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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 9694336

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9694336

UTILIZAÇÃO DE INFOGRÁFICO COMO FERRAMENTA DIDÁTICO-PEDAGÓGICA NO ENSINO DE ENFERMAGEM

Autores:
Denise Maria de Almeida ; Valéria Marli Leonello

Resumo:
Um dos inúmeros desafios do processo de formação em enfermagem, em especial, nos anos iniciais do curso, é aproximar o estudante da prática profissional, especificamente, da  compreensão do trabalho de enfermagem enquanto prática social, inserida no processo de trabalho em saúde (Peduzzi, Silva e Lima, 2013). Igualmente desafiador é promover a articulação entre o conhecimento teórico abordado por meio de referenciais teóricos sobre processo de trabalho em saúde e a prática de enfermagem realizada por enfermeiras que atuam em diferentes serviços que compõem a rede de atenção em saúde. Para os estudantes de enfermagem do primeiro ano, esses desafios são evidentes, pois em sua maioria, tem um conhecimento da enfermagem baseado no imaginário social e também são egressos de um ensino médio ou de cursinhos pré-vestibulares, com ênfase na transmissão de conteúdos. Por isso, é necessário pensar em estratégias e ferramentas que possam apoiar professores a promover um aprendizado que possibilite ao estudante o exercício dessa articulação teórico-prática. **Objetivo:** descrever a experiência de utilização da ferramenta infográfico como estratégia de ensino e de avaliação, simultaneamente, em disciplina que aborda o tema “processo de trabalho em enfermagem” para ingressantes do curso de graduação em enfermagem de uma universidade pública do estado de São Paulo. **Descrição metodológica: **o infográfico, uma ferramenta que objetiva sintetizar uma informação de forma didática, por meio do uso de imagens, desenhos, gráficos e outros elementos visuais (Caetano e Ribeiro, 2014), foi utilizado como estratégia de ensino e de avaliação para promover a articulação entre o conteúdo abordado e a prática profissional de enfermagem, por meio da reflexão e a síntese dos principais elementos do processo de trabalho de enfermagem em diferentes dimensões: gerencial, assistencial e educativa. Os oitenta estudantes do primeiro ano do curso de bacharelado foram orientados, com relação ao uso da ferramenta, por uma enfermeira educadora, com experiência no uso de infográfico. Essa orientação durou cerca de duas horas, com a apresentação dos principais objetivos do infográfico e sua forma de construção. Foram disponibilizados alguns links para a construção o infográfico de maneira gratuita e on-line. Após conhecerem os principais aspectos da ferramenta, os alunos participaram de uma mesa redonda com enfermeiras de seis diferentes serviços que compõem a rede de atenção em saúde (estratégia saúde da família, centro de atenção psicossocial, programa de atenção domiciliaria hospitalar da rede secundária, unidade de terapia intensiva de hospital de nível secundário, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, hospital oncológico de nível terciário e, centro de ensino e formação profissional em enfermagem). A mesa foi realizada com o objetivo dos estudantes ingressantes se apropriarem do trabalho de enfermeiras em diferentes serviços, discutindo e esclarecendo dúvidas sobre o trabalho realizado. Além disso, a disciplina trabalha com o referencial de Trabalho em saúde e processo de trabalho , considerando a enfermagem como uma prática social e como parte do processo de trabalho em saúde, com elementos, agentes, instrumentos e finalidades que podem ser distintos a partir da dimensão do trabalho analisada: assistencial, gerencial e educativa (Peduzzi, Silva e Lima, 2013). Desta forma, os estudantes tem a oportunidade de relacionar o referencial estudado com o trabalho realizado e apresentado pelas enfermeiras durante a mesa redonda. Após a mesa redonda e a aproximação com o referencial adotado, a professora responsável pela disciplina, orientou os estudantes a construir o infográfico, em duplas, com o objetivo de fazer uma síntese dos principais elementos do processo de trabalho de enfermeiras em diferentes serviços de compõem a rede de atenção