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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 9371011

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9371011

PROMOÇÃO DA SAÚDE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA E A FORMAÇÃO DO ENFERMEIRO: UMA PONDERAÇÃO

Autores:
Ginaína de Prá Oliveira ; Márcia Helena de Souza Freire ; Sabrina Cristiane Rodrigues ; Franciele Rocha ; Luciana Schleder Gonçalves

Resumo:
**Introdução: **A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde não apenas como a ausência de doença, mas como a situação de perfeito bem-estar físico, mental e social(1). Nesta perspectiva trabalhar com a saúde não significa apenas medicalizar para tratar qualquer patologia, reproduzindo a ultrapassada abordagem curativista, todavia desenvolver medidas, atitudes e ações para construção do _perfeito bem-estar_, ou seja, promover a saúde. E como possibilidades de alcance desse objetivo cientistas, pesquisadores e organizações científico-sociais identificam algumas propostas. Dentre elas considera-se como de suma importância, na formação do enfermeiro, as atividades de Educação em Saúde, com foco na Promoção de Saúde, prevenção de doenças e reabilitação, sobretudo para atuação na Saúde Pública, e na Estratégia de Saúde da Família (ESF). Este fato constitui-se em um desafio para a formação do enfermeiro, e para tanto deve ser refletido e debatido. **Objetivo: **_Ponderar__ sobre o processo de formação do profissional Enfermeiro, sobretudo para atuação na Atenção Primária, e concretização do processo de promoção da saúde_ com base na acurácia das publicações científicas de instituições brasileiras e internacionais. **Descrição Metodológica: **Trata-se de uma reflexão percebida pelas pesquisadoras, a partir da qual debateram suas práticas e suas formações, e consultaram virtualmente documentos e publicações, sem limite de tempo ou nacionalidade, para contemplar o desenvolvimento histórico-conceitual relacionado à formação para a Promoção da Saúde. **Resultados: **Mediante pesquisas científicas soube-se que a saúde foi definida pela região Europeia da OMS, em 2002, como a medida da capacidade dos indivíduos/sociedade de concretizar suas aspirações, satisfazer suas necessidades e lidar com o meio ambiente. De maneira que a saúde é um recurso para a vida diária, e não meramente um objetivo de vida (2). No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, _Prevenção_ é a ação tomada para remover causas e fatores de risco de um problema de saúde individual ou populacional, anteriormente ao desenvolvimento de uma situação clínica. E a _Promoção da Saúde_ é uma estratégia de produção de saúde que conflui para a prevenção(3). A política brasileira de Promoção da Saúde, lançada em 2006, agrega três eixos: _1º eixo:_ Pacto em Defesa do SUS; _2º eixo_: Pacto em defesa da Vida; _3º eixo_: Pacto de Gestão. O Pacto de Defesa da Vida é de especial relevância, por priorizar o acesso ao serviço de qualidade, com ênfase na Atenção Primária em Saúde e ESF, a promoção, informação e educação em saúde, com destaque aos hábitos saudáveis além dos cuidados voltados ao processo de envelhecimento(3). A Educação em Saúde é definida como um conjunto de práticas pedagógicas de caráter participativo emancipatório, esta perpassa vários campos de atuação com o objetivo de sensibilizar, conscientizar e mobilizar o enfrentamento de situações, tanto individuais quanto coletivas, que interferem na qualidade de vida(4). O profissional Enfermeiro exerce papel essencial sob a ótica desta integração conceitual, tendo em vista que dentre suas funções estão a Prevenção de Agravos e a Promoção da Saúde em sua comunidade de atuação, visando melhor qualidade de vida populacional, mediante processos contínuos e ampliados de Educação em Saúde. Entretanto, na prática cotidiana os profissionais ainda se deparam com situações de despreparo, desconhecimento ou, até mesmo, falta de interesse para investir na promoção da saúde em seu sentido mais amplo. As práticas de educação em saúde fazem com que o indivíduo aprenda a cuidar de sua saúde, melhorando condições de vida, com autonomia, tomada de decisões sobre sua vida e suas atividades de cuidado, tanto individual como coletivas. Esta prática requer do profissional enfermeiro: análise crítica da sua atuação e a reflexão de seu papel como educador, cabendo a este a prevenção de danos e fortalecimento do vínculo entre profissional, paciente e comunidade(5). Partindo-se do pressuposto de que o ser humano para realizar uma atividade não instintiva, como exemplo se alimentar, precisa passar por processo de aprendizado, acredita-se ser indispensável ao Enfermeiro o conhecimento teórico-prático do processo de ensino-aprendizagem. Neste contexto, assumem primordial importância as Diretrizes Curriculares Nacionais e a (re)organização dos currículos, privilegiando disciplinas que abram espaço para o aprendizado e discussão e, ainda a possibilidade do Curso de Licenciatura complementarmente à formação. E, para finalizar aponta-se que segundo a Lei 7.498/86, de 1986, que regulamenta o exercício da Enfermagem, cabe ao enfermeiro, como integrante da equipe de saúde: a educação visando a melhoria de saúde da população. **Considerações / implicações para a Enfermagem**: Esta ponderação se propôs a resgatar a discussão sobre a formação sólida do enfermeiro para a Promoção da Saúde, para que supere os limites e desajustes da prática profissional vigente, e do modelo de saúde no Brasil, para que de fato “façam a diferença” na Atenção Primária à Saúde, superando o paradigma da _medicalização e do curativismo_, e valorizando a Promoção da Saúde com maior resolutividade e qualidade para a população. Na Atenção Primária a ESF, assume papel fundamental neste processo, uma vez que o enfermeiro incorpora a responsabilidade sanitária pelo seu território de atuação, é capaz de estabelecer parcerias e articulações entre a equipe de saúde, indivíduo e comunidade na busca da melhoria das práticas diárias da Promoção da Saúde. Por conseguinte, e a partir do entendimento das competências necessárias para um profissional enfermeiro apto a promover as transformações necessárias nas condições de saúde da comunidade, considera-se indispensável a busca por estratégias para sanar as falhas na formação curricular das próximas gerações, com análise da qualidade do ensino e revisão crítica dos conteúdos da grade curricular. Outrossim, para os profissionais em exercício considera-se vital a instituição e manutenção de Programas de Educação Permanente. **Palavras Chave**: Promoção da Saúde; Educação em Saúde; Educação em Enfermagem.


Referências:
1 Duarte CG, Lunardi VL, Barlem ELD. Satisfação e sofrimento no trabalho do enfermeiro docente: uma revisão integrativa. REME - Rev Min Enferm. 2016; 20: e939. 2 Braga MJG. Ser professor: um estudo sobre a constituição identitária profissional do enfermeiro docente. [Dissertação]. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo; 2013. 3 Rodrigues MTP, Sobrinho JACM. Obstáculos didáticos no cotidiano da prática pedagógica do enfermeiro professor. Rev Bras Enferm. 2008; 61(4): 435-40. 4 Santos NP et al. Docência universitária e o estresse: estressores nos cursos de Enfermagem e Medicina. Rev Enferm UFSM. 2016; 6(1): 61-70. 5 D’Oliveira CAFB et al. Trabalho docente de enfermagem e as repercussões no processo saúde-doença. J. Res.: Fundam. Care. Online. 2018; 10(1): 196-202.