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9432060 | A ESTRATÉGIA DA SIMULAÇÃO IN SITU COMO POTÊNCIA PARA FORMAÇÃO EM ENFERMAGEM | Autores: Luciana Bihain Hagemann de Malfussi ; Eliane Regina Pereira do Nascimento |
Resumo: **A ESTRATÉGIA DA SIMULAÇÃO IN SITU COMO POTÊNCIA PARA FORMAÇÃO EM ENFERMAGEM**
**Introdução: **A capacidade de aprender é uma das habilidades mais relevantes que se pode adquirir e desenvolver, e, frequentemente, o estudante se defronta com novas experiências na vida, na carreira, no estudo ou no trabalho. Esta realidade é percebida também nas competências elencadas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Enfermagem (DCN), que descrevem que os profissionais precisam aprender continuamente, tanto na sua formação, como na sua atuação prática.1 A despeito disso, as metodologias ativas de ensino, vem de encontro as DCN para o desenvolvimento do pensamento crítico do estudante, tomada de decisão em um processo dinâmico. Pertinente a este tema, a simulação clínica apresenta-se como uma estratégia para a formação profissional e oportuniza a execução de técnicas e situações de saúde em um ambiente seguro e favorável no processo de ensino e aprendizagem de habilidades clínicas do enfermeiro. Por conceito, simulação é definida como um processo dinâmico, que envolve a criação de uma oportunidade hipotética, que incorpora uma representação autêntica da realidade, facilitando o envolvimento ativo dos alunos e integra as complexidades do aprendizado prático e teórico com oportunidades para a repetição, _feedback, _avaliação e reflexão.2 Neste sentido, a simulação é uma técnica de ensino, e não uma tecnologia e possui o objetivo de espelhar, antecipar ou ampliar situações reais com as experiências guiadas de uma forma totalmente interativa. Os tipos de simuladores podem variar de acordo com o objetivo de aprendizado desejado, por exemplo: Simulador de Paciente (manequim), Pacientes Simulados (pessoas no papel de paciente, role-play), Objetos Virtuais de Aprendizagem (software de jogos educativos, vídeos, áudios, tecnologia web) e métodos mistos (uso de mais de um tipo de simulador), neste último, podemos destacar a simulação in situ. A simulação in situ é um campo crescente de simulação em saúde, e o nome faz referência a simulação no local - “in situ”. Na realidade trata-se da simulação no próprio ambiente de trabalho cujos participantes estão em serviço em vez de realizar as simulações em laboratórios de simulação.3 Neste meandro, a simulação requer criar uma aprendizagem em um ambiente controlado, onde o aluno poderá desempenhar procedimentos e técnicas até a obtenção de proficiência sob a avaliação de um guia ou professor que o auxilia neste processo, o que vai de encontro com o preconizado pelas Diretrizes Curriculares Nacionais reforçando esta ferramenta de ensino. **Objetivo: **refletir sobre a estratégia da simulação in situ como ferramenta potente para a formação em enfermagem. **Descrição Metodológica**: trata-se de um estudo de reflexão cujo caminho metodológico escolhido partiu do objeto de investigação das autoras no ambiente acadêmico. Para fundamentar e sustentar a prática reflexiva, iniciou-se o levantamento na literatura científica de artigos publicados. A busca pelo material foi feita eletronicamente via internet, com ênfase às revistas específicas de enfermagem encontradas na ferramenta do Google Acadêmico e também nos trabalhos encontrados no Banco de Teses e Dissertações da CAPES. Foram priorizados artigos publicados nos últimos cinco anos. **Resultados: A simulação in situ como estratégia educacional: **a simulação é uma ferramenta educacional que pode ser usada de forma criativa para melhorar a interdisciplinaridade, comunicação, trabalho em equipe em vários cenários, como cuidados em situações agudas, atenção psicossocial, saúde materno infantil, atendimento ambulatorial, cuidados médico-cirúrgicos, semiologia, deontologia, liderança, comunicação e comportamento profissional, com o olhar voltado para a segurança do paciente.4 A simulação in situ tem tornando-se cada vez mais popular nos últimos anos, principalmente para a formação em