA K. Possibilidades e Práticas da Sistematização da Assistência de enfermagem Perioperatória. Revista Uningá . 2015 jan 13; 21(3):20-26.
3- BORDENAVE JD, PEREIRA AM. Estratégias de ensino-aprendizagem. 33th ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2015. |