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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 9487753

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9487753

O USO DE INDICADORES NA EDUCAÇÃO PERMANENTE DA EQUIPE DE ENFERMAGEM

Autores:
Camila Caroline Szpin ; Pablo Cordeiro da Silva

Resumo:
**Introdução** A Enfermagem enquanto profissão exerce um papel fundamental nos serviços de saúde, principalmente por ser o profissional que possui o maior contato com o paciente. De modo geral esse profissional visa atender às necessidades de saúde do cliente, exigindo que os mesmos saibam agir, mobilizar e resolver situações práticas, buscando sempre aprender e engajar-se em resposta às exigências e necessidades de cada área de atuação(1). A crescente complexidade da assistência nos serviços de saúde, exige deste profissional constante desenvolvimento técnico-científico, buscando sempre as melhores evidências para fundamentar sua prática profissional. Para o atendimento desta demanda, o serviço de saúde tem adotado novas formas de organização do trabalho com o objetivo de otimizar recursos e melhorar o atendimento à população(1). Nos serviços de saúde para o desenvolvimento e atualização contínua dos profissionais de enfermagem a educação permanente é uma maneira de atender a esta demanda que vem crescendo a cada ano. A educação permanente em saúde foi proposta pela Organização Panamericana em Saúde (OPAS) em 1980, sendo incorporada no Brasil no ano de 2004, pela Política Nacional de Educação Permanente em Saúde, instituída através da portaria GM/MS 198 do Ministério da Saúde. Esta tem como estratégia integrar as práticas ao cotidiano de forma metodológica, reflexiva e crítica. A educação permanente é abrangente e se refere às ações de capacitação e ações educativas como proposta norteadora para promover mudanças na formação e desenvolvimento dos profissionais, além de empreender um trabalho articulado entre as esferas de gestão, os serviços de saúde, as instituições de ensino e os órgãos de controle social(2). Como forma eficiente de avaliação da qualidade da assistência nos serviços de saúde, podemos utilizar os indicadores que possibilitam demostrar a evolução ao longo do tempo, com possibilidade de comparação com outros referenciais. O indicador é uma unidade de medida de uma atividade, com a qual se está relacionado ou, ainda, uma medida quantitativa que pode ser usada como um guia para monitorar e avaliar a qualidade de importantes cuidados prestados ao paciente e as atividades dos serviços(3). Na educação permanente em enfermagem os indicadores são imprescindíveis para a avaliação do processo de trabalho, o planejamento das ações de capacitação/treinamento, avaliação das atividades desempenhadas e o estabelecimento das metas a serem alcançadas para a melhoria do cuidado prestado à população. **Objetivo** Descrever indicadores que podem ser utilizados para mensurar o custo e a efetividade das ações de educação permanente direcionadas à equipe de enfermagem. **Descrição metodológica** O estudo realizado foi do tipo descritivo e exploratório, pois apresentou e identificou sistematicamente as características do fenômeno em questão, ou seja, os indicadores disponíveis para mensurar o processo de educação permanente de enfermagem, e exploratório por buscar maiores informações sobre o assunto. **Resultados** O modelo, ou mais concretamente, a taxonomia que tem sido predominantemente utilizada para mensurar os resultados das ações de treinamento e desenvolvimento realizadas no ambiento de trabalho, foi originalmente publicado por Kirkpatrick, em 1959. Este, apresenta uma sequência lógica do processo de avaliação através da abordagem de quatro níveis: 1- reação; 2- aprendizagem; 3- comportamento; 4- resultados(4). O modelo de “Avaliação de Reação” pretende recolher informações sobre a opinião e satisfação dos participantes, especialmente relacionados ao tema, instrutor, conteúdo e organização. Apesar de constituir apenas o primeiro nível de avaliação, muitas vezes é o único modelo adotado por grande parte das instituições. O segundo nível corresponde à “Avaliação de Aprendizagem, ou seja, “ao conhecimento adquirido pelo participante, ao aumento ou melhoria de suas competências, ou à alteração de atitudes como resultado da formação”, e podem ser realizados antes, durante e/ou após a realização da ação de capacitação, embora a maior seja realizada imediatamente ao final dos treinamentos. O terceiro nível contempla a “Avaliação de Comportamento”, também chamada de “Avaliação de Transferência de Aprendizagem”, e tem por objetivo apurar se as aprendizagens adquiridas durante a formação foram realmente incorporadas à prática profissional dos participantes, traduzindo-se em alterações de desempenho. Por último, o quarto nível “avalia os resultados” de uma ação de capacitação quanto seu impacto na alteração dos métodos de trabalho, que podem ser traduzidos na prática em aumento da qualidade, maior produtividade, melhoria do serviço e/ou redução de custos. Outro importante fator a ser avaliado por programas institucionais de educação permanente, diz respeito à relação entre o custo e a efetividade das ações desenvolvidas, para tanto, é necessário que um indicador financeiro seja atribuído a cada ação educativa e posteriormente cruzado com os indicadores de resultado propostos por Kirkpatrick. Para a construção de um indicador financeiro deve-se levar em conta os custos diretos e indiretos envolvidos na realização de uma ação educativa. São considerados custos diretos as despesas com instrutores, materiais, recursos audiovisuais e outras despesas gerais que não envolvam a necessidade de rateio. Os custos indiretos referem-se às condições necessárias para realização do treinamento, tais como energia elétrica, custos administrativos em geral, depreciação, etc(5). Outro importante indicador, ainda pouco estudado e que pode avaliar a efetividade da educação permanente da equipe de enfermagem, diz respeito a quantidade de horas de treinamento por profissional. Nele considera-se a carga horária de treinamento, número de profissionais e número médio de profissionais treinados no ano. Diante da escassez de referencial para este indicador é importante promover investigações para garantir a validade e efetividade dos resultados desse indicador no gerenciamento dos recursos humanos em enfermagem. **Conclusão** A utilização de indicadores para a educação permanente da equipe de enfermagem deve ser considerada como fundamental para o planejamento das ações de capacitação da equipe. Além de imprescindíveis para a sistematização do processo de trabalho, os indicadores contribuem na construção de ações que melhorem a adesão destes profissionais aos treinamentos, impactando diretamente na melhoria da assistência prestada à população. **Contribuições/Implicações para a enfermagem** Espera-se com este estudo, demonstrar a importância da utilização de indicadores como ferramenta para o planejamento do processo de educação permanente em enfermagem nos serviços de saúde. Quando utilizados de forma contínua, os indicadores contribuem para a implementação de medidas visando, a melhoria do cuidado prestado, avaliação das metas estabelecidas e o alcance dos resultados esperados.


Referências:
1. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução nº. 358/2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de enfermagem, e dá outras providências. Diário Oficial da União 23 out 2009; Seção 1. Available from: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009_4384.html. 2. Mangueira SO, Lima JTS, Costa SLA, Nóbrega, MML, Lopes MVOL. Implantação da sistematização da assistência de enfermagem: opinião de uma equipe de enfermagem hospitalar. Enfermagem em foco. 2012; 3(3); p.135-138. 3. Santana F, Filha FSSC, Lando GA. Protocolo de implantação do processo de enfermagem interfaces com a legislação. Rev. enferm. UFPE on line. 2016; 10(3):1368–1377. 4. Medeiros AL, Santos SR, Cabral RWL. Desvelando dificuldades operacionais na sistematização da assistência de enfermagem através da Grounded Theory. Rev Eletrônica Enferm [Internet]. 2013 [cited 2018 Jan 28]; 15(1). Available from: http://revistas.ufg.br/index.php/fen/article/view/15323.