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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 9605351

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9605351

PRÁTICAS DE MANUTENÇÃO DO CATETER CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA EM UNIDADES NEONATAIS E PEDIÁTRICAS: IMPORTÂNCIA DE UM CUIDADO SISTEMATIZADO

Autores:
Danielle Lemos Querido ; Marialda Moreira Christoffel ; Camilla da Silva Dias ; Viviane Saraiva de Almeida ; Elisa da Conceição Rodrigues

Resumo:
Introdução: Este estudo trata-se de um recorte da Dissertação de Mestrado intitulada: Práticas de Manutenção do Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) em Unidades Neonatais e Pediátricas. As práticas de manutenção do PICC são procedimentos que englobam desde cuidados referentes à permeabilização dos cateteres utilizando solução salina a 0,9% para infusão através de flushing pelo lúmen do cateter; troca do curativo e coberturas, além da avaliação diária do sítio de inserção afim de identificar as intervenções de enfermagem necessárias para o cuidado com o cateter. Podem ser definidas como um procedimento macro, pois depende de outros procedimentos para garantir o funcionamento adequado do dispositivo venoso central, os quais podem ser definidos, como: a estabilização do cateter ou fixação do cateter, lavagem (flushing); utilização de solução salina ou solução heparina, para a sua permeabilidade, ativação e desativação do cateter; curativos, trocas de intermediários (equipos, conexões, ou sistemas de infusão) e a remoção do dispositivo1. Cabe ao enfermeiro que atua com estas faixas etárias do recém- nascido e da criança possuir conhecimentos específicos, pois devido as características peculiares tanto do recém-nascido quanto da criança, apresentam anatomia e fisiologia diferenciada, o que demanda uma assistência de enfermagem especializada. Além disso com o avanço tecnológico e o constante desenvolvimento científico dos recursos materiais utilizados na terapia infusional, os profissionais de enfermagem, precisam estar sempre em busca de novos conhecimentos para garantir a tomada de decisão na escolha dos dispositivos e das práticas adequadas para os procedimentos de manutenção do PICC2. Objetivos: Descrever as dificuldades encontradas para realizar as práticas de manutenção dos cateteres centrais de inserção periférica nas unidades neonatais e pediátricas; e analisar as implicações das práticas de manutenção dos cateteres centrais de inserção periférica para o cuidado neonatal e pediátrico. Descrição Metodológica: Estudo survey descritivo com abordagem quantitativa. A população do estudo foi composta por Enfermeiros que atuavam em unidades neonatais e pediátricas e que realizavam o procedimento de manutenção do PICC no cotidiano assistencial. Para a seleção dos participantes foi utilizada a amostragem não probabilística por conveniência. Esse tipo de amostragem pode ser aplicado quando os respondentes são pessoas difíceis de identificar ou grupos específicos. Os participantes foram divididos inicialmente em dois grupos: Enfermeiros que atuavam com a clientela pediátrica e Enfermeiros que atuavam com a clientela de neonatologia. Foi realizado em quatro instituições de saúde, públicas, de ensino e de referência para o atendimento de recém-nascidos e crianças, todos situados no município do Rio de Janeiro, Brasil. A coleta dos dados ocorreu durante os meses de janeiro à julho do ano de 2015. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionário auto-administrado construído através de um software para programação de questionários eletrônicos online. A análise dos dados quantitativos foi descritiva e estatística através do _Statistical Package for Social Sciences for Windows_ (pacote estatístico SPSS) versão 17.0, Este estudo está de acordo com a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) do Brasil, no que tange os aspectos éticos, após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, sob parecer n.816.499. Resultados: A população total de enfermeiros atuantes nas unidades neonatais e pediátricas das quatro instituições, cenários do estudo, corresponderam ao quantitativo total de 174 enfermeiros. Após a aplicação dos critérios de inclusão a amostra foi composta por 142 enfermeiros, sendo 86 de unidades neonatais, e 56 de unidades pediátricas. No entanto, da amostra de 142 enfermeiros, 74 (44 de unidades neonatais e 30 de unidades pediátricas) participaram do estudo, responderam o questionário online. Nas unidades neonatais, as categorias que mais se destacaram foram: a falta de recursos materiais, sendo especificado o curativo filme transparente, com 15 (34,09%), das respostas; a necessidade de treinamento e atualização da equipe de enfermagem, com 9 (20,45%), e inexistência de um Procedimento Operacional Padrão – POP específico para realizar a manutenção do PICC, com 6 (13,64%). E, 15 (34,09%), dos enfermeiros responderam não ter dificuldades para realizar os procedimentos de manutenção nessas unidades. Nas unidades pediátricas, apenas 03 (10,00%) enfermeiros, descreveram que não tinham dificuldades para realizar os procedimentos de manutenção do PICC. Dentre as dificuldades mais respondida pelos enfermeiros, 12 destacaram (40,00%) a inexistência de um POP específico para realizar a manutenção do PICC; 9 (30,00%) a falta de recursos materiais; 6 (20,00%) a necessidade de treinamento e atualização da equipe de enfermagem e 6 (20,00%) a conscientização da equipe de enfermagem sobre a importância de realizar tal procedimento sobre o funcionamento adequado do PICC. As unidades neonatais quando comparadas com as unidades pediátricas apresentaram dificuldades distintas para realizar as práticas de manutenção do PICC. Nas unidades neonatais, 15 (34,09%) descreveram a falta de recursos materiais e 9 (20,45%) a necessidade de treinamento e atualização da equipe de enfermagem, enquanto que nas unidades pediátricas, 12 (40,00%) descreveram a inexistência de um POP, específico para realizar a manutenção do PICC e 9 (30,00%) também descreveram a falta de recursos materiais, com umas das principais dificuldades destacadas pela maioria dos participantes do estudo. Para minimizar as dificuldades encontradas para a realização do procedimento de manutenção, o enfermeiro tem como os principais desafios dessa atuação com o PICC: centralizar suas ações no papel de educador, enfatizando a importância desse procedimento, além de treinar a equipe sobre esta prática, pois muitas vezes a falha desses procedimentos, implica em grandes complicações para o recém-nascido e criança, podendo ocasionar a retirada precoce do dispositivo. Os procedimentos de manutenção do PICC demandam que a equipe de enfermagem esteja sempre atualizada e essa atualização deve ser oferecida pelas instituições de saúde. Pois algumas complicações são oriundas das práticas realizadas sem evidências científicas, para desenvolver a melhor prática são necessários que estes treinamentos sejam frequentes, anuais, devido os avanços tecnológicos e achados dos estudos mediante as práticas do PICC. Os protocolos devem ser específicos para a manutenção do PICC, além de ser de grande importância para o profissional enfermeiro. Nos protocolos devem estar bem descrito todo o passo-a-passo, detalhado de como deverá ser realizado todos os procedimentos sobre o uso do PICC, pois são instrumentos essenciais para garantir o respaldo e a autonomia profissional. Conclusão: O enfermeiro possui o respaldo legal para o manuseio do PICC, desde que se aproprie do conhecimento científico que respalde a sua tomada de decisão referente aos procedimentos de manutenção desse dispositivo intravenoso. Afim que todos os envolvidos no processo sejam beneficiados, planejando medidas para que possam diminuir as dificuldades e os desafios encontrados nas práticas de manutenção do PICC, propondo soluções com base nas melhores evidências científicas, para uma maior qualidade da terapia intravenosa em recém-nascidos e crianças. Sobretudo, existe a necessidade de se desenvolver o processo de enfermagem para o cuidado referente a manutenção do PICC de forma sistematizada, a partir de protocolos e POPs bem definidos, associado a um número adequado de recursos humanos e materiais. Contribuições e Implicações para Enfermagem: Destaca-se a importância da promoção de cursos de atualização para que os enfermeiros possam criar, revisar e atualizar as práticas e protocolos sobre a manutenção do PICC favorecendo a sistematização da sua assistência e a criação de grupos de terapia infusional, com a responsabilidade de elaboração e atualização desses protocolos.


