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9472547 | ORGANIZAÇÃO DE EVENTO CIENTÍFICO COMO MODALIDADE DE APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA NA FORMAÇÃO DO(A) ENFERMEIRO(A) | Autores: Rayssa Basílio Arantes ; Elisangela Miranda de Jesus Lisboa ; Edinar Teles de Oliveira Barbato de Figueiredo ; Jonatan Costa Gomes ; Rosa Maria Bottosso |
Resumo: **ORGANIZAÇÃO DE EVENTO CIENTÍFICO COMO MODALIDADE DE APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA NA FORMAÇÃO DO(A) ENFERMEIRO(A)**
_Edinar T. O. B. de Figueredo_ 1
Rayssa Basílio Arantes 2
Rosa Maria Bottosso 3
Jonatan Costa Gomes 4
Elisangela Miranda de Jesus Lisboa 5
**Introdução**: no delineamento de novas propostas de ensino e aprendizagem, a inserção de modalidades organizativas como critérios para avaliação da formação no curso de enfermagem tem contribuído para o aprendizado significativo(1). Criar e organizar eventos técnicos e científicos possibilita novas descobertas aos alunos que vão para além do desenvolvimento de competências e habilidades cognitivas, atitudinais, ética, estética e política esperada na desafiante proposta de implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais da Enfermagem(2). Estas ações são consideradas um desafio quando são inseridas em um contexto acadêmico. Diferentes tipos de linguagem no trabalho pedagógico favorece a construção da identidade profissional na perspectiva coletiva e social(3), demonstrando assim a importância de fomentar discussões acerca desta temática na contemporaneidade. **Objetivo:** refletir sobre a organização de eventos técnicos e científicos como modalidade pedagógica para a aprendizagem significativa na formação do(a) enfermeiro(a). **Metodologia: **relato de experiência da aprendizagem mediada pela organização da – IV Semana de Enfermagem – realizado em maio de 2016, numa escola de ensino superior localizada na cidade de Cuiabá, Mato Grosso. Um grupo de dezesseis alunos do 4º e 5º semestre matriculado na disciplina “Atividade Prática Supervisionada” foram os sujeitos responsáveis pelo evento, sob a orientação das docentes. As reflexões sobre o aprendizado deu-se por meio de reunião após o fechamento da ação, mediado pela questão: qual(is) a(s) contribuição(ões) que o evento trouxe para a sua aprendizagem sobre o papel do(a) enfermeiro(a)? Três momentos foram identificados, assim denominados: _espaço da criação e organização;_ _receber e se perceber_ e, _cansamos, mas aprendemos_. Os dados foram analisados a luz do referencial teórico citado. **Resultados:** _espaço da criação e organização_: representado pelos momentos de conhecer o um pouco semana de enfermagem na instituição e no Brasil, tendo como referencial a história do movimento cultural, científico, social e político da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) na organização deste evento, seguido pela fase da criação e organização. Foram levantados as possibilidades de viabilizar recursos financeiros e nesta trajetória, fizeram contato com a ABEn seção Mato Grosso, Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (COREn-MT), empresas localizadas na cidade e contribuições voluntárias de pessoas física. A divulgação deu-se internamente na escola, rede social via internet, _facebook_ e panfletagem em locais estratégicos de concentração de estudantes e profissionais da enfermagem nas instituições pública e privadas de saúde. Nas reflexões o sentimento de liberdade para criação foi prazeroso aproximando as propostas de aprendizagem formal no curso com a não formal, reforçando assim o papel pedagógico do(a) professor(a) como mediador de conhecimentos, interesse e necessidades (3). O desconhecimento sobre a história da semana e da ABEn e, em parte do papel do COREn-MT foi constatado neste momento. Há necessidade urgente da utilização de Diretrizes Nacionais Curriculares em instituições privadas, pois elas podem orientar os formadores na orientação de discentes para avanços na educação profissional, em especial ao que se diz respeito ás entidades de classe, esses avanços se constituem em fruto da mudança paradigmática na contemporaneidade, envolvendo o reconhecimento da multidimensionalidade da prática profissional (técnica/científica, ética, social, política) como forma de superar o pensar simplificado e fragmentado da realidade; a adoção da ótica pluralista das concepções de ensino, integrando a diversidade dos campos do conhecimento e uma visão global da realidade(4). _Receber e se perceber: _o evento teve duração de três noites sendo computado a participação de cento e sessenta e sete pessoas mais os convidados para abertura e palestra. As expectativas de receber com qualidade e agradar a clientela foi revelada assim como o sentimento de realização e ter desenvolvido novos saberes. A aprendizagem significativa, segundo Ausubel enriquece a estrutura cognitiva(1). E as diferentes linguagens utilizadas no processo de organização de eventos vem a somar com esta premissa. _Cansamos, mas aprendemos_: em meio as muitas lembranças e descontração, o grupo revelou cansaço físico e mental, porém, superado diante de tantas novidades e aprendizagem. Afirmaram que a proposta de organização de eventos no curso ajuda ao desenvolvimento da capacidade de pensar, relacionar-se, estudar e atuar no campo prático, que as vivencias nesse grupo foram essenciais para despertar o processo de ensino/aprendizagem crítico, necessária nos dias atuais para formação do profissional de excelência. Desta forma, reforça o alcance das competências e habilidades esperada na proposta curricular e promove a concepção das Diretrizes Curriculares Nacionais da Enfermagem que preconiza o aluno como sujeito de seu processo de formação (5). **Conclusão:** o estímulo à realização de eventos científicos como modalidade organizativa para aprendizagem significativa é uma ferramenta pedagógica que possibilitou trazer à tona, questões muitas vezes despercebidas pelo professor e aluno no cotidiano acadêmico. Ambos crescem com a experiência e passam a repensar o seu papel no contexto da formação comprometida com a mudança. **Contribuições para enfermagem:** compartilhar experiências de ensino sobre a organização de eventos científicos nas academias contribui para repensar não só a formação profissional, mas também, ser uma ação que possa despertar no aluno, a sua responsabilidade para enquanto profissional competente e engajado que valoriza as ações educativas no contexto social e político da enfermagem na saúde.
