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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 9670150

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9670150

DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM PSICOSSOCIAIS EM IDOSOS ACERCA DA VULNERABILIDADE AO HIV/AIDS

Autores:
Francisca Leneide Gonçalves Pereira ; Antonia Oliveira Silva ; Bárbara Maria Soares Pereira Wanderley ; Patrícia Josefa Fernandes Beserra

Resumo:
**Introdução: **O aumento da expectativa de vida, no Brasil, associado às descobertas para melhoria da atividade sexual e ao incremento de políticas para promoção do envelhecimento ativo tem demandado mudanças no estilo de vida dos idosos, sendo uma delas a prática da atividade sexual. Estudos apontam que idosos mantêm vida sexual ativa1, no entanto, não se veem vulneráveis às Infecções Sexualmente Transmissíveis, tendo como consequências a prática sexual desprotegida ou diagnóstico tardio de doenças como a aids. Com relação à infecção pelo HIV, dados do boletim epidemiológico da secretaria de vigilância em saúde brasileira mostram que entre os homens com mais de 60 anos, nos últimos dez anos, houve um incremento da taxa de detecção do HIV. Entre as mulheres, verificou-se que, nos últimos dez anos, a taxa de detecção vem apresentando uma tendência de queda em quase todas as faixas etárias, exceto em mulheres com mais de 60 anos2. Assim, infere-se que as pessoas estão envelhencendo com o HIV, mediante os avanços do tratamento antiretroviral ou, ainda, estão se contaminando com o HIV em faixas etárias mais avançadas por não se considerarem vulneráveis ao HIV/Aids. O conceito de vulnerabilidade refere-se a chance de exposição das pessoas ao adoecimento como resultante de um conjunto de aspectos que se referem imediatamente ao indivíduo, contudo as chances de adoecimento se referem, também, ao contexto social e político. Compreende-se que os comportamentos geradores de oportunidade de infectar-se ou adoecer não podem ser entendidos como consequência apenas da vontade dos indivíduos, mas se vinculam ao grau de consciência que eles têm sobre efeitos decorrentes de comportamentos e do poder de transformá-los efetivamente a partir dessa consciência3. A abordagem da sexualidade na terceira idade, bem como a vulnerabilidade à infecção pelo HIV configuram um panorama de saúde que gera desafios aos profissionais durante o planejamento da assistência à saúde do idoso, devendo-se considerar os aspectos, sociais e culturais que permeiam a sexualidade do idoso. Num estudo, identificaram-se diagnósticos de enfermagem em idosos acerca da vulnerabilidade ao HIV/Aids relacionados com condições cognitivas referentes ao acesso à informação, reconhecimento da suscetibilidade e eficácia das formas de prevenção; condições comportamentais relacionadas com desejo e capacidade de modificar comportamentos que definem a suscetibilidade e condições sociais que se referem ao acesso a recursos e capacidade de adotar comportamentos de proteção1. Desse modo, entende-se que a assistência de enfermagem à pessoa idosa, no contexto de vulnerabilidade ao HIV/Aids, deve ser pautada na necessidade de conhecer as transformações sucedidas no processo de envelhecimento, os aspectos culturais, sociais e emocionais que envolvem a atividade sexual, bem como aspectos subjetivos determinantes da sexualidade do idoso. Para a Enfermagem, a identificação de diagnósticos de enfermagem possibilita o levantamento de problemas comuns e necessidades de saúde desse grupo populacional. **Objetivo:** Identificar diagnósticos de enfermagem psicossociais em idosos acerca da vunerabilidade ao HIV/Aids.** Descrição metodológica: **Estudo exploratório descritivo realizado com 20 idosos atendidos numa Unidade de Saúde da Família, situada num município do Nordeste brasileiro. Realizou-se entrevista semiestruturada, contemplando questões sobre conhecimento, informação, comportamentos sexuais e dados sociodemograficos. Para análise dos dados, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo temática categorial, a partir de categorias a _priori,_ definindo um banco de termos para mapeamento cruzado com termos da Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®). Os termos identificados e agrupados em subcategorias e categorias foram utilizados na identificação dos diagnósticos de enfermagem, segundo a norma ISO 18104 e as diretrizes do Conselho Internacional de Enfermagem. O estudo foi aprovado em Comitê de ética, recebendo parecer favorável. Os participantes do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para anuência de sua participação na pesquisa.  **Resultados:** Identificaram-se 09 diagnósticos de enfermagem relacionados com condições sociais e emocionais de idosos: Conhecimento em saúde, adequado, Conhecimento em saúde, prejudicado, Tristeza, Medo da morte, Expectativa da morte, conflituosa, Angústia, Capacidade para falar sobre o processo morte/morrer, presente, Serviço de comunicação, prejudicado e Comportamento de busca em saúde, prejudicado. Com relação às condições cognitivas e comportamentais acerca da vulnerabilidade de idosos ao HIV/Aids identificaram-se 04 diagnósticos de enfermagem: Conhecimento em saúde, adequado, Conhecimento em saúde, prejudicado, Comportamento de busca em saúde, prejudicado, Serviço de comunicação, prejudicado. A aids ainda é vista como uma doença sem expectativa de vida. Os diagnósticos de enfermagem, neste estudo, revelam sentimentos negativos como medo da morte, preconceito, sofrimento, tristeza e dor como aspectos sociais comprometedores de uma conduta moral. Os idosos compreendem formas de transmissão do HIV, acreditam numa doença comum em jovens, profissionais do sexo, homossexuais e usuários de drogas. Os idosos não se veem vulneráveis ao HIV. Há, entre eles, conhecimento sobre o uso do preservativo como forma de prevenção eficaz, no entanto, não usam durante as relações sexuais. Aponta-se que os principais motivos da não utilização do preservativo pelos idosos são crença na fidelidade do parceiro, insegurança do desempenho sexual e despreocupação com controle de natalidade4. Os diagnósticos de enfermagem revelam uma concepção estigmatizada entre idosos quanto ao HIV/Aids. Estudos apontam que a sexualidade está presente em idosos. Salientam que a prevenção do HIV/Aids, em idosos, deve ser feita com base na desconstrução de imagens estereotipadas da doença no início da epidemia, bem como em fatores específicos da população idosa, como dificuldade de mudança de hábitos e incorporação de novas formas de lidar com a sexualidade5. **Conclusão:** Os diagnósticos de enfermagem psicossociais demostram que a assistência à pessoa idosa, no contexto de vulnerabilidade ao HIV/Aids, deve ser pautada na necessidade de conhecer aspectos culturais que envolvem a sexualidade do idoso. Entende-se que é necessário avaliar conhecimentos de idosos sobre formas de transmissão e prevenção ao HIV, visando o planejamento de ações de educação em saúde e ações preventivas específicas. Acredita-se, portanto, na necessidade de espaços de discussão sobre sexualidade de idosos nos serviços de saúde. Entende-se que é preciso planejar ações de saúde dirigidas às demandas sexuais de idosos, visto que a sexualidade é uma condição de bem-estar e de qualidade de vida. **Contribuições/implicações para a Enfermagem: **Os diagnósticos de enfermagem psicossociais, identifcados neste estudo, permitem o registro sistematizado das necessidades de saúde do idoso acerca da vulnerabilidade ao HIV/Aids, sendo possível contemplá-las no planejamento da assistência de enfermagem.  Sugere-se o planejamento de ações de saúde voltadas à pessoa idosa, com ações educativas sobre o HIV/Aids, ponderando elementos culturais, sociais e emocionais da pessoa idosa com  relação à sua sexualidade. Além disso, enfatiza-se a importância de capacitações de profissionais de saúde no contexto de vulnerabilidades do idoso ao HIV/Aids.


