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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 9530300

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9530300

DELINEAMENTO DOS DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM - NANDA-I EM UMA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS

Autores:
Aline Maffissoni ; Carla Argenta ; Adriana Gracietti Kuczmainski ; Edlamar Kátia Adamy

Resumo:
**Introdução:** A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é caracterizada como área hospitalar com alto nível de complexidade nos procedimentos e utilização de tecnologia de ponta, devido ao fato de que os usuários se encontram em estado crítico de saúde relacionado principalmente a alterações no funcionamento fisiológico do organismo, exigindo da equipe de enfermagem o desenvolvimento de suas atividades de forma rápida e eficaz visando garantir um cuidado qualificado aos pacientes. O enfermeiro deve aprimorar seus conhecimentos, tanto gerais como específicos, para realizar um cuidado continuo, com clareza e objetividade e com tomada de decisão embasada cientificamente1. O Processo de Enfermagem (PE) é uma das ferramentas metodologias disponíveis que tem demonstrado resultados satisfatórios para auxiliar o trabalho da enfermagem neste ambiente, cujo objetivo é aumentar a percepção do enfermeiro na detecção dos problemas e auxiliar na definição do plano de cuidados, bem como permitir a avaliação dos resultados alcançados em determinado período de tempo. Da mesma maneira que se apresenta como forma científica de evidenciar a atuação da enfermagem2. A implantação e implementação da Sistematização de Assistência de Enfermagem (SAE) por meio do PE são asseguradas pela resolução n. 358/2009 do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), que defende sua necessidade em qualquer ambiente de atendimento a saúde seja ele público ou privado3. O PE apresenta-se em cinco etapas: 1a- investigação (anamnese e exame físico), 2a- diagnósticos de enfermagem, 3a- planejamentos dos resultados esperados, 4a- implementação da assistência de enfermagem (prescrição de enfermagem), e 5a- avaliação da assistência de enfermagem2.  Considerando que a etapa de identificação dos diagnósticos de enfermagem (DE) requer habilidade de pensamento crítico e julgamento clínico do Enfermeiro, pois exige agrupamento das informações relatadas pelo usuário e dos sinais avaliados pela equipe, a produção de Protocolos Assistenciais (PA) podem auxiliar na tomada de decisão, facilitando a concretização do PE por meio da pré-seleção de DE e seus respectivos resultados e intervenções direcionados para as características sócio-demográficas da região1. A padronização da linguagem auxilia na construção do protocolo específico, e para isso, a taxonomia da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA-I) é indicada e contundente, pois tem como finalidade possibilitar a comunicação entre as multidisciplinaridades presentes no cuidado à saúde do paciente/família/comunidade3. A aplicação do PE proporciona uma assistência holística e individualizada, que qualifica o cuidado, além de ser utilizado como instrumento de planejamento e organização. Para se obter garantia na qualidade do cuidado prestado na UTI, é necessário ater-se na qualificação dos profissionais e na capacidade dos mesmos ao utilizar ferramentas que contribuem nas atividades diárias. Sendo importante instrumento com capacidade de nortear o enfermeiro e torná-lo capaz de realizar uma assistência individualizada, de qualidade, centrada nas necessidades humanas básicas, além de possibilitar a avaliação e adequação do cuidado durante o planejamento das atividades pelo enfermeiro gerencial 3. Dessa forma, com o intuito de facilitar a utilização do PE na prática clínica se destaca a importância de traçar um perfil prévio de DE levando em consideração as características de pacientes em tratamento intensivo. **Objetivos: **determinar o perfil de diagnóstico de enfermagem em uma unidade de terapia intensiva adulto. **Método:** Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem quantitativa vinculado à um macroprojeto de pesquisa e um programa de extensão, realizado em um hospital de Chapecó, Santa Catarina. Participaram da definição do perfil diagnóstico, enfermeiros da comissão de processo de enfermagem da instituição (COMPEnf), enfermeiros assistenciais da UTI e estudantes de graduação em enfermagem. A coleta dos dados se deu a partir do PA produzido pela equipe formada por enfermeiros, docentes e discentes, que visou a identificação de diagnósticos com características definidoras e fatores relacionados semelhantes aos sugeridos pela NANDA-I. