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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 9776581

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9776581

O CUIDADO AO IDOSO FRÁGIL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE: PROGRAMA MAIS VIDA.

Autores:
Lirica Salluz Mattos Pereira ; Sonia Maria Soares

Resumo:
**                     O CUIDADO AO IDOSO FRÁGIL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE: PROGRAMA MAIS VIDA.**                Lirica Salluz Mattos Pereira _Sonia Maria Soares_ **Introdução:**As interações de fatores biológicos, psicológicos e sociais ao longo da vida, culmina em um estado de maior vulnerabilidade que podem comprometer a autonomia e independência do idoso, o que tem sido associado ao surgimento de incapacidade funcional, dependência em atividades da vida diária e, mais recentemente, à fragilidade. **Objetivos**: O objetivo geral desse estudo foi analisar como ocorre o cuidado ao idoso frágil pelos profissionais das equipes de Estratégia Saúde da Família e Núcleo de Apoio à Saúde da Família da Atenção Primária à Saúde, a partir da implementação do plano de cuidados elaborado pela equipe multiprofissional do Centro Mais Vida. Os objetivos específicos foram: analisar o cuidado ofertado ao idoso frágil pelos profissionais das equipes de Estratégia Saúde da Família e Núcleo de Apoio à Saúde da Família da APS na perspectiva das ações e articulações previstas no Programa Mais Vida;analisar o perfil do idoso frágil a partir dos planos de cuidados elaborados pelos profissionais da equipe multiprofissional do Centro Mais Vida; identificar a classificação clínico-funcional dos idosos atendidos pelo Centro Mais Vida tendo como referência os distritos sanitários do Município de Belo Horizonte;  caracterizar os idosos atendidos pelos profissionais da equipe multiprofissional do Centro Mais Vida de acordo com a sua classificação clínico funcional (IVCF-20). **Metodologia:**Trata-se de estudo descritivo, exploratório e transversal, desenvolvido utilizando a abordagem quantiqualitativa.  O cenário de estudo definido foi o Centro Mais Vida e Unidades Básicas de Saúde dos distritos sanitários Centro-sul, Nordeste e Venda Nova, no município de Belo Horizonte. Os sujeitos da pesquisa foram 34 profissionais de saúde de nível superior da Equipe Saúde da Família (ESF) e do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). A coleta dos dados foi realizada em duas etapas, sendo a primeira parte composta pela análise documental de 362 planos de cuidado para identificar o perfil e a classificação clínico -funcional dos idosos atendidos no Programa Mais Vida. A segunda etapa da coleta de dados foi realizada através de entrevista individual com os profissionais da ESF e NASF. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada e analisados pela técnica de Análise de Conteúdo Temática, com orientação teórica metodológica da Teoria da Complexidade de Morin. Durante todas as etapas do estudo foi considerada a Resolução nº 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde. **Resultados:**Identificou-se na análise dos planos de cuidados que dos 187 idosos frágeis, 70,44% eram do sexo feminino e 51,3% estudaram em média de um a quatro anos. Na avaliação das atividades de vida diária, apenas 8% eram totalmente independentes e 6,4% completamente dependentes. Identificou-se que 26% tinham diagnóstico prévio de Diabetes Mellitus Tipo 2, 73% de Hipertensão Arterial Sistêmica e 9% Doença Renal Crônica. A insônia foi citada por 28% dos idosos e 37% tinham depressão. Identificou-se que 71% dos idosos estavam eutróficos, 16% com algum grau de obesidade e 5% com hiporexia ou perda de peso não intencional e desnutrição. A incontinência urinária por urgência foi citada por 17% de idosos e 65% apresentava algum grau de instabilidade postural. Destaca-se que 62% dos idosos apresentaram alguma alteração cognitiva e 51% foram encaminhados para a geriatria de referência. Na análise qualitativa emergiram as seguintes categorias e subcategorias: O cuidado ao idoso frágil na Atenção Primária à Saúde e as subcategorias a fragmentação do cuidado ao idoso frágil e o cuidado ao idoso frágil: desafios e as perspectivas para a integralidade do cuidado; além das seguintes categorias: Programa Mais Vida: ferramenta para a linha de cuidado do idoso frágil nas Redes de Atenção à Saúde; Plano de Cuidados: o percurso, as estratégias e os desafios para o processo de implementação; A educação permanente na área de geriatria e gerontologia e a supervisão clínica como apoio no cuidado ao idoso frágil. Conclusão: Constatou-se se que há um reducionismo nas ações de saúde, orientada pelo modelo hegemônico biomédico, acarretando na fragmentação do cuidado e um modelo de atenção à saúde com enfoque no agudo e voltado a doença, sendo que não há estratégias específicas para esse ciclo de vida. Nesse contexto, o Programa Mais Vida é considerado por alguns profissionais uma ferramenta para a linha de cuidado do idoso frágil nas Redes de Atenção à Saúde, porém nota-se um conhecimento incipiente e falta de clareza dos profissionais em relação ao Programa. Na implementação do plano de cuidados há adaptações conforme a realidade vivenciada por cada idoso, bem como ponderações quanto às intervenções indicadas, visto que os profissionais avaliam e definem a conduta de acordo com o histórico de saúde do idoso e o seu contexto socioeconômico. Entre os dificultadores que impactam o processo de implementação foi identificado a falta de articulação, comunicação e integração dos profissionais da APS e do CMV, a ausência de informação sobre o retorno do idoso, a logística de entrega dos resultados de exames e o acesso ao plano de cuidados, além da falta de suporte familiar. Há menção que o autocuidado é comprometido nos casos de analfabetismo e incapacidade cognitiva. Evidencia-se também a carência de capacitação e educação permanente na área de geriatria e gerontologia, o que impacta no cuidado ofertado. Sugere-se então a construção de uma linha de cuidado para a saúde do idoso, criação de grupos e espaços de lazer pautados no envelhecimento, criação de estratégias de apoio por meio de visitas domiciliares sistematizadas e ações direcionadas ao cuidador, instituição de reuniões de matriciamento entre as equipes. **C****ontribuições/implicações para a Enfermagem:** O Programa Mais Vida inclui a participação continua de estudantes de enfermagem e de residentes enfermeiros que tem atuado diretamente na assistência a idosos com risco de fragilidade. Assim, por meio de uma formação integrada e interdisciplinar tornam-se multiplicadores de praticas avançadas no sentido de detectar precocemente fatores de risco que levam à fragilidade da pessoa idosa. Ao mesmo tempo tem contribuído na implementação de programas de capacitação e educação permanente para profissionais da rede de atenção primaria.


