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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 9597855

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9597855

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO EM UMA UNIDADE ESPECIALIZADA EM ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores:
Daniela Skolaude ; Mari Angela Lourenci ; Elisangela Souza ; Viviana Brixner Jost

Resumo:
INTRODUÇÃO: O acidente vascular encefálico (AVE) ocorre sob as formas denominadas isquêmica ou hemorrágica. O acidente vascular encefálico isquêmico ocorre mediante uma obstrução de algum vaso que abastece de sangue o cérebro. Esta é a forma com maior incidência representando cerca de 87% dos casos. Já o acidente vascular encefálico hemorrágico ocorre mediante a ruptura  de um vaso sanguíneo interno ao cérebro1. No AVE isquêmico temos uma condição associada onde, a aterosclerose, que são depósitos de gordura na parede de um vaso sanguíneo, ocasiona obstrução devido a placa de gordura ulcerada. Também temos causas de origem embólica, na qual  a obstrução decorrente de coágulo sanguíneo proveniente do sistema circulatório que se desprende causando obstrução de vias irrigadoras menores no cérebro. A exemplo disso temos a etiologia cardioembólica decorrente da fibrilação atrial, de trombos intracardíacos ou ainda, originados em grandes vasos do tórax e do pescoço. Já o AVE hemorrágico ocorre quando rompe-se um vaso sanguíneo intracerebral ou subaracnóideo, levando a inundação em determinada área onde o extravasamento de sangue comprime estruturas adjacentes2. Dentre os fatores de risco para os AVEs destacam-se a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), o Diabetes Melitus (DM), a obesidade, o tabagismo, o sedentarismo, a fibrilação arterial, alterações carotídeas, dentre outras3. Os AVEs  podem ter efeitos devastadores como o óbito ou sequelas neurológicas e/ou motoras que dependem da extensão da área cerebral atingida e da localização. Atualmente os AVEs estão em segundo lugar em relação a causa de óbitos no Brasil4. Para tanto, hospitais tem implantado centros de  atendimento de urgência ao AVE e destes, 18 estão localizados no Rio grande do Sul. Neste contexto, buscando dar seguimento ao atendimento dos pacientes captados na rede de urgencia, foi criada em 2013 uma Unidade de internação hospitalar de Cuidados Especiais (UCE) com enfoque ao atendimento dos pacientes com AVEs, que disponibiliza equipe multidisciplinar e  leitos específicos para tratamento e reabilitação  destes pacientes. Inserida nesta equipe, a enfermagem desempenha papel ativo em diversas atividades inerentes ao cuidado prestado a esta clientela específica. OBJETIVO: Descrever as atividades desenvolvidas pelos enfermeiros assistenciais em uma unidade hospitalar especializada no atendimento a pacientes acometidos por Acidentes Vasculares Encefálicos. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: Trata-se de um relato de experiência de enfermeiras de um Hospital Universitário do Sul do Brasil, que atuam em uma unidade de internação especializada no atendimento a pacientes acometidos por AVEs. RESULTADOS: A unidade especializada no atendimento ao paciente acometido por um AVE conta com 10 leitos equipados com monitorização cardiorespiratória e agrupados em área específica da unidade para melhor logística de atendimento da equipe multidisciplinar. O atendimento das enfermeiras nesta unidade inicia-se no momento da admissão. Ao receber o paciente, que chega principalmente das unidades de terapia intensiva e da emergência da mesma instituição, tendo recebido a transferência do cuidado via telefone, a enfermeira já avalia o caso do paciente e a necessidade de se preparar o leito para condições especiais como a de sequelas motoras com a indicação de instalação colchão de ar, lençol móvel, monitor, etc. Passa o caso para a equipe técnica, já destacando pontos cruciais ao atendimento. Logo após receber o paciente, a enfermeira realiza a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) aplicando o Processo de