E-Pôster
9648034 | PERCEPÇÕES DAS GESTANTES SOBRE O PROCESSO DE NASCIMENTO | Autores: Lourdes Missio ; Keverson Resende Pereira ; Mariele Ramires Ximenes ; Ana Carla Tamisari Pereira |
Resumo: PERCEPÇÕES DAS GESTANTES SOBRE O PROCESSO DE NASCIMENTO
_PEREIRA, Keverson Resende_[1]_ _
XIMENES, Mariele Ramires[2]
PEREIRA, Ana Carla Tamisari[3]
MISSIO Lourdes[4]
**Introdução**: A maternidade por ser entendida como a experiência de se tornar mãe, momento único na vida da mulher e considerado um dos aspectos mais significativos da existência humana sintetizado como a renovação da vida. Para a mulher enfrentar esse momento ela precisa ser encorajada e estar preparada. Neste sentido, a humanização do nascimento prevê que a preparação para o parto requer uso orientações e tecnologias do cuidado que promovam o conforto e o empoderamento da mulher, que desta forma, poderá participar de forma ativa do seu parto e tolerar melhor a dor, controlar o medo e a ansiedade. A preparação para o parto tem como objetivo encorajar as grávidas e seus companheiros para a participação ativa no processo de nascimento. O momento da preparação envolve orientações sobre exercícios respiratórios para ajudar no controle da dor, orientação sobre as vias de parto e diversidade de posições para o período expulsivo. Para tanto, o Ministério da Saúde estimula ações educativas, objetivando melhorar a saúde das gestantes. Nas ações do Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento também destaca-se a importância dessas atividades na perspectiva do empoderamento da mulher para o enfrentamento do parto. **Objetivo**: Esta pesquisa teve como objetivo conhecer as percepções das gestantes para enfrentar o processo de nascimento. **Metodologia**: Pesquisa de abordagem qualitativa. A coleta dos dados foi realizada nos meses de dezembro 2017 a fevereiro de 2018, por meio de entrevistas semiestruturadas com gestantes que participam do projeto “Para uma vinda bem vinda” na maternidade do Hospital Universitário (HU-UFGD) de Dourados/MS, que tem como objetivo levar as gestantes para conhecer a maternidade, perpassando por todas as dependências da linha materno-infantil (Pronto Atendimento de Ginecologia e Obstetrícia, Alojamento Conjunto, Centro Obstétrico, UTI Neonatal, Unidade de Cuidados Intermediários e Banco de Leite). Foram entrevistadas 10 gestantes, a amostra foi definida por conveniência, isto é, quando a participação é voluntária. O fechamento foi definido por saturação. Foram excluídas da pesquisa gestantes menores de 18 anos e indígenas. Os dados foram analisados por meio de narrativas, tendo o cuidado de manter a fidelidade da história que se conta. **Resultados: **O estudo evidenciou que as maiorias das gestantes não se sentem preparadas para enfrentar o processo de nascimento, isto é, enfrentar o trabalho de parto e parto. Com relação às orientações recebidas durante o pré-natal da equipe de saúde para enfrentar o processo de nascimento, somente uma gestante menciounou que recebeu orientação do enfermeiro, demonstrando possiveis fragilidades da promoção do cuidado na atenção básica principalmente no que se refere ao preparo para o parto, e que o enfermeiro ainda é o profissional que mais se envolve com educação em saúde. Em relação as principais dúvidas e anseios para enfrentar o processo de nascimento, o medo foi o mais referido pelas gestantes, seguido da dúvida sobre hora de ir para o hospital, dor do parto e apoio da equipe que assistirá o parto. Elencaram que se sentiriam melhor preparadas para enfrentar o processo de nascimento caso recebessem mais orientações no pré-natal e que isso faria toda diferença para o enfrentamento do trabalho de parto e parto. Destacaram também que entre os benefícios do parto normal para a mulher está a recuperação mais rápida favorecendo também o recém-nascido. **Conclusão: **A preparação para o parto faz toda diferença na vida do casal gravídico, visto que se trata de um momento de ansiedade, mudanças e transformações. A pesquisa proporcionou conhecer a percepçao das gestantes sobre esse preparo para o nascimento e suas principais dúvidas. Ficou evidenciado que há fragilidades na rede básica de saúde sobre as ações de educação em