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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 9412717

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9412717

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO ENSINO TÉCNICO: REFLEXÕES PARA O CUIDADO TRANSCULTURAL

Autores:
Deisiane da Silva Mesquita ; Nadile Juliane Costa de Castro

Resumo:
Introdução: Estudos apontam a necessidade de adaptações de instrumentos utilizados para ao ensino de enfermagem para as realidades que incluem aspectos culturais diferenciados12. Tendo em vista que a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é necessária para qualificar o cuidado de enfermagem, pois organiza o trabalho por meio de instrumentos validados3, é notório que esta necessidade também inclui o profissional de formação técnica. Deste modo é importante refletir acerca do ensino do cuidado transcultural em cursos técnicos de enfermagem, pois estes profissionais estão diretamente conectados com a sistematização do cuidado. Ainda, considerando as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), principalmente a equidade, se faz necessário repensar sobre esses direcionamentos dentro da formação profissionalizante, haja vista que é um profissional atuante em equipes direcionadas  grupos étnicos. Percebendo este contexto, incluindo o fato de que há as particularidades da Amazônia, o presente relato se justifica tanto pela escassez de informações nesta área, sobretudo pela possibilidade que poderá contribuir para melhores intervenções na assistência direta a populações especificas. Não obstante a isso, relatar realidades do ensino técnico implica em refletir sobre a atual situação desta formação quanto as habilidades e competências inseridas nesse contexto. Objetivo: Reflexão acerca das potencialidades e limites do ensino do cuidado transcultural em cursos técnicos de enfermagem, a partir das correlações entre essa teoria e a sistematização do cuidado. Descrição Metodológica: Relato de experiencia sobre o ensino de bases da teoria transcultural na aprendizagem da sistematização de enfermagem adotada em uma escola de formação de técnicos de enfermagem na região metropolitana de Belém, no estado do Pará. O cenário da experiencia é pertencente ao município de Castanhal, estado do Pará. Este município compõe-se como um grande fluxo de pessoas em virtude de sua malha viária e serve de referência para diversos serviços de saúde para outros municípios vizinhos. O relato se compõe de duas fontes: disciplinas ministradas pelo docente e o projeto pedagógico. As disciplinas analisadas foram: Saúde da Mulher e obstetrícia, Saúde da criança, Centro Cirúrgico e Saúde Mental, ministradas no período de fevereiro de 2017 a fevereiro de 2018. No que tange ao projeto pedagógico, foram avaliadas suas ementas e objetivos. Todas as disciplinas fazem parte do tronco de conhecimentos específicos e tinham como um dos objetivos proporcionar os discentes conhecimentos técnico e cientifico para o cuidado técnico sistematizado, nas diversas situações clínicas de acordo com sua área de atuação. Para identificação dos recortes da teoria transcultural foram usados os seguintes descritores: diversidade cultural, diversidade étnica, cultura, cuidado transcultural e cuidado universal, que foram coletados diretamente no projeto pedagógico. Assim como da observação dos instrumentos utilizados para a ensino técnico da sistematização em enfermagem durante e ensino teórico e prático. As questões norteadoras para a reflexão da experiencia foram: O ensino técnico tem utilizado as bases da teoria transcultural nas diversas disciplinas? A equidade tem sido evidenciada no cuidado técnico sistematizado? Quais são os limites do ensino técnico quanto o cuidado transcultural? O trabalho não necessitou de avaliação ética, haja vista que é um relato baseado na experiencia do docente em sala de aula e da avaliação das ementas das disciplinas. Resultado: Os preceitos da teoria do cuidado universal e cultural proporcionaram a reflexão sobre a inserção desta teoria no campo da prática de ensino. Todas as disciplinas possuem em sua ementa o direcionamento para a assistência da família considerando as políticas públicas de saúde. Conduto, não há inferências especificas quanto as habilidades que a formação técnica dever possuir para prestar assistência a populações tradicionais como previsto na lei orgânica da saúde, o que poderá implicar em não obrigatoriedade deste tema, a não ser em disciplinas especificas como de políticas públicas. Não foi também identificado nenhuma disciplina técnica especifica para a assistência a populações indígenas ou quilombolas, assim como para populações do campo ou da floresta. Foi possível identificar pelas práticas do ensino que não há instrumentos da assistência direcionadas para essas possibilidades, sendo, portanto, uma limitação. Contudo, pontua-se que o ensino é realizado em zona urbana, assim como de seus estágios curriculares, o que direciona para cuidados a populações não especificas. Afirma-se, entretanto, que é possível aplicar essa dimensão ao aluno, pela experiencia e formação do enfermeiro, haja vista que recebeu este conhecimento na formação acadêmica, criando assim possibilidades dentro dos instrumentos utilizados pela instituição dentro da sala de aula, e por meio de metodologias ativas direcionadas para esse fim. No que tange ao pilar do ensino, é possível realizar praticas pedagógicas que envolvam bases teóricas e as necessidades regionais, desde que hajam mudanças significativas nos instrumentos utilizados, haja vista que os materiais ilustrativos utilizados nesta escola são dos serviços urbanos. Conclusão: As atividades dentro do ensino técnico em enfermagem devem ser direcionadas seguindo a realidade regional, a fim de prever as habilidades e competências o qual os futuros técnicos de enfermagem vão atuar.  Por meio dos instrumentos utilizados no ensino da sistematização da assistência é possível diminuir tais déficits e instituir competências. As disciplinas que não contemplam o cuidado transcultural podem fazê-la pela inserção de elementos neste campo por meio dos instrumentos usados para a assistência. Tal evidência aponta que ao estabelecer uma base sólida para entendimento de instrumentos direcionados para grupos específicos, evita-se transtornos na assistência direta. Contribuições para a enfermagem: Ao difundir o conhecimento da teoria transcultural por meio da sistematização da assistência de enfermagem estimula-se o cuidado que considera as diretrizes do SUS, principalmente a equidade. Deste modo além de habilitar estes profissionais para uma assistência que considera a diversidades culturais, insere as diversas dimensões do cuidado, principalmente pelos instrumentos utilizados para a sistematização dos serviços. Considera-se aqui a importância do docente nesse processo, pois por meio de sua sensibilidade poderá identificar falhas e instituir adaptações pro meio de metodologias ativas.  Espera-se que esse relato estimule a criação de atividades e ações pedagógicas na formação de técnica em enfermagem, contribuindo assim para novas reflexões, pesquisas sobre sistematização da enfermagem em com cursos técnicos e com populações tradicionais, assim como de projetos pedagógicos baseados nessas premissas. É necessário, portanto, que sejam feitas pesquisas diretamente sobre o que entendem os técnicos de enfermagem sobre a sistematização inclusa as necessidades regionais nestas discussões objetivando sempre a melhora da assistência da equipe de enfermagem.


Referências:
1.Oliveira TC, Pinto LC, Silva MA. O enfermeiro na atenção à saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes. Rev Bras Enf. maio/jun 2008; 61(3): 307. 2. Teixeira E, Mota VMSS. Tecnologias educacionais em foco. São Caetano do Sul: Difusão; 2011.