Enfermagem (PE) em todas as suas etapas que são informatizadas nesta instituição, associado às escalas de avaliação de risco, como escala de Braden para risco de lesões por pressão e Morse para risco de quedas. Outra linha de atuação das enfermeiras, se dá no âmbito  educacional, tanto da equipe de enfermagem relativa aos processos de trabalho e educação permanente, quanto a educação em saúde dos pacientes e acompanhantes relativa aos cuidados, com orientações diárias e através de grupo de pacientes e familiares desenvolvido na unidade semanalmente. Esta linha educacional visa prevenção de novos episódios de AVE, inserção em rotinas da unidade, cuidados específicos durante a internação. Agregado a isso, dá-se enfoque a educação para cuidados após alta tendo em vista, a grande frequência de incapacidades geradas pelos eventos relacionados a esta patologia como plegias de membros ou de hemicorpo, paresias, disfonias, afasias e disartrias, alterações de marcha, dificuldades no desenvolvimento das atividades de vida diária e cuidados com sondas e artefatos que podem ser mantidos após a alta, dentre outros.  Outra atividade inerente a atuação das enfermeiras na unidade especializada em AVE é a participação ativa no round de discussão dos casos que ocorre diariamente, com duração de aproximadamente 1,5hs, de segunda a sexta-feira e conta com professores médicos neurologistas, residentes em neurologia, nutricionista, farmacêutico, fonoaudióloga, fisioterapêutas, assistente social e enfermeiro. Por fim, o enfermeiro também realiza diversos procedimentos inerentes à sua práxis como, punção venosa, passagem de SNE, pedido de RX para controle e liberação de SNE, passagem de SVD, coleta de exames, supervisão e realização de curativos, controle e dispensação de alguns medicamentos de alta vigilância, passagem de plantão, atendimento a intercorrências com apoio do time de resposta rápida, dentre outros. Todas estas atividades são permeadas pela estratégia de prestar uma assistência de enfermagem qualificada e alicerçada no PE, com constante inovação, como por exemplo a utilização dos padrões internacionais de qualidade e segurança do paciente preconizados pela Joint Comission International (JCI). CONCLUSÃO: A atuação das enfermeiras em uma unidade de internação especializada no atendimento a pacientes acometidos por AVE agrega inúmeras atividades que vão desde procedimentos de enfermagem a discussão em round multidisciplinar, educação da equipe e do paciente e acompanhantes dentre outros supracitados. O enfermeiro que  atua nesta unidade tem uma formação generalista porém, em seu cotidiano, demanda maior atenção necessária ao atendimento adequado e seguro a estas patologias exigindo um conhecimento mais específico relativo a área. IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: O exemplo da atuação de enfermeiros em uma unidade de internação hospitalar especializada em pacientes acometidos por AVEs pode servir de embasamento para que, mais unidades em outras instituições, possam aderir a idéia de qualificação do atendimento ao indivíduo com AVE para enfim, buscar um cuidado de excelência aos pacientes com esta patologia tão prevalente e incapacitante. Também este relato de experiência busca melhorar a visibilidade do enfermeiro  ao descrever suas múltiplas funções frente a UCE  e aos pacientes acometidos por AVEs.


Referências:
1Martins AGP. Hemofilia entenda a doença que compromete a coagulação do sangue. Curitiba. Monografia [Especialização em Genética para professores do Ensino Médio] – Universidade Federal do Paraná; 2014. 2Schrijvers LHH, Zande MBV, Peters M, Lock J, Cnossen MH, Schuurmans MJ, et al. Self-infusion of prophylaxis: evaluating the quality of its performance and time needed. Haemophilia 2016; 22(3): 214-217. 3Bastos NA, Cavaglieri AG. Caracterização dos portadores de hemofilia do Vale do Paraíba Paulista – SP. Rev Eletr Enf Vale Par 2012; 1(3): 055-064. 4Ursi ES, Gavão CM. Prevenção de lesões de pele no perioperatório: revisão integrativa da literatura. Rev Latino-Am Enf 2006; 14(1): 124-131.