Referências:
1. HERDMAN, Tracy Heather; KAMITSURU, Shigemi (Org.). Diagnósticos de Enfermagem da NANDA: definições e classificações 2015-2017. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. 468p. 2. MOORHEAD, Sue et al. Nursing Outcomes Classification (NOC). 5. ed. St. Louis: Elsevier, 2016. 760p. 3. CARVALHO, Emilia Campos de; CRUZ, Dina de Almeida Lopes Monteiro da; HERDMAN, T. Heather. Contribuição das linguagens padronizadas para a produção do conhecimento, raciocínio clínico e prática clínica da Enfermagem. Rev.bras. enferm. 2013(set); Brasília, v. esp, n. 66, p.134-141. 4. MOCELLIN, Duane et al. Protocolo de atendimento de enfermagem para pacientes em uso de anticoagulação oral baseado nas taxonomias NANDA-I, NOC e NIC. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE DE CARDIOLOGIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, 2015, Gramado. Resumo... Rio de Janeiro: SBC, 2015. p. 35. Disponível em: ;. Acesso em: 26 de janeiro de 2018. 5. LUCENA, Amália de Fátima; ALMEIDA, Miriam de Abreu. Classificações de Enfermagem NANDA-I, NIC e NOC no processo de enfermagem. In: SILVA, Eneida Rejane Rabelo da; LUCENA, Amália de Fátima. Diagnósticos de Enfermagem com base em sinais e sintomas. Porto Alegre: Artmed, 2011. p. 35-53.