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9774470 | CONTRIBUIÇÕES DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO PARA A FORMAÇÃO DO ENFERMEIRO NA ÁREA DE GESTÃO DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE: relato de experiência | Autores: Silmara da Costa Maia ; Heloisa Beatriz Machado |
Resumo: **Introdução:** O Estágio Curricular Supervisionado (ECS) é importante componente do projeto pedagógico do Curso de Enfermagem da Univali, evidenciando a indissociabilidade entre teoria e prática; contribuindo para o aperfeiçoamento da ação formativa. Proporciona articulação e integração entre academia e serviço a partir da dinamicidade entre o saber, o saber fazer e o saber ser; entre situação de formação e situação de trabalho. Constitui componente curricular e que oportuniza a efetiva relação teoria-prática, com destaque no aprofundamento da significação da postura reflexiva e crítica do professor e do aluno a partir da inserção e problematização da realidade1. No ECS as competências são desenvolvidas no formato de vivências pedagógicas inter e transdisciplinares, priorizando as funções do enfermeiro como ensino, pesquisa, assistência, gerenciamento e participação política, na forma de intervenção ecoformativa permanente na sociedade e natureza. Os estágios têm como eixo estruturante a atenção básica, a clínica ampliada, o perfil epidemiológico e a realidade _loco _regional. A concepção de ecoformação e transdisciplinaridade vislumbra articulação da educação de forma solidária e co-participativa, como um conjunto de competências e habilidades gerais e específicas, humanizadas e essenciais à formação do profissional generalista, crítico e reflexivo, capaz de problematizar e assumir desafios em defesa da sustentabilidade e melhoria da qualidade de vida da população2. Essas concepções em prática nos estágios têm sido consideradas um diferencial na formação do graduando em enfermagem, pois estimula mudanças importantes na formação profissional, contribuindo para a futura inserção profissional, em todos os níveis de complexidade do sistema de saúde. Nesta perspectiva, as atividades dos estágios seguem uma prática dialógica de construção do conhecimento, envolvendo o processo saúde-doença, o cuidado integral e resolubilidade das ações de acordo com as reais necessidades da população e práticas de gestão solidárias e articuladas a essas necessidades. **Objetivo: ** Identificar a contribuição do ECS para a formação do enfermeiro e para a consolidação da RAS (Rede de Atenção à Saúde) no município através de mecanismos efetivos de gestão compartilhada com o serviço. **Descrição metodológica: **Constitui um relato das experiências vividas pelos alunos matriculados na disciplina ECS do 10 período no ano de 2017. No primeiro semestre foram 27 alunos e destes 9 foram para a área hospitalar e 18 para a área de saúde coletiva. No segundo semestre tivemos 8 alunos na gestão hospitalar e 9 na gestão em saúde coletiva, totalizando 17 alunos. Os instrumentos utilizados para análise das vivências foram o portfólio individual do aluno que contém o planejamento diário das atividades desenvolvidas, a fundamentação teórica dos temas gerenciais mais utilizados na semana e a reflexão sobre a aplicação destes na prática e as atitudes do enfermeiro do serviço onde está atuando. Os estágios no Curso de Enfermagem estão organizados em duas modalidades: os estágios básicos que acontecem do 4º ao 7º período e o ECS que é realizado nos últimos três semestres do Curso, totalizando 870 horas, integralizadas no 8º (285h), 9º (285h) e 10º períodos do curso (300h), perfazendo 21,72% da carga horária total do Curso. No 8º período a ênfase é na gerencia de unidades hospitalares, no 9º período o aluno vivencia a gerencia na atenção básica e no 10º período na “gestão” da rede de atenção à saúde, sendo que o aluno pode optar pela área hospitalar ou de saúde coletiva. **Resultados: **Os estágios foram desenvolvidos na área hospitalar na coordenação das clinicas, coordenação das UTIs, gestão de leitos e Educação Continuada. Na área de gestão em saúde coletiva os campos foram: Departamento de Atenção Básica, Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, Centro de Referência para a Saúde da Mulher e da Criança, Centro de Referência em Doenças Infecciosas, Gerência Regional de Saúde, bem como um ambulatório especializado. Com relação a gestão, esta tem um papel estratégico para o alcance dos objetivos organizacionais e exige conhecimento específico e o exercício de ações complexas como gerenciar gastos, materiais, processos, incluindo processo de trabalho e supervisão de serviços e ações que são essenciais para o desenvolvimento social e a qualidade de vida da população. Ao final do semestre a avaliação dos instrumentos citados mostrou que os alunos reconhecem a importância do estágio na área de gestão para sua formação profissional e destacam o exercício das funções do enfermeiro com maior autonomia, uso do planejamento e da tomada de decisões de maneira crítica e responsável, a capacidade de assumir responsabilidades como se fosse o enfermeiro do serviço, a valorização do seu trabalho pela equipe, a integração com outros profissionais envolvidos na gestão, a busca de conhecimento através de metodologias ativas, o conhecimento da estrutura da RAS e de suas necessidades e a complexidade do trabalho do enfermeiro no nível de gestão. A Portaria GM no 4279 de 2010 estimulou a organização de redes integradas de atenção à saúde nos sistemas municipais e estaduais de saúde, como forma de garantir a integralidade, universalidade e equidade da atenção à saúde da população brasileira3. A Portaria define as RAS como arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas que, integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado. Utilizando estas organizações os relatórios de atuação, apresentados nos serviços, mostraram intensa produção técnica gerencial, voltadas a organização, supervisão, controle e avaliação com a produção de protocolos, elaboração de instrumentos de controle de custos e materiais, elaboração de manuais de normas e rotinas, fluxogramas, projetos de educação permanente, coordenação de campanhas municipais entre outros. No momento da apresentação do relatório final do estágio, os enfermeiros de campo também avaliam o estágio e a vivência dos acadêmicos e os resultados tem mostrado o crescimento dos mesmos em conhecimento, comunicação e postura profissional. Já no portfólio, no item contribuição do estágio para sua formação profissional, muitos declaram ter sido o melhor estágio durante o curso e o que oportunizou aprendizagem significativa. Também reconhecem o desconhecimento de algumas áreas antes do estágio como a Vigilância Epidemiológica e suas gerencias, as instâncias regionais de saúde e a gestão compartilhada com os municípios envolvidos, a gestão de leitos, entre outros. **Conclusão:** o estágio com ênfase na gestão da RAS tem sido considerado inovador e fundamental para a formação do enfermeiro generalista, já que está alinhado aos objetivos, ao perfil profissional e a metodologia proposta pelo Curso, bem como às Diretrizes Curriculares Nacionais. Tem contribuído para a integração ensino-serviço, para o conhecimento da realidade local, o desenvolvimento de projetos e ações prioritárias compartilhadas e pensadas pelas equipes gestoras para melhorar a qualidade dos serviços de saúde aos usuários e as equipes de saúde.
Referências: REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: diabetes mellitus. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. (Caderno de Atenção Básica n. 36).
FARIAS, G. B. A interconsulta em serviços de atenção primária à saúde. Disponível em: . Acesso em:07 janeiro, 2017.
MADEIRO, A.T.; BANDEIRA, F.G.;FIGUEIREDO,C.R.L.V. A estreita relação entre diabetes edoença periodontal inflamatória. Odontologia. Clin.Cientif. , Recife, 4(1):07-12, jan/abr., 2005 |