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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 9590129

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9590129

O ESTUDO DE CASO COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO PARA INCENTIVO AO RACIOCÍNIO CLÍNICO E CRÍTICO DE ENFERMEIROS ASSISTENCIAIS

Autores:
Valéria Aparecida Nunes ; Deyvid Fernando Mattei da Silva ; Aline Corrêa de Araujo ; Luciane Luz E Silva ; Nágila Fernanda dos Reis

Resumo:
**O ESTUDO DE CASO COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO PARA INCENTIVO AO RACIOCÍNIO CLÍNICO E CRÍTICO DE ENFERMEIROS ASSISTENCIAIS** **Introdução: **As organizações de saúde, atualmente, vêm passando por inúmeras transformações, o que tem exigido dos gestores a implementação de ferramentas de gestão atualizadas, capazes de estimular o conhecimento e a competência de seus profissionais¹. No ambiente hospitalar, o gestor da assistência visa qualificar a assistência de enfermagem por meio do Processo de Enfermagem¹, contemplada na Sistematização da Assistência de Enfermagem. Logo, o estudo de caso, utilizado como estratégia de ensino nesta situação pode ser muito benéfica, uma vez que estimula a tomada de decisão e o desenvolvimento de habilidades críticas e reflexivas dos enfermeiros no que diz respeito aos planos de cuidados². Além disso, sabe-se que o pensamento crítico está relacionado ao sucesso acadêmico e que as habilidades de pensamento crítico estão relacionadas ao tempo de prática clínica e a experiência profissional, somadas a busca de capacitação3, portanto estimular esta busca e incrementar a experiência foi a justificativa deste trabalho com enfermeiros assistenciais de um hospital público do Estado de São Paulo. Partindo do pressuposto de que Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), segundo a Resolução do COFEN 358/2009, é o que organiza o trabalho profissional quanto ao método, pessoal e instrumentos, tornando possível a operacionalização do Processo de Enfermagem (PE), que por sua vez, é entendido como uma ferramenta metodológica que orienta o cuidado profissional de enfermagem e a documentação da prática profissional4. **Objetivo: **Relatar a experiência da implantação de estudo de caso, como estratégia de ensino, para estímulo do raciocínio clínico e crítico nos enfermeiros assistenciais de um hospital público do Estado de São Paulo, de alta complexidade. **Metodologia: **Trata-se de um estudo descritivo-exploratório, baseado no relato de experiência de cinco gestores de enfermagem que utilizaram o estudo de caso como estratégia de ensino para estimular o raciocínio clínico e crítico nos enfermeiros assistenciais e refinar o Processo de Enfermagem evidenciado nos registros de enfermagem da instituição. A estratégia de ensino foi implantada em 2016, com frequência mensal, nos três turnos de trabalho (matutino, vespertino e noturno).  Um enfermeiro é convidado a apresentar um caso de paciente do qual assistiu em sua unidade de trabalho seguindo a seguinte estrutura de apresentação: 1- o enfermeiro descreve a história do paciente e o motivo de sua internação; 2- baseado na hipótese diagnóstica médica ele explica a fisiopatologia, em seguida a relaciona com a descompensação da doença e, consequentemente, o motivo de sua internação; 3- após esta explicação ocorre uma pausa na apresentação para que os enfermeiros que estão assistindo discutam e proponham quais seriam os diagnósticos de enfermagem; 4- o enfermeiro apresentador mostra quais foram os diagnósticos que ele elencou e por que; 5- o enfermeiro apresenta as prescrições relacionadas aos diagnósticos dados; 6- o enfermeiro conta como foi a experiência do cuidado, relacionando as medidas que foram prescritas; 7- apresenta as referências bibliográficas (e por vezes encaminha algum artigo para que os colegas leiam antes mesmo da apresentação); 8- por fim, o estudo de caso termina com discussão, entres os enfermeiros, sobre as condutas que foram tomadas e propostas de melhorias. A apresentação ocorre uma vez por mês aos finais de semana, todos os enfermeiros de plantão do turno são convidados para assistirem e discutirem o caso apresentado. Ao final da apresentação escolhe-se o caso e o enfermeiro do próximo mês. **Resultados: **O hospital do estudo dedica-se a atender pacientes com necessidades de alta complexidade, como: transplante de fígado, transplante de rim, transplante de medula óssea, transplante de córnea, cirurgias urológicas, cirurgias neurológicas, cirurgias oftálmicas e geral, além de atender pacientes clínicos em tratamento quimioterápico de onco-hematologia, principalmente. Por conta desta diversidade do atendimento, a gestão de enfermagem, por meio de Supervisoras, Coordenadora e Diretor, dedicaram-se em investir no aprimoramento dos enfermeiros a fim de melhorar a assistência dos pacientes e promover segurança. Sem grandes recursos o estudo de caso foi, então, escolhido como estratégia para qualificar a assistência e incentivar o hábito do estudo e da troca de informações, e foi o que aconteceu, durante a experiência foi percebido entre enfermeiros de áreas distintas, que eles puderam discutir casos juntos, ainda que suas especialidades fossem tão diferentes. Outro ponto interessante, que pudemos perceber, foi o aumento da estima do enfermeiro apresentador pela sua unidade e seus pacientes durante as apresentações, iniciando-as com frases do tipo “hoje o estudo de caso é com a clínica mais querida do hospital”. Ao que parece o conhecimento provoca isso, quanto mais se sabe de um determinado assunto, mais prazeroso se é em trabalhar com tal assunto. Com isso, ao todo foram apresentados nos últimos dois anos aproximadamente 96 discussões de casos, com variadas situações, uma média de 01 caso por mês, nos dezoito meses de iniciação da estratégia e 02 casos por mês nos últimos 06 meses. Sendo possível observar uma adesão de 80% de participação de enfermeiros de plantão em cada caso apresentado. **Conclusão: **A estratégia de ensino empregada foi exitosa, contribuiu para reflexão clínica dos enfermeiros visto que tiveram a oportunidade de atrelar a teoria à prática. Favoreceu a troca de experiência e saberes entre os profissionais e auxiliou para despertar a importância e o compromisso que eles devem ter com o cuidado individualizado e com o registro da assistência prestada. **Contribuições/ Implicações para enfermagem: **Logo, também contribui para outros estudos sobre metodologias ativas de ensino como uma forma de desenvolver habilidades nos profissionais, alunos de enfermagem, para organização da assistência de enfermagem ser prestada e tomada de decisão.


Referências:
1- OLIVEIRA, S.K.P. LIMA, F.E.T. Validação de conteúdo da escala de avaliação de autocuidado de pacientes com insuficiência cardíaca. Ceará: Rev Rene, 2017. 2- ABTO - Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. Registro Brasileiro de Transplantes. São Paulo, 2017. 3- HORTA, W. A. Processo de enfermagem. São Paulo: EPU, 1979. 4- GARCIA, T.R. Classificação Internacional Para A Prática de Enfermagem CIPE. Porto Alegre: Artmed, 2017.