enfermagem pois alia o desenvolvimento de diversas competências com o envolvimento de habilidades técnicas e não técnicas. Através da simulação in situ, o aluno encontra um ambiente seguro e favorável ao seu processo de ensino- aprendizado, pois tem a oportunidade de replicar de forma mais real possível as experiências simuladas, estas, envolvem aspectos que a aproximam da realidade, sendo composta por fatores como a fidelidade do simulador e do ambiente, componente psicológico da simulação envolvendo os participantes e professores e o fator temporal, com planejamento dos cenários5. **Desenvolvimento de cenários para simulação in situ: **a literatura tem investigado o desenvolvimento de cenários para a simulação, este objeto de estudo tem sido investigado devido sua relevância, pois é através do cenário de simulação que os estudantes vislumbram as oportunidades de aprendizagem. O cenário de simulação pode ser definido como o relato de uma situação clínica que possibilita o desenvolvimento de objetivos específicos de aprendizagem. Há uma diferença entre cenário e caso clínico, sendo que o cenário deve possuir a obrigatoriedade de interação dos participantes com a ferramenta didática, já o caso clínico pode ser empregado de modo estático, apenas como disparador inicial para a abordagem teórica de um conteúdo. O cenário contém elementos essenciais como definição dos objetivos de aprendizagem, inventários de recursos, contexto do cenário, documentação de suporte, ferramentas de apoio, guias para o instrutor, entre outros. **Simulação in situ tem melhor custo benefício: **a literatura apoia a realização da simulação in situ em oposição as simulações tradicionalmente ocorridas nos centros de simulação, que dispõem de estruturas montadas exclusivamente para os treinamentos, e envolvem alto custo financeiro para aquisição. Na realidade da simulação in situ, por ela ocorrer no próprio ambiente de formação e atuação cujos participantes estão em serviço ou formando-se, e isto favorece a atuação clínica dos participantes. Outro fator descrito pela literatura como vantagem é o aumento da fidelidade do cenário, já que a fidelidade do ambiente e psicológica é favorecida nessa estratégia4,5. Alguns estudos demonstram a preferência dos profissionais pela estratégia in situ comparada a treinamentos no centro de simulação. Ademais, como não demanda de uma estrutura física além da já existente no ambiente assistencial, é financeiramente vantajosa em relação à simulação no centro de simulação. **Conclusão: **Os achados da literatura atual apoiam a simulação in situ como uma metodologia ativa de ensino amplamente utilizada, mas, evidenciam a necessidade de realizar novas investigações, que fujam do formato apenas observacional e minimizem as limitações descritas pelos estudos, em comparação a outros métodos de aprendizagem como estudos randomizados. Alguns estudos sugerem a simulação in situ como um método econômico comparado à simulação tradicional e por isto, esta estratégia deve ser incentivada. Os conteúdos trabalhados na simulação in situ são diversos e envolvem os cuidados em situações agudas, atenção psicossocial, saúde materno infantil, atendimento ambulatorial, cuidados médico-cirúrgicos, semiologia, deontologia, liderança, comunicação e comportamento profissional. O uso da simulação para o trabalho interdisciplinar também é relatado e representa um avanço para o ensino em saúde.** Contribuições/implicações para a Enfermagem:** a simulação in situ melhora a competência dos enfermeiros que estão em formação ou aprimora as habilidades dos enfermeiros através de treinamentos. A modalidade da simulação in situ amplia a discussão sobre a simulação e proporciona melhorias nos processos de ensino-aprendizagem na enfermagem.
Referências: 1Abreu TO, Spindola T, Pimentel MRAR, Xavier ML; Clos AC, Barros AS. A monitoria acadêmica na percepção dos graduandos de enfermagem. Rev enferm UERJ, Rio de Janeiro, 2014 jul/ago; 22(4):507-12. 2Ministério da Educação (Br). Resolução CNE/CES nº 3, 07 / 11 / 2001. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduação em enfermagem. Disponível em: Acesso em 10 de fev. de 2018. |