Referências:
1 - WEEKES, C.V, HAAS, B.K; GOSSELIN, K.P. Expectations and self-efficacy of African American parents who discuss sexuality with their adolescentsons: an intervention study. Public Health Nurs., v. 31, n. 3, p. 253-261, 2014. 2 - RABIN, Eliane Goldberg; WATERKEMPER, Roberta; CAREGNATO, Rita Catalina. Aquino; SOUZA, Emiliane Nogueira. Falando sobre sexualidade na adolescência: relato de experiência. Revista Brasileira de Extensão Universitária, Chapeco, SC v. 5, n. 1, p. 7-11, jan./jun. 2014. 3 - BRASIL. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico HIV/Aids, ano V, n0 01, 27ª a 53ª semanas PROEX - Página 8 de 12 epidemiológicas - julho a dezembro de 2015, 01ª a 26ª semanas epidemiológicas - janeiro a junho de 2016, Brasília, 2016b. 4 - FARIA FILHO, Edson Arantes et al . Concepções sobre drogas por adolescentes escolares. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 68, n. 3, p. 517-523, jun. 2015. 5 - CABRAL, IE. O método criativo e sensível: alternativa de pesquisa em enfermagem. In : GAUTHIER, JHM et al : Pesquisa em enfermagem: novas metodologias aplicadas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,1998. p. 177-203.