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9519127 | CONHECIMENTOS E PRÁTICAS DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM SOBRE A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM | Autores: Gisely Roberta Alves Dutra ; Natalia Guedes de Melo Silva ; Mauro Sérgio de Almeida Braga Júnior ; Elielza Guerreiro Menezes ; Luciana da Silva Queiroz |
Resumo: Introdução: Sistematizar no que se refere à assistência de Enfermagem
significa regularizar, organizar, ou metodizar vários elementos e reduzi-los a
um sistema, buscando defini-los e relacioná-los entre si1. No entanto, a
aplicabilidade da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), integra
mais do que uma sequência de passos a serem seguidos, sua implementação requer
que os profissionais de Enfermagem exerçam um domínio maior, conhecimento de
base para a construção dos diagnósticos de Enfermagem e um raciocínio
cognitivo para a prática do julgamento lógico e clínico, além da sensibilidade
em buscar e conciliar as necessidades do cliente às condições de trabalho
vivenciadas pelos profissionais2. O maior obstáculo relacionado ao
desenvolvimento do Processo de Enfermagem (PE) durante a prática, se dá pela
dificuldade de cruzamento entre o conhecimento teórico repassado em sala de
aula com a atuação real durante as práticas hospitalares, onde não há uma
correlação direta entre ambos3. As atividades teóricas e práticas parecem
estar sendo realizadas de maneira isolada, sem qualquer nexo entre elas e, ao
invés de levar o discente a um raciocínio clínico, está comprometendo a
objetividade do conhecimento transferido4. A implementação da SAE proporciona
cuidados individualizados, assim como norteia o processo decisório do
enfermeiro nas situações de gerenciamento da equipe de enfermagem. É
necessário que o enfermeiro, ao realizar a prescrição dos cuidados de
Enfermagem, atente-se para os fatores relacionados e características
definidoras estabelecidas na North American Nursing Diagnosis Association
(NANDA)5 e que norteiam os diagnósticos de enfermagem (DE), devendo focalizar
o cuidado nas suas causas etiológicas, no processo fisiológico e nos sinais e
sintomas apresentados pelo cliente. Objetivo: Identificar as dificuldades
enfrentadas pelos acadêmicos de graduação em Enfermagem na compreensão e
realização da SAE. Descrição Metodológica: Estudo analítico transversal, com
abordagem quantitativa. O cenário da pesquisa foi o Centro Universitário do
Norte-Uninorte na cidade de Manaus, Amazonas. A população do estudo foi
composta por acadêmicos regularmente matriculado do 5º ao 10º período nos
turnos matutino, vespertino e noturno do curso de Graduação em Enfermagem. A
amostra final totalizou 361 acadêmicos que atendiam aos critérios de inclusão:
acadêmicos maiores de 18 anos de ambos os sexos, aprovados nas disciplinas de
Semiologia e Enfermagem no Processo de Cuidar da Saúde do Adulto e do Idoso,
que aceitaram participar do estudo, assinando o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido, conforme determina a Resolução 466/12. A coleta de dados ocorreu
no período de 01 de agosto à 30 de outubro de 2015 em horário de intervalos
das aula, com o tempo de aproximadamente 15 minutos para que os participantes
da pesquisa devolvessem os instrumentos. Para análise dos dados, as
informações coletadas foram descritas e organizadas segundo a similaridade, em
uma planilha no programa Microsoft® Office Excel, foram trabalhadas
inicialmente, por meio de métodos de análise descritiva e, 1posteriormente,
realizado o cálculo das frequências e percentuais estatísticos. O Comitê de
Ética em Pesquisada Universidade do Estado do Amazonas (CEP/UEA), emitiu o
parecer consubstanciado de aprovação por meio protocolo 45244715.0.0000.5016.
Resultados: Dentre os participantes, maior proporção correspondeu (73,13%) ao
sexo feminino, com faixa etária entre 19 a 30 anos e (26,87%) do sexo
masculino, os acadêmicos que mais participaram foram do quinto período
(24,93%) e sexto período (24,65%), seguidos pelos acadêmicos do oitavo período
com 18,84%. Para identificar o conhecimento dos acadêmicos sobre SAE, (97,78%)
afirmam que não compreendem e não sabem realizar a SAE. Em relação ao ensino
da SAE pelos docentes (55,96%) respondem que esse profissional às vezes
demonstra confiança e conhecimento sobre SAE, porém não consegue transmitir o
conhecimento aos acadêmicos, (21,33%) apontam que o mesmo não sabe ou não
detém esse conhecimento, (88,92%) dos respondentes afirmaram que existe
diferença entre a teoria ministrada em sala de aula e a prática nos campos de
estágio. Todos os participantes foram unânimes em afirmar que, embora o tema
SAE, esteja presente no plano de ensino desde o quarto período da vida
acadêmica, não são abordadas de maneira contínua no curso de graduação em
enfermagem, (85,45%) afirmaram a ausência da mesma linguagem no momento da
teoria e da prática e (3,62%) referem que não há. Conclusão: A execução da SAE
enfrenta desafios em relação ao seu ensino, há necessidade de docentes que
busquem metodologias para o ensino da SAE e campos de prática que valorizem a
ferramenta durante a assistência ao paciente. Portanto, há que se olhar para o
campo e para o ensino, visando instrumentalizar enfermeiros e também os
acadêmicos em formação, pois entendemos que a utilização da SAE na prática
clínica possibilita o reconhecimento social e visibilidade profissional da
Enfermagem, sendo necessário que os profissionais enfermeiros vinculem o
exercício da profissão ao planejamento do cuidado, servindo de exemplo para os
futuros profissionais. Contribuições para a Enfermagem: Um dos pilares
fundamentais da vida profissional do enfermeiro é a aplicação da SAE. Essa é a
diferenciação desse profissional dos demais profissionais da área da saúde. A
enfermagem precisa utilizar do seu conhecimento, sua atribuição para otimizar
seu trabalho, assim, trará mais segurança, possibilitando uma construção
crescente do raciocínio diagnóstico e julgamento clínico dos acadêmicos na
prática de Enfermagem e, consequentemente, um aprimoramento na qualidade da
assistência prestada aos clientes, fazendo com que esses futuros enfermeiros
se apoderem, da ação privativa de sua classe.
Referências: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia de Vigilância em Saúde. Volume Único. 1 ed. atualizada. Brasília: Ministério da Saúde, 2016.
Brasil. Portaria nº 204, de 17 de fevereiro de 2016. Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos termos do anexo, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 18 fev. 2016.
Braz RM, Oliveira PTR, Reis AT, Machado NMS. Avaliação da completude da variável raça/cor nos sistemas nacionais de informação em saúde para aferição da equidade étnico-racial em indicadores usados pelo Índice de Desempenho do Sistema Único de Saúde. Saúde debate, 2013; 37(99):554-562.
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