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9597855 | ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO EM UMA UNIDADE ESPECIALIZADA EM ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO: RELATO DE EXPERIÊNCIA | Autores: Daniela Skolaude ; Mari Angela Lourenci ; Elisangela Souza ; Viviana Brixner Jost |
Resumo: INTRODUÇÃO: O acidente vascular encefálico (AVE) ocorre sob as formas
denominadas isquêmica ou hemorrágica. O acidente vascular encefálico isquêmico
ocorre mediante uma obstrução de algum vaso que abastece de sangue o cérebro.
Esta é a forma com maior incidência representando cerca de 87% dos casos. Já o
acidente vascular encefálico hemorrágico ocorre mediante a ruptura de um vaso
sanguíneo interno ao cérebro1. No AVE isquêmico temos uma condição associada
onde, a aterosclerose, que são depósitos de gordura na parede de um vaso
sanguíneo, ocasiona obstrução devido a placa de gordura ulcerada. Também temos
causas de origem embólica, na qual a obstrução decorrente de coágulo
sanguíneo proveniente do sistema circulatório que se desprende causando
obstrução de vias irrigadoras menores no cérebro. A exemplo disso temos a
etiologia cardioembólica decorrente da fibrilação atrial, de trombos
intracardíacos ou ainda, originados em grandes vasos do tórax e do pescoço. Já
o AVE hemorrágico ocorre quando rompe-se um vaso sanguíneo intracerebral ou
subaracnóideo, levando a inundação em determinada área onde o extravasamento
de sangue comprime estruturas adjacentes2. Dentre os fatores de risco para os
AVEs destacam-se a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), o Diabetes Melitus
(DM), a obesidade, o tabagismo, o sedentarismo, a fibrilação arterial,
alterações carotídeas, dentre outras3. Os AVEs podem ter efeitos devastadores
como o óbito ou sequelas neurológicas e/ou motoras que dependem da extensão da
área cerebral atingida e da localização. Atualmente os AVEs estão em segundo
lugar em relação a causa de óbitos no Brasil4. Para tanto, hospitais tem
implantado centros de atendimento de urgência ao AVE e destes, 18 estão
localizados no Rio grande do Sul. Neste contexto, buscando dar seguimento ao
atendimento dos pacientes captados na rede de urgencia, foi criada em 2013 uma
Unidade de internação hospitalar de Cuidados Especiais (UCE) com enfoque ao
atendimento dos pacientes com AVEs, que disponibiliza equipe multidisciplinar
e leitos específicos para tratamento e reabilitação destes pacientes.
Inserida nesta equipe, a enfermagem desempenha papel ativo em diversas
atividades inerentes ao cuidado prestado a esta clientela específica.
OBJETIVO: Descrever as atividades desenvolvidas pelos enfermeiros
assistenciais em uma unidade hospitalar especializada no atendimento a
pacientes acometidos por Acidentes Vasculares Encefálicos. DESCRIÇÃO
METODOLÓGICA: Trata-se de um relato de experiência de enfermeiras de um
Hospital Universitário do Sul do Brasil, que atuam em uma unidade de
internação especializada no atendimento a pacientes acometidos por AVEs.
