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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 9519127

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9519127

CONHECIMENTOS E PRÁTICAS DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM SOBRE A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

Autores:
Gisely Roberta Alves Dutra ; Natalia Guedes de Melo Silva ; Mauro Sérgio de Almeida Braga Júnior ; Elielza Guerreiro Menezes ; Luciana da Silva Queiroz

Resumo:
Introdução: Sistematizar no que se refere à assistência de Enfermagem significa regularizar, organizar, ou metodizar vários elementos e reduzi-los a um sistema, buscando defini-los e relacioná-los entre si1. No entanto, a aplicabilidade da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), integra mais do que uma sequência de passos a serem seguidos, sua implementação requer que os profissionais de Enfermagem exerçam um domínio maior, conhecimento de base para a construção dos diagnósticos de Enfermagem e um raciocínio cognitivo para a prática do julgamento lógico e clínico, além da sensibilidade em buscar e conciliar as necessidades do cliente às condições de trabalho vivenciadas pelos profissionais2. O maior obstáculo relacionado ao desenvolvimento do Processo de Enfermagem (PE) durante a prática, se dá pela dificuldade de cruzamento entre o conhecimento teórico repassado em sala de aula com a atuação real durante as práticas hospitalares, onde não há uma correlação direta entre ambos3. As atividades teóricas e práticas parecem estar sendo realizadas de maneira isolada, sem qualquer nexo entre elas e, ao invés de levar o discente a um raciocínio clínico, está comprometendo a objetividade do conhecimento transferido4. A implementação da SAE proporciona cuidados individualizados, assim como norteia o processo decisório do enfermeiro nas situações de gerenciamento da equipe de enfermagem. É necessário que o enfermeiro, ao realizar a prescrição dos cuidados de Enfermagem, atente-se para os fatores relacionados e características definidoras estabelecidas na North American Nursing Diagnosis Association (NANDA)5 e que norteiam os diagnósticos de enfermagem (DE), devendo focalizar o cuidado nas suas causas etiológicas, no processo fisiológico e nos sinais e sintomas apresentados pelo cliente. Objetivo: Identificar as dificuldades enfrentadas pelos acadêmicos de graduação em Enfermagem na compreensão e realização da SAE. Descrição Metodológica: Estudo analítico transversal, com abordagem quantitativa. O cenário da pesquisa foi o Centro Universitário do Norte-Uninorte na cidade de Manaus, Amazonas. A população do estudo foi composta por acadêmicos regularmente matriculado do 5º ao 10º período nos turnos matutino, vespertino e noturno do curso de Graduação em Enfermagem. A amostra final totalizou 361 acadêmicos que atendiam aos critérios de inclusão: acadêmicos maiores de 18 anos de ambos os sexos, aprovados nas disciplinas de Semiologia e Enfermagem no Processo de Cuidar da Saúde do Adulto e do Idoso, que aceitaram participar do estudo, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, conforme determina a Resolução 466/12. A coleta de dados ocorreu no período de 01 de agosto à 30 de outubro de 2015 em horário de intervalos das aula, com o tempo de aproximadamente 15 minutos para que os participantes da pesquisa devolvessem os instrumentos. Para análise dos dados, as informações coletadas foram descritas e organizadas segundo a similaridade, em uma planilha no programa Microsoft® Office Excel, foram trabalhadas inicialmente, por meio de métodos de análise descritiva e, 1posteriormente, realizado o cálculo das frequências e percentuais estatísticos. O Comitê de Ética em Pesquisada Universidade do Estado do Amazonas (CEP/UEA), emitiu o parecer consubstanciado de aprovação por meio protocolo 45244715.0.0000.5016. Resultados: Dentre os participantes, maior proporção correspondeu (73,13%) ao sexo feminino, com faixa etária entre 19 a 30 anos e (26,87%) do sexo masculino, os acadêmicos que mais participaram foram do quinto período (24,93%) e sexto período (24,65%), seguidos pelos acadêmicos do oitavo período com 18,84%. Para identificar o conhecimento dos acadêmicos sobre SAE, (97,78%) afirmam que não compreendem e não sabem realizar a SAE. Em relação ao ensino da SAE pelos docentes (55,96%) respondem que esse profissional às vezes demonstra confiança e conhecimento sobre SAE, porém não consegue transmitir o conhecimento aos acadêmicos, (21,33%) apontam que o mesmo não sabe ou não detém esse conhecimento, (88,92%) dos respondentes afirmaram que existe diferença entre a teoria ministrada em sala de aula e a prática nos campos de estágio. Todos os participantes foram unânimes em afirmar que, embora o tema SAE, esteja presente no plano de ensino desde o quarto período da vida acadêmica, não são abordadas de maneira contínua no curso de graduação em enfermagem, (85,45%) afirmaram a ausência da mesma linguagem no momento da teoria e da prática e (3,62%) referem que não há. Conclusão: A execução da SAE enfrenta desafios em relação ao seu ensino, há necessidade de docentes que busquem metodologias para o ensino da SAE e campos de prática que valorizem a ferramenta durante a assistência ao paciente. Portanto, há que se olhar para o campo e para o ensino, visando instrumentalizar enfermeiros e também os acadêmicos em formação, pois entendemos que a utilização da SAE na prática clínica possibilita o reconhecimento social e visibilidade profissional da Enfermagem, sendo necessário que os profissionais enfermeiros vinculem o exercício da profissão ao planejamento do cuidado, servindo de exemplo para os futuros profissionais. Contribuições para a Enfermagem: Um dos pilares fundamentais da vida profissional do enfermeiro é a aplicação da SAE. Essa é a diferenciação desse profissional dos demais profissionais da área da saúde. A enfermagem precisa utilizar do seu conhecimento, sua atribuição para otimizar seu trabalho, assim, trará mais segurança, possibilitando uma construção crescente do raciocínio diagnóstico e julgamento clínico dos acadêmicos na prática de Enfermagem e, consequentemente, um aprimoramento na qualidade da assistência prestada aos clientes, fazendo com que esses futuros enfermeiros se apoderem, da ação privativa de sua classe.


Referências:
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia de Vigilância em Saúde. Volume Único. 1 ed. atualizada. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. Brasil. Portaria nº 204, de 17 de fevereiro de 2016. Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos termos do anexo, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 18 fev. 2016. Braz RM, Oliveira PTR, Reis AT, Machado NMS. Avaliação da completude da variável raça/cor nos sistemas nacionais de informação em saúde para aferição da equidade étnico-racial em indicadores usados pelo Índice de Desempenho do Sistema Único de Saúde. Saúde debate, 2013; 37(99):554-562. Feijó EJ, Tavares CMM. Educação a distância: pressupostos teórico-metodológicos do ensino de enfermagem. J Nurs UFPE on line [Internet], 2010; 4 (1):1216-21. Romero DE, Cunha CB. Avaliação da qualidade das variáveis socioeconômicas e demográficas dos óbitos de crianças menores de um ano registrados no Sistema de Informações sobre Mortalidade do Brasil (1996/2001). Cad Saúde Pública, 2006; 22(3): 673-84.