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9675908 | FREQUÊNCIA DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM RISCO DE ÚLCERA
POR PRESSÃO EM PRONTUÁRIOS DE PACIENTES HOSPITALIZADOS EM
UMA UTI DO ESTADO DE SANTA CATARINA | Autores: Alexsandra Martins da Silva ; Cristiane Marolli ; Tatiana Gaffuri da Silva ; Eliane Regina Pereira do Nascimento ; Katia Cilene Godinho Bertoncello |
Resumo: Introdução: Ao longo dos anos a enfermagem tem passado por transformações na
busca por qualificação, autonomia e visibilidade no cenário dos serviços de
saúde. Unindo esforços no sentido de abraçar causas como a implantação da
Sistematização da Assistência de Enfermagem bem como do Processo de Enfermagem
(PE), que é um método de trabalho que integra o cuidado e possibilita ao
enfermeiro utilizar sua ciência e conhecimento no cuidado oferecido. Neste
contexto, o cuidado também deixou de ser vinculado apenas ao usuário, para
incluir na prática clínica, a família e a comunidade como unidades
constituintes do Ser Humano. Cada vez mais, a utilização do PE tornou-se
indispensável para a consolidação do cuidar, uma vez que, apresenta-se como um
instrumento que instiga o aprendizado, a quebra de paradigmas e o investimento
em inovações para a equipe. Sua prática, porém, pode ser responsável por
resistência e insegurança devido às modificações necessárias à sua utilização
no processo de trabalho, muitas vezes rotineiro, com sobre carga de trabalho e
tecnicista. Sua efetiva implantação envolve o abandono de heranças do modelo
biomédico ainda presentes nos serviços de saúde, bem como preconceitos antigos
que por vezes ainda assombram a enfermagem. Todo este movimento de mudança
requer o desenvolvimento de esforços fundamentados cientificamente, a partir
de estratégias para planejar o cuidado individualizado, neste sentido, na
Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a instabilidade clínica do usuário
favorece o raciocínio clínico dos profissionais envolvidos como proposta de
viabilizar a estabilidade orgânica além de evitar complicações secundárias.
Nesta direção, o enfermeiro tem como responsabilidade identificar Diagnósticos
de Enfermagem (DE) de risco, na contramão de eventos adversos, fato comum no
que se refere a manutenção da integridade da pele, frente à imobilidade
imposta, uso de fralda, instabilidade orgânica entre outros fatores de risco
presentes no cuidado intensivo. A perda da integridade da pele, pode ser
secundária a presença de úlcera por pressão, definidas como lesões cutâneas ou
de partes moles, superficiais ou profundas, de etiologia isquêmica, por
aumento de pressão externa, que se localizam, usualmente, sobre uma
proeminência óssea. Assim, a manutenção da integridade da pele em pacientes de
UTI é um importante aspecto do cuidado de enfermagem, já que essas lesões
constituem problemas graves e caros no cuidado prestado ao paciente. Objetivo:
Identificar a frequência do DE Risco para Úlcera de Pressão (UP) na UTI de um
Hospital Público do Oeste Catarinense. Método: Estudo de caráter quantitativo,
transversal e documental realizado em uma UTI do estado de Santa Catarina que
tem o PE implantado na sua integralidade, após apreciação e aceite do Comitê
de Ética em Pesquisa CAAE 55459516.2.0000.5564. O estudo foi desenvolvido
através de prontuários de pacientes hospitalizados na UTI deste hospital nos
meses de junho e julho de 2016. A amostragem foi por conveniência e incluiu
prontuários de pacientes com idade superior a 18 anos no segundo dia de
internação. Para o cálculo amostral foi feito média aritmética simples do
número de prontuários mensais de fevereiro de 2015 a fevereiro de 2016 (dados
extraídos do arquivo estatístico da instituição), obtendo resultado de 73
prontuários mensais. A partir deste dado, foi realizado o cálculo amostral no
software Sestatnet considerando erro amostral de 5%, nível de confiança de
95%, o resultado estimou amostra de 62 prontuários, no entanto, foram
coletados dados de 73 prontuários, alcançando nível de confiança de 100%. A
finalização da coleta de dados ocorreu ao alcançar o número indicado/desejado
de prontuários. Foi utilizado um roteiro semiestruturado composto por duas
partes, a primeira contendo dados para caracterização dos usuários aos quais