**Descritores: **Organizações**. **Aprendizagem. Currículo.
**TEMA 1**: Diretrizes Curriculares Nacionais e desafios contemporâneos da formação profissional em enfermagem
**Referencias**
1. Pelizzari A. et al. Teoria da aprendizagem significativa segundo Ausubel.
Rev. PEC [internet]. 2992[acesso em 15 mar. 16]; 2(1):37-42. Disponível em:
file:///E:/Documents/A-ENSINO/2015-Saude-
Adulto/aprendizagem%20significativa%20e%20MC.pdf
2. Fernandes JD; Rebouças LC. Uma década de Diretrizes Curriculares Nacionais
para a graduação em enfermagem: avanços e desafios. Rev. Bras.
enferm.[internet] 2013 [acesso em 15 mar. 2018]; 66(n. Espe): 95-101.
Disponível em:
3. Nery A. Modalidades organizativas do trabalho pedagógico: uma
possibilidade. [internet] [acesso em 20 mar. 2018]; s/d. Disponível em:
[http://teleduc.unisa.br/~teleduc/cursos/diretorio/apoio_2547_405](http://teleduc.unisa.br/~teleduc/cursos/diretorio/apoio_2547_405/)
4. Fernandes JD, Xavier IM, Ceribelli MIPF, Cappo Bianco MH, Maeda D,
Rodrigues MVC. Diretrizes curriculares e estratégias para implantação de uma
nova proposta pedagógica. Rev Esc Enferm USP 2005;39(4):443-449.
5. Lopes Neto D, Teixeira E, Vale EG, Cunha FS, Xavier IM, Fernandes JD, et
al. Aderência dos cursos de graduação em enfermagem às diretrizes curriculares
nacionais. Rev Bras Enferm 2007;60(6):625-634.
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1. Enfermeira. Docente no Instituto de Educação Superior de Mato Grosso (IESMT), Cuiabá, Mato Grosso (MT). E-mail: [profedinarfbot1@gmail.com](mailto:profedinardftor1@gmail.com)
2. Enfermeira. Mestre em enfermagem. Docente no IESMT. Cuiabá, MT.
3. Enfermeira. Doutora em educação. Docente na Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Cuiabá, MT.
4. Enfermeiro. Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem da UFMT. Docente no IESMT. Cuiabá, MT.
5. Enfermeira. Mestre em enfermagem. Docente do IESMT. Cuiabá, MT.
Referências: 1 - CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução COFEN n? 358 de 15 de outubro de 2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências. Rio de Janeiro: Conselho Federal de Enfermagem; 2009.
2 - AMERICAN NURSING ASSOCIATION [ANA]. Diagnóstico de enfermagem da NANDA: definições e classificações. Trad. Jeanne Liliane Marlene Michel. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2015-2017.
3 - MERHY, E. E. Em busca da qualidade dos serviços de saúde: os serviços de porta aberta para a saúde e o modelo tecno-assistencial em defesa da vida (ou como aproveitar os ruídos do cotidiano dos serviços de saúde e colegiadamente reorganizar o processo de trabalho na busca da qualidade das ações de saúde). In: Cecílio LCO, organizador. Inventando a mudança na saúde. 2a ed. São Paulo: Hucitec; 1997. p.117-25.
4- ROMEIRO, V. Semiologia médica. 12ª edição; p.3. Rio de Janeiro – RJ. Editora: Guanabara Koogan S.A. – 1980.
5 - D. C.; ALVIM, N. A. T.; FIGUEIREDO, P. A. Tecnologias leves em saúde e sua relação com o cuidado de enfermagem hospitalar. Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro, v.12, n.2, p.291-298, Jun 2008. |