em saúde. Cada dupla trabalhou somente com um dos processos de trabalho apresentados, ou seja, em média, treze duplas para cada um dos seis processos de trabalho apresentado pelas enfermeiras. As duplas também receberam os critérios de avaliação que seriam utilizados pela professora e educadora para avaliar o infográfico, com o objetivo de tornar claro o processo de avaliação e também nortear o trabalho realizado pelos estudantes. A construção do infográfico em duplas teve como objetivo promover a discussão entre os estudantes e, ao mesmo tempo, possibilitar que ambos pudessem experimentar o uso da ferramenta, o que seria inviável, em grupos maiores. Para viabilizar a construção do infográfico, também foi reservada uma sala de computadores conectados à internet, com a presença da professora e enfermeira educadora. O período proposto para construção do infográfico foi estipulado em quatro horas e realizado dentro da carga horaria da disciplina. Ao final do processo, cada dupla fez o envio de seu infográfico via ambiente virtual de aprendizagem, utilizado pela disciplina. **Resultados:** A utilização do infográfico como estratégia de ensino e de avaliação dos estudantes mostrou-se muito satisfatória na percepção da professora, da educadora e dos estudantes. Por meio dessa ferramenta é possível exercitar a síntese sobre o assunto abordado, o que implica em retomar os conteúdos, articulando com o que foi apresentado pelas enfermeiras na mesa redonda e, por fim, a reflexão, no momento de planejamento e construção do infográfico. A orientação sobre o uso da estratégia e suas principais características também foram fundamentais para o processo, embora os estudantes, em sua maioria jovens, tiveram muita facilidade no uso da ferramenta on-line. Muitas duplas exploraram de maneira criativa o uso das ferramentas disponíveis, utilizando materiais on-line, vídeos, notícias de jornais e imagens, além de construírem esquemas e fluxogramas pertinentes ao conteúdo abordado. O tempo de duração, estipulado em quatro horas, mostrou-se insuficiente, pois muitas duplas, precisaram estender o período para conclusão da atividade. Desta forma, pela experiência relatada, é necessário um tempo médio de seis horas para a construção. O instrumento de avaliação facilitou a atividade e deixou o processo avaliativo mais claro. Ao final do processo, cada dupla teve a oportunidade de discutir a nota referente ao infográfico com a professora e educadora. Também foi oportunizado que os estudantes falassem abertamente sobre o uso da ferramenta, sendo destacado a necessidade de tempo maior, como já destacado e a sugestão de socializar os infográficos entre os estudantes. **Considerações e contribuições para o ensino de enfermagem:** o uso do infográfico mostrou-se favorável como estratégia de ensino e de avaliação dos estudantes, contribuindo para a articulação do conhecimento teórico-prático e também o exercício da reflexão e da síntese pelos estudantes. Destaca-se que para sua utilização, é imprescindível o planejamento, com uma sequencia de ações  (orientação para o uso da ferramenta, articulação com os conteúdos abordados na disciplina, definição clara dos critérios de avaliação, devolutiva da atividade com os estudantes e avaliação final referente ao uso da estratégia), bem como infraestrutura física e tecnológica (sala com computadores, conectados à internet) adequadas para realização da atividade.


Referências:
1. Associação Brasileira de Transplante de órgãos. Dimensionamento dos transplantes no Brasil e em cada estado. Registro Brasileiro de Transplantes. 2017; 23(4): 1-99. Disponível em: . Acesso em: 5 mar. 2018 2. International Registry in Organ Donation and Transplantation. International Registry in Organ Donation and Transplantation: final numbers 2016. International Registry in Organ Donation and Transplantation. 2017. Disponível em: . Acesso em: 5 mar. 2018 3. Siqueira MM et al. Indicadores de eficiência no processo de doação e transplante de órgãos: revisão sistemática da literatura. Rev. Panam. Salud Publica. 2016; 40(2): 90–97. 4. Cooper HM. Scientific guidelines for conducting integrative research reviews. Review of Educational Research. 1982; 52(2): 291-302.