os prontuários pertenciam e a segunda etapa para o registro da frequência e
dos fatores de risco do DE - Risco para UP. Os dados obtidos através do
instrumento de coleta foram tabulados no sistema Excel e analisados por meio
de média aritmética simples. Resultados: Dos prontuários pesquisados, 45,21%
pertenciam à usuários do sexo feminino e 54,79% do sexo masculino,
predominando a faixa etária de 61 a 90 anos (46,58%), seguido da faixa de 31 a
60 anos (41,10%) e de 18 a 30 anos (12,33%), sendo que a média de idade foi de
57,1 anos. Quanto à etnia 84,93% dos pacientes são brancos, 4,11% são pardos,
1,37% são negros e 9,59% não foram identificados nos prontuários. O DE risco
para UP esteve presente em 91.78% dos prontuários, sendo que os fatores de
risco elencados pelos enfermeiros foram em 97% dos casos Escala de Braden
inferior a 18,40.2% dos prontuários tinham descrito atrito em superfície,
19.4% agentes farmacológicos e 17% fixação de dispositivos. Os demais fatores
de risco foram descritos em menos de 2% dos prontuários. O DE Risco de UP é
conceituado como “uma área com risco de lesão devido à pressão prolongada e
intensa, que afeta o metabolismo celular, reduzindo ou obstruindo o fluxo
sanguíneo, resultando em isquemia tecidual”1 . Como forma de prevenção,
descreve a utilização de protocolos e instrumentos, como a Escala de Braden,
adotada pela instituição em estudo, que propõem-se assegurar qualidade na
assistência, viabilizando a manutenção da integridade da pele, em especial,
considerando que lesões neste órgão constituem problemas graves à saúde dos
pacientes e onerosos para as instituições2 . Segundo alguns autores, a
utilização de escalas de avaliação de risco para UP interferem no prognóstico
do paciente, já que permitem a identificação de riscos e a implementação de
medidas preventivas precocemente, reduzindo a incidência da UP, tempo de
hospitalização e custos assistências3 . Conclusão: Neste contexto, prevenir
e/ou tratar precocemente são considerados elementos constituintes da qualidade
assistencial. A identificação dos DE possibilita o desenvolvimento de
estratégias, pela equipe, junto ao paciente/família, voltadas a atender as
demandas impostas. Contribuições para a Enfermagem: A utilização de linguagem
própria instiga a busca de novos conhecimentos e a superação de dificuldades,
materializando benefícios para pacientes e serviços além de oferecer
satisfação e realização profissional.
Referências: 1. Lima, Dalmo Valério Machado de; Lacerda, Rubia Aparecida. Repercussões oxi-hemodinâmicas do banho no paciente em estado crítico adulto hospitalizado: revisão sistemática. Acta paul. enferm; 2010 mar.-abr. [citado em 2018 fev. 17]; 23(2): 278-285, Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ape/v23n2/en_20.pdf
2. Franco, Lúcia Maciel de Castro; Almeida, André Gaudêncio Ignácio de; Duarte, Guydo Marques Horta; Lamounier, Luiza; Pinto, Tatiana Saraiva; Pereira, Priscila Ferreira; Chianca, Tânia Couto Machado; Ercole, Flávia Falci. Efeitos do banho pré-operatório na prevenção de infecção cirúrgica: estudo clínico piloto. REME rev. Min. Enferm; 2017 jan. [citado em 2018 fev. 17]; Disponivel e: file:///C:/Users/D.%20Ferreira/Downloads/e1053.pdf. Acesso em: 15 fev. 2018
3. Lopes Juliana de Lima, Nogueira-Martins Luiz Antônio, Barbosa Dulce Aparecida, Barros Alba Lucia Bottura Leite de. Construção e validação de um manual informativo sobre o banho no leito. Acta paul. enferm. [Internet]. 2013 Dec [cited 2018 fev 17]; 26(6): 554-560. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-21002013000600008&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-21002013000600008.
4. Berríos-Torres SI, Umscheid CA, Bratzler DW, Leas B, Stone EC, Kelz RR, et al. CDC- Center Disease of Control and Prevention. CDC Guideline for the Prevention of Surgical Site Infection. JAMA Surg. Special Communication. 2017 [citado em 2018 fev. 11]; 152(8):784-91. Disponível em: https://www. ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28467526
5. Möller G, Magalhães AMM. Banho no leito: carga de trabalho da equipe de enfermagem e segurança do paciente. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2015 Out-Dez; [citado em 2018 fev. 11]; 24(4): 1044-52. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/tce/v24n4/pt_0104-0707-tce-24-04-01044.pdf |