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo comitê de ética local com o protocolo n. 1.836.351. **Resultados/Discussão:** No período de implantação do PE foram identificados 89 DE, porém após discussões entre a equipe foram mantidos 65 diagnósticos prioritários e secundários para serem utilizados na assistência diária na UTI. Seguindo o referencial do NANDA-I foram identificados os domínios predominantes e a taxa de percentual em cada um deles, destaca-se o domínio 11 - segurança e proteção com 15 DE (23 %). Seguido do domínio 4 – atividade/repouso com 12 DE (18%), o domínio 2 – nutrição com um total de 10 DE (15%), o domínio 3 – eliminação e troca com 7 DE (11%), seguido pelo domínio 9 - Enfrentamento/Tolerância ao Estresse com 6 DE representando 9% do total de diagnósticos selecionados. Domínio 6 – autopercepção e domínio 12– conforto com 4 DE (6%) cada, domínio 5 – percepção/cognição com 3 DE (5%), domínio 10 – princípios de vida com 2 DE (3%) e os domínios 7 – papéis e relacionamento e domínio 1– promoção da saúde com apenas um DE (2%) cada. O domínio 8 – sexualidade não foi contemplado no protocolo do PE pelo fato de não ser utilizado frequentemente pela equipe. No domínio predominante 12 DE (80%) se localizam na classe 2 – lesão física, no que diz respeito ao domínio 4 prevaleceu a classe 4 – respostas cardiovasculares/pulmonares com 7 DE (58%). O domínio 6 apresentou os DE desesperança, risco de dignidade humana comprometida, baixa autoestima situacional e Risco de baixa autoestima situacional, comprovando que os cuidados prestados na UTI respeitam e priorizam o ser humano como um todo e não apenas como uma patologia emergencial. Assim como em demais literaturas 1, 2, 3, os principais DE utilizados em UTI estão diretamente ligados a estabilização das funções fisiológicas primordiais para a manutenção da vida. Este fato é proveniente do estado geral dos pacientes que necessitam de atendimento em UTI, prevalecendo os casos críticos, porém com possibilidade de recuperação. Mesmo com as necessidades específicas exigidas foram identificados alguns diagnósticos direcionados ao bem-estar geral do paciente, reafirmando que, apesar de a maioria dos pacientes estarem inconscientes, é essencial atentar para todos os aspectos de vida do mesmo e para a família/cuidador. Promover o cuidado humanizado no atendimento da enfermagem é discutido constantemente, tornando-se necessário o uso de novas tecnologias e atividades para possibilitar aos profissionais melhores condições de trabalho. **Conclusão: **Podemos concluir que a padronização da linguagem utilizada auxilia na compreensão do conteúdo e na elucidação do PE, além disso proporciona aos estudantes um método de estudo voltado para a prática clínica da região onde realizam sua formação. Os dados podem também ser utilizados em pesquisas científicas e na qualificação das publicações que futuramente irão fazer parte da implantação e implementação dos DE neste local. E finalmente cumprindo o seu principal objetivo através desta busca foi construído um perfil clínico que poderá ser utilizado diariamente, de forma manual em todos os pacientes, auxiliando na elaboração de um protocolo de cuidado que contempla além dos DE, o histórico e exame físico buscando qualificar o planejamento do plano de cuidados que será fornecido a cada paciente de forma individualizada e obter resultados satisfatórios. **Contribuições para enfermagem:** traçar um perfil diagnóstico é de suma importância para a enfermagem no tocante ao reconhecimento da população atendida e das necessidades encontradas diariamente na atuação do enfermeiro, além de proporcionar o levantamento das fragilidades e qualidades do cuidado, facilitando assim uma tomada de decisão cientificamente comprovada e modificações congruentes com a necessidade de cada indivíduo.


Referências:
1. BRASIL. Aprova o documento Requisitos Comuns para Unidades de Terapia Intensiva de Adultos do MERCOSUL. 551 abr 13, 2005. 2. Silva RC da, Ferreira M de A. Technology in nursing care: an analysis from the conceptual framework of Fundamental Nursing. Rev Bras Enferm [Internet]. 2014 [citado 3 de dezembro de 2017]; 67 (1). Disponível em: http://www.gnresearch.org/doi/10.5935/0034-7167.20140015 3. Emerson Elias Merhy, Rosana Onocko. Em busca de ferramentas analisadoras das tecnologias em saúde: A informação e o dia a dia de um serviço, interrogando e gerindo trabalhos. In: Agir em saúde: um desafio para o público. São Paulo: Hucitec; 1997. p. 35–63. 4. Stayt LC, Seers K, Tutton E. Patients’ experiences of technology and care in adult intensive care. J Adv Nurs. setembro de 2015;71(9):2051–61. 5. Jaqueline Ferreira Ventura Bittencourt, Aldenôra Laísa Paiva de Carvalho Cordeiro. Esclerose Lateral Amiotrófica: O processo de cuida em enfermagem e as tecnologias em saúde. Cuid Enferm. 9(2):172–7.