Referências:
1. Lima, Dalmo Valério Machado de; Lacerda, Rubia Aparecida. Repercussões oxi-hemodinâmicas do banho no paciente em estado crítico adulto hospitalizado: revisão sistemática. Acta paul. enferm; 2010 mar.-abr. [citado em 2018 fev. 17]; 23(2): 278-285, Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ape/v23n2/en_20.pdf 2. Franco, Lúcia Maciel de Castro; Almeida, André Gaudêncio Ignácio de; Duarte, Guydo Marques Horta; Lamounier, Luiza; Pinto, Tatiana Saraiva; Pereira, Priscila Ferreira; Chianca, Tânia Couto Machado; Ercole, Flávia Falci. Efeitos do banho pré-operatório na prevenção de infecção cirúrgica: estudo clínico piloto. REME rev. Min. Enferm; 2017 jan. [citado em 2018 fev. 17]; Disponivel e: file:///C:/Users/D.%20Ferreira/Downloads/e1053.pdf. Acesso em: 15 fev. 2018 3. Lopes Juliana de Lima, Nogueira-Martins Luiz Antônio, Barbosa Dulce Aparecida, Barros Alba Lucia Bottura Leite de. Construção e validação de um manual informativo sobre o banho no leito. Acta paul. enferm. [Internet]. 2013 Dec [cited 2018 fev 17]; 26(6): 554-560. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-21002013000600008&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-21002013000600008. 4. Berríos-Torres SI, Umscheid CA, Bratzler DW, Leas B, Stone EC, Kelz RR, et al. CDC- Center Disease of Control and Prevention. CDC Guideline for the Prevention of Surgical Site Infection. JAMA Surg. Special Communication. 2017 [citado em 2018 fev. 11]; 152(8):784-91. Disponível em: https://www. ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28467526 5. Möller G, Magalhães AMM. Banho no leito: carga de trabalho da equipe de enfermagem e segurança do paciente. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2015 Out-Dez; [citado em 2018 fev. 11]; 24(4): 1044-52. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/tce/v24n4/pt_0104-0707-tce-24-04-01044.pdf