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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 9736598

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9736598

CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS PARA O ENSINO SIMULADO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores:
Kelli Pazetto Dela Giustina ; Greice Lessa ; Ranusia Talamini Garcia ; Karla Pickler Cunha ; Lucas Correa Preis

Resumo:
**Introdução:** A enfermagem tem como foco de estudos e práticas o cuidado integral e individual dos clientes, utilizando-se da tecnologia somada às relações interpessoais para organizar e planejar as demandas de cuidado, gerenciais e científicas. O processo de enfermagem (PE) destaca-se como um instrumento metodológico e uma estratégia de implementação de cuidado integral durante as atividades assistenciais de enfermeiros,1 conhecido internacionalmente e apresentada no Brasil através da enfermeira Wanda de Aguiar Horta na década de 1960 e reconhecida anos mais tarde pelo Conselho de Federal de Enfermagem como Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE). A execução da SAE é uma atividade privativa do enfermeiro segundo a Lei do Exercício Profissional nº 7.498/86 e a Resolução do Conselho Federal de Enfermagem nº 358/2009 e a sua implantação deve ser realizada em toda a instituição de saúde pública e privada, organizando o trabalho profissional no que se refere ao método, pessoal e instrumentos.2-3 Trata-se de uma atividade sistemática e dinâmica que visa à prestação de cuidados humanizados e eficientes, desenvolvido através de atividades direcionadas ao cuidado individualizado. Impulsiona os enfermeiros a analisar constantemente sua prática e discutir como poderiam desenvolvê-la com eficácia e qualidade resultando na melhoria e assistência integral durante o cuidado prestado pelos mesmos.1 Durante o processo de formação de um indivíduo para a prática profissional de assistência à saúde, a experiência clínica é uma parte significativa da formação, uma vez que prepara os graduandos para a prática da profissão, não sendo diferente durante o processo de ensino-aprendizagem sobre a SAE. Todavia, em muitas ocasiões, a falta de autoconfiança dos alunos diminui o desempenho esperado e aumenta os níveis de ansiedade, afetando o graduando negativamente. Por esse motivo, é importante adotar estratégias de ensino que promovam a aprendizagem, diminuam a ansiedade e o estresse, bem como aumentem a autoconfiança. O uso do ensino simulado tem se mostrado como uma importante ferramenta do processo de ensino-aprendizagem, promovendo o contato prévio do estudante com as intervenções de enfermagem em ambientes controlados, que permitem o erro, o treino e a repetição, antes da vivência em situação real que possam trazer comprometimentos e eventos adversos aos pacientes que estejam sob os seus cuidados.4 **Objetivo:** Relatar a experiência de enfermeiros docentes na construção de cenários para o ensino simulado da Sistematização da Assistência de Enfermagem, visando permitir que os estudantes desenvolvam desempenho prático e a aquisição de habilidades psicomotoras, atitudinais e cognitivas. **Descrição metodológica:** Trata-se de um estudo do tipo relato de experiência acerca do desenvolvimento de cenários para o ensino simulado de estudantes de graduação em enfermagem sobre Sistematização da Assistência de Enfermagem para acadêmicos do terceiro semestre de formação que teriam contato pela primeira vez a temática da SAE. O cenário foi desenvolvido a partir de cinco encontros/reuniões realizadas com três professores de ensino superior. Todos tinham formação em enfermagem, sendo um mestrando em enfermagem com estudos e experiências prévias em simulação clínica, uma mestra em saúde coletiva e uma doutoranda em enfermagem. Os recursos financeiros e materiais necessários para o desenvolvimento dos cenários foram arcados pela instituição de ensino superior da qual os autores pertencem. **Resultados:** As atividades e encontros inerentes ao processo de desenvolvimento do cenário de ensino simulado foram realizadas em data e local previamente acordados para que todos os autores pudessem estar presentes e contribuir com suas respectivas opiniões no desenvolvimentos dos cenários. O primeiro encontro acerca do processo de desenvolvimento dos cenários destinou-se ao levantado dos recursos materiais que seriam necessários para o desenvolvimento prático da atividade simulada junto aos alunos. Assim, levando em conta que a instituição de ensino superior onde a atividade de ensino simulado foi realizada não contava com laboratórios e manequins de alta fidelidade, os cenários foram desenvolvidos para a utilização de atores, também chamados cientificamente de pacientes estandardizados ou padronizados. Com base nestas definições, as atividades do grupo de autores dos cenários destinaram-se ao desenvolvimento dos casos clínicos a serem apresentados aos alunos durante a atividade simulada. Levando em conta que a turma de para a qual a atividade simulada destinava era composta por um total de 25 alunos e para tornar a atividade de simulação qualitativa para o processo de ensino-aprendizagem sobre SAE, dividiu-se a turma em cinco grupos compostos por cinco alunos e criaram-se assim, um total de cinco casos clínicos deferentes para o desenvolvimento da simulação. Os casos clínicos estavam voltados as seguintes situações clínicas: paciente morador de rua com quadro de desidratação severa; paciente portador de HIV/AIDS com quadro de diarréia severa; paciente com quadro de depressão apresentando risco suicida; paciente com ingesta insuficiente de alimentos resultando em nutrição desequilibrada; e paciente com quadro de incontinência urinária. Assim, criaram-se de forma fictícia cinco prontuários de pacientes constando ficha de primeiro atendimento, ficha de prescrições médicas e fichas de evoluções de enfermagem com as respectivas informações de cada caso clínico supracitado. Os respectivos prontuários apresentavam ainda informações assistenciais já realizadas anteriormente da atividade simulada e informações assistenciais a serem realizadas durante o processo assistencial aos pacientes no fictício serviço de saúde. Todas as fases propostas cientificamente no desenvolvimento de atividades de simulação clinica foram levadas em conta durante o processo de construção dos cenários, sendo as mesmas planejadas para a realização durante a operacionalização do ensino simulado. **Conclusão:** A prática de simulação clínica na graduação de enfermagem, não necessariamente precisa de laboratórios de alta fidedignidade. É possível criar cenários de baixa fidedignidade, porém que proporcionem ao aluno e professor utilizar a simulação como forma de aprendizagem. **Contribuições/implicações para a Enfermagem:** A simulação clínica pode ser utilizada como estratégia para formação de profissionais de enfermagem competentes e dinâmicos, conforme preconizado pelas diretrizes curriculares nacionais para enfermagem.


Referências:
1. ABENDROTH M, GREENBLUM CA, GRAY JA. The value of peer-led support groups among caregivers of persons with Parkinson´s disease. Holistic Nursing Practice, 28(1): 48-54, 2014. 2. MELEIS AI. Theoretical nursing: development and progress. 5th ed. Philadelphia, PA: Wolters Kluwer/ Lippincont Williams & Wilkins, 2012. 3. NANDA Internacional. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2015-2017. Porto Alegre: Artmed; 2015