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9425897 | METODOLOGIA DA PROBLEMATIZAÇÃO: EXPERIÊNCIA DE APLICAÇÃO NO ENSINO DE ESTUDANTES DE ENFERMAGEM | Autores: Thiago da Silva ; Denise Machado Gref ; Amanda Linn ; Tiago Souza Paiva ; Thamires Souza Hilario |
Resumo: **Introdução: **Para atender às novas diretrizes curriculares e a demanda por metodologias de educação que insiram o aluno no seu processo de aprendizagem de forma crítica e reflexiva, concepções metodológicas inovadoras de ensino têm ganhado espaço na formação acadêmica. Estas metodologias têm possibilitado aos estudantes de graduação em enfermagem o desenvolvimento de habilidades como o pensamento crítico, necessário para uma atuação em saúde eficiente e resolutiva. Neste âmbito, o uso da problematização tem ganhado espaço e reconhecimento como metodologia de ensino efetiva em desenvolver habilidades de pensamento crítico, trabalho em equipe e solução de problemas. Esse modelo é pautado na relação dialógica entre professor e aluno, na construção de saberes a partir de experiências significativas. Assim, promove-se a participação ativa dos discentes no processo dinâmico de construção do conhecimento, de resolução e avaliação de problemas, trazendo-os para o papel de sujeitos ativos. O método do Arco de Maguerez tem sido amplamente utilizado pois permite a avaliação e interpretação de informações pelos alunos, que observam a realidade, identificam características, realizam a teorização, e assim podem desenvolver mudanças na realidade observada. **Objetivos:** Relatar a experiência da aplicação da metodologia ativa problematização através do Arco de Maguerez para graduação em enfermagem. **Descrição metodológica:** Trata-se de relato de experiência da aplicação do Arco de Maguerez na disciplina de Práticas em Enfermagem IV, para problematização em sala de aula sobre o tema Protocolos de Segurança do Paciente. A aplicação da metodologia ocorreu no mês de Março de 2018, para quatro turmas de estudantes de enfermagem do quarto semestre da Universidade Ritter dos Reis – UniRitter, Porto Alegre, RS, totalizando 50 estudantes. A atividade foi dividida quatro etapas: exposição de dados referentes a mortalidade e custos relacionados a eventos adversos; construção de modelo de causa-consequência; pesquisa em bases de dados para subsidiar estratégias para fundamentação do tema e resolução do problema; apresentação. **Resultados: **Foi desenvolvido a metodologia de problematização, que possibilitou a resolução de problemas a partir da perspectiva do aluno com o uso do Arco de Maguerez. Na etapa inicial o professor, por meio de aula expositiva-dialogada, divulgou dados atuais relacionados a eventos adversos no contexto internacional e nacional, além disso, retomou a definição de termos chaves, como evento adverso, dano e segurança do paciente. Na segunda etapa, o professor dividiu a turma em grupos de no máximo cinco alunos, dedicando dez minutos para explanação dos objetivos da atividade e etapas a serem realizadas. Com os grupos organizados, o professor distribuiu para cada grupo uma “Situação Problema” (baseado nos protocolos de Segurança do Paciente), dentre eles: ``_você é o Enfermeiro (a) da unidade e durante os últimos meses houve um aumento expressivo no número ocorrências de lesões por pressão’’_; ``_Você é o Enfermeiro (a) da unidade e recebe do controle de infecção a informação que as taxas de higiene das mãos da sua equipe caíram_’’; _``Neste mês ocorreram três quedas na sua unidade de saúde’’_, entre outras. Após receberem o problema que deveriam solucionar, os alunos realizaram a construção da árvore de causas-consequências, para identificação dos pontos-chave. Em folha A4, os alunos desenharam uma árvore, nas raízes colocaram as causas do problema, o tronco era o problema central e a copa representava as consequências do problema. Essa etapa era realizada com uso da técnica de _Brainstorm_, na qual os alunos iriam escrevendo livremente e sem consulta os aspectos em que acreditavam. Após a construção da árvore, os alunos eram orientados a buscar na literatura científica três publicações dos últimos cinco anos para subsidiar aspectos que eles apontaram nas causas, e outros três relacionados as consequências, realizando assim a teorização. Na sequência, também deveriam traçar estratégias a serem implementadas para evitar que aquele problema ocorresse, contemplando a etapa de hipóteses de solução do Arco de Maguerez. Para essa etapa de pesquisa, os alunos fizeram uso do laboratório de informática da instituição. Na segunda aula sobre o tema, ocorreu a aplicação da quarta etapa da atividade, destinada para a apresentação do que os grupos construíram, discutindo assim a possibilidade de aplicação à realidade. Neste mesmo encontro, após a apresentação, os alunos foram expostos a um cenário de simulação de alta complexidade, com objetivo de consolidação do conhecimento adquiro e desenvolvimento de tomada de decisão em ambiente próximo ao real. **Conclusão: **A metodologia aplicada possibilitou trabalhar a importância dos protocolos de Segurança do Paciente de forma inovadora, colocando o aluno em posição protagonista e ativa em seu aprendizado. O Arco de Maguerez possibilitou aos alunos a construção de pensamento crítico e trabalho em equipe, através da observação da realidade, escolha de pontos-chave a serem trabalhados, teorização em base de dados, hipóteses de solução e aplicação para mudança da realidade. **Implicações para a enfermagem:** O processo de formação de enfermeiros para atuarem diariamente com pensamento crítico em prol de uma assistência integral, pautada em protocolos de segurança e no saber ético-cientifico passa, necessariamente, pela mudança de paradigmas no ensino desde a graduação. O uso de metodologia da problematização no ensino da enfermagem, possibilita a exposição reflexiva a situações/ problemas baseados na vida real, em ambientes controlados e com o professor assumindo posição de guia e não mais o centralizador do conhecimento e das respostas para as soluções dos problemas
Referências: 1Ministério da Educação(Br). Resolução CNE/CES Nº 3, , 07 / 11 / 2001. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduação em enfermagem. Disponível em: Acesso em 15 de fev. de 2018. 2Abreu TO, Spindola T, Pimentel MRAR, Xavier ML, Clos AC, Barros AS. A monitoria acadêmica na percepção dos graduandos de enfermagem. Rev enferm UERJ, Rio de Janeiro, 2014 jul/ago; 22(4):507-12. 3FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. 43th ed. São Paulo: Paz e Terra; 2011. 4Vila KM, Teva RHS, David HMSL, Rocha RG, Teixeira E, Marta CB. Projeto político-pedagógico e formação crítico-reflexiva: elementos facilitadores e dificultadores. Rev enferm UERJ, Rio de Janeiro, 2016; 24(5):e21111. |