RESULTADOS: A unidade especializada no atendimento ao paciente acometido por
um AVE conta com 10 leitos equipados com monitorização cardiorespiratória e
agrupados em área específica da unidade para melhor logística de atendimento
da equipe multidisciplinar. O atendimento das enfermeiras nesta unidade
inicia-se no momento da admissão. Ao receber o paciente, que chega
principalmente das unidades de terapia intensiva e da emergência da mesma
instituição, tendo recebido a transferência do cuidado via telefone, a
enfermeira já avalia o caso do paciente e a necessidade de se preparar o leito
para condições especiais como a de sequelas motoras com a indicação de
instalação colchão de ar, lençol móvel, monitor, etc. Passa o caso para a
equipe técnica, já destacando pontos cruciais ao atendimento. Logo após
receber o paciente, a enfermeira realiza a Sistematização da Assistência de
Enfermagem (SAE) aplicando o Processo de Enfermagem (PE) em todas as suas
etapas que são informatizadas nesta instituição, associado às escalas de
avaliação de risco, como escala de Braden para risco de lesões por pressão e
Morse para risco de quedas. Outra linha de atuação das enfermeiras, se dá no
âmbito educacional, tanto da equipe de enfermagem relativa aos processos de
trabalho e educação permanente, quanto a educação em saúde dos pacientes e
acompanhantes relativa aos cuidados, com orientações diárias e através de
grupo de pacientes e familiares desenvolvido na unidade semanalmente. Esta
linha educacional visa prevenção de novos episódios de AVE, inserção em
rotinas da unidade, cuidados específicos durante a internação. Agregado a
isso, dá-se enfoque a educação para cuidados após alta tendo em vista, a
grande frequência de incapacidades geradas pelos eventos relacionados a esta
patologia como plegias de membros ou de hemicorpo, paresias, disfonias,
afasias e disartrias, alterações de marcha, dificuldades no desenvolvimento
das atividades de vida diária e cuidados com sondas e artefatos que podem ser
mantidos após a alta, dentre outros. Outra atividade inerente a atuação das
enfermeiras na unidade especializada em AVE é a participação ativa no round de
discussão dos casos que ocorre diariamente, com duração de aproximadamente
1,5hs, de segunda a sexta-feira e conta com professores médicos neurologistas,
residentes em neurologia, nutricionista, farmacêutico, fonoaudióloga,
fisioterapêutas, assistente social e enfermeiro. Por fim, o enfermeiro também
realiza diversos procedimentos inerentes à sua práxis como, punção venosa,
passagem de SNE, pedido de RX para controle e liberação de SNE, passagem de
SVD, coleta de exames, supervisão e realização de curativos, controle e
dispensação de alguns medicamentos de alta vigilância, passagem de plantão,
atendimento a intercorrências com apoio do time de resposta rápida, dentre
outros. Todas estas atividades são permeadas pela estratégia de prestar uma
assistência de enfermagem qualificada e alicerçada no PE, com constante
inovação, como por exemplo a utilização dos padrões internacionais de
qualidade e segurança do paciente preconizados pela Joint Comission
International (JCI). CONCLUSÃO: A atuação das enfermeiras em uma unidade de
internação especializada no atendimento a pacientes acometidos por AVE agrega
inúmeras atividades que vão desde procedimentos de enfermagem a discussão em
round multidisciplinar, educação da equipe e do paciente e acompanhantes
dentre outros supracitados. O enfermeiro que atua nesta unidade tem uma
formação generalista porém, em seu cotidiano, demanda maior atenção necessária
ao atendimento adequado e seguro a estas patologias exigindo um conhecimento
mais específico relativo a área. IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: O exemplo da
atuação de enfermeiros em uma unidade de internação hospitalar especializada
em pacientes acometidos por AVEs pode servir de embasamento para que, mais
unidades em outras instituições, possam aderir a idéia de qualificação do
atendimento ao indivíduo com AVE para enfim, buscar um cuidado de excelência
aos pacientes com esta patologia tão prevalente e incapacitante. Também este
relato de experiência busca melhorar a visibilidade do enfermeiro ao
descrever suas múltiplas funções frente a UCE e aos pacientes acometidos por
AVEs.
Referências: 1Martins AGP. Hemofilia entenda a doença que compromete a coagulação do sangue. Curitiba. Monografia [Especialização em Genética para professores do Ensino Médio] – Universidade Federal do Paraná; 2014. 2Schrijvers LHH, Zande MBV, Peters M, Lock J, Cnossen MH, Schuurmans MJ, et al. Self-infusion of prophylaxis: evaluating the quality of its performance and time needed. Haemophilia 2016; 22(3): 214-217. 3Bastos NA, Cavaglieri AG. Caracterização dos portadores de hemofilia do Vale do Paraíba Paulista – SP. Rev Eletr Enf Vale Par 2012; 1(3): 055-064. 4Ursi ES, Gavão CM. Prevenção de lesões de pele no perioperatório: revisão integrativa da literatura. Rev Latino-Am Enf 2006; 14(1): 124-131. |