saúde no preparo para o parto, pois na opinião da maioria das gestantes esse preparo seria de fundamental importância para sua internação na maternidade, diminuindo a ansiedade, proporcionando conhecer a equipe que assistirá o seu parto e tirar dúvidas sobre os tipos de parto normal e cesareana. Percebe-se na fala das gestantes que o medo e a dor do parto são as principais dúvidas referida por elas, o que causa maior angustia e ansiedade relacionada ao parto, isso pode ser em decorrência da cultura da cesareana no qual a sociedade vincula como melhor forma de parto e a falta de informação durante o pré-natal que seria o momento para resgatar o protogonismo da mulher sobre o seu corpo e seu parto. Destaca-se que é preciso avançar na rede de atenção a saúde no que se refere ao preparo para o nascimento, visto que isso refletirá diretamente no desfecho do atendimento materno-fetal no que se refere à assistencia ao parto, a mulher teria um entendimento melhor sobre o que está acontecendo com o seu corpo e sentiriasse mais confiante para enfrentar o trabalho de parto e parto. Como enfermeiro se destaca pelo desevolvimento de atividades de educação em saúde, deve haver durante a graduação em enfermagem um preparo de forma sistematizada para esta área. **Contribuições:** A pesquisa contribuiu para conhecer a percepção das mulheres sobre o trabalho de parto, e evidenciar que precisamos melhorar na promoção da saúde e nas práticas assistenciais existentes nos cenários da atenção básica e nas maternidades, no intuito de garantir uma melhor qualidade de assistencia materno-fetal, tentando incluir os profissionais de saúde para se tornarem coadjuvantes no empoderamento dessa mulher para enfrentar o processo de nascimento, garantindo o direito da humização do parto baseado nas boas práticas preconizadas pela Organização Mundial de Saúde-OMS. O estudo pode contribuir com subsídeos para os cursos de graduação em enfermagem da região, visando à formação do enfermeiro para o desenvolvimento de ações de educação em saúde na área. Descritores: Gestação-Educação em Saúde-Parto.Área temática no qual o trabalho se vincula: Tema 2- Integração ensino-serviço-comunidade como estratégia para a formação profissional e consolidação da Sistematização da Assistência de Enfermagem.
**Referências**
1-Almeida JM, Acosta LG, Pinhal MG. Conhecimento das puérperas com relação aos
métodos não farmacológicos para alívio da dor do parto. REME-Revista Mineira
de Enfermagem. 2015 Jul/set: 19 (03). Disponível em:
2-Couto GR. Conceitualização pelas Enfermeiras de Preparação para o parto.
Revista Latino Americana de Enfermagem [Internet]. 2006 Mar/abr: 14 (01).
Disponível em: . Acesso em: 22 mar 2018.
3-Pereira ALF, Bento AD. Autonomia do parto na perspectiva das mulheres
atendidas na casa parto. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste-RENE. 2011
Jul-set: 12 (03). Fortaleza. Disponível em:. Acesso em: 22 mar 2018.
4-Rebert LM, HOGA, Luiza AK, Gomes ALZ. O processo de construção de material
educativo para promoção da saúde da gestante. Revista Latino Americana de
Enfermagem. 2012 Jan/fev: 20 (01). Disponível em: . Acesso em: 22 mar 2018.
* * *
[1] Acadêmico de Enfermagem da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul.
Dourados-MS, Brasil, bolsista UEMS/CNPq N° 002/2016 –PROPP/UEMS – PIBIC.
E-mail: keverson-resende@hotmail.com. Relator
[2] Acadêmica de Enfermagem da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul.
Dourados-MS, Brasil, bolsista UEMS. CNPq N 002/2016-PROPP/UEMS-PIBIC. E-mail:
marielyximenes@gmail.com
[3] Mestranda do Mestrado Profissional de Ensino e Saúde-PPGES da Universidade
Estadual de Mato Grosso do Sul. Dourados-MS, Brasil. E-mail:
atamisari@msn.com
[4] Doutora da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Dourados-MS,
Brasil. E-mail: lourdesmissio@gmail.com
Referências: 1. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução nº 358, de 2009. Dispõe sobre a sistematização da assistência de enfermagem e a implementação. Brasília: COFEN; 2009
2. Kurcgant P (Org.). Administração Em Enfermagem. São Paulo: Epu, 1991.
3. Gordon M. Manual of nursing diagnoses, 12th edition. Jones and Bartlett Publishers, Sudbury- Canada, 2010. |