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9356281 | CONSTRUÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DO HISTÓRICO DE ENFERMAGEM EM UMA UNIDADE ONCOLÓGICA | Autores: Veridiana Pinto ; Julia Valeria de Oliveira Vargas Bitencourt ; Denise Antunes de Azambuja Zocche ; Edlamar Katia Adamy ; Kauana Dall Agnese Caregnatto1 |
Resumo: **In****trodução:** A anamnese e exame físico são considerados um processo deliberado, sistemático e contínuo, realizado com o auxílio de métodos e técnicas variadas, que tem por finalidade aproximar o profissional da saúde e usuários criando-se um vínculo que permite a troca de informações sobre a pessoa, família ou comunidade acerca de suas respostas de saúde em um dado momento do processo saúde e doença1. A anamnese pode ser compreendida como a coleta de dados, utilizando os eventos pregressos, e também atuais, dispondo de um processo investigativo2. O exame físico é um conjunto de técnicas que os profissionais de enfermagem desenvolvem com o intuito de diagnosticar nos usuários suas condições de saúde identificando assim, alterações ou não desse estado de saúde e com isso elaborar o planejamento da assistência de enfermagem, o mesmo é realizado por meio dos métodos propedêuticos: inspeção, percussão, palpação e ausculta. Sendo assim, com base nos dados obtidos na anamnese e exame físico o enfermeiro tem condições de pactuar com usuários sobre os cuidados de enfermagem prognosticando a tomada de decisão mais acurada. O desenvolvimento desta ação de enfermagem em uma unidade de internação hospitalar ocorre primeiramente no momento em que o usuário é admitido no hospital registrando-se estes dados em um instrumento comumente chamado de Histórico de Enfermagem (HE) e na continuidade da assistência ao longo dos dias em que permanece internado no serviço se registram estes dados em um formulário designado de evolução. **Objetivo:** Construir e implementar um instrumento de coleta de dados para registro do histórico de saúde de usuários de uma unidade de internação oncológica denominado Histórico de Enfermagem. **Metodologia:** trata-se de um estudo do tipo pesquisa ação, realizada em um hospital de referência em tratamento oncológico na região oeste de Santa Catarina. Foram realizados três encontros com profissionais enfermeiros, docentes e discentes das instituições de ensino superior que compõem a Comissão do Processo de Enfermagem (COMPEnf) do referido hospital. Nos encontros, os participantes demostraram a necessidade da construção do HE a partir das evidências clínicas encontradas nos usuários em tratamento oncológico na unidade em foco, objetivando o registro de dados fieis as reais condições de saúde destes usuários, bem como, organizar os mesmos com base nos 12 domínios da _North American Nursing Diagnosis Association_ (NANDA-I), pois previamente a construção do HE este mesmo grupo já havia definido o perfil diagnóstico desta unidade se utilizando deste referencial da NANDA-I. Ainda, a validação do instrumento contou com a expertise dos enfermeiros assistenciais e gestores da unidade de internação, dos docentes e discentes com conhecimento sobre o Processo de Enfermagem (PE), totalizando 20 participantes. Esse estudo integra o projeto de pesquisa intitulado: Processo de Enfermagem como tecnologia do Cuidado em um dos Pontos das Redes de Atenção à Saúde: Instrumentalizando Profissionais de Enfermagem, aprovado pelo comitê de ética local, em 11 de outubro de 2016, parecer nº1.836.351. **Resultados:** O instrumento construído resultou da participação ativa de todos os integrantes do grupo nos encontros que se sucederam e para sua construção, considerou-se os princípios da teoria de enfermagem de Wanda de Aguiar Horta, a qual pressupõe a atenção às Necessidades Humanas Básicas (NHB), visto que, trata-se do referencial filosófico e teórico adotado pela comissão do hospital, buscando-se assim, efetivar a atenção a estas necessidades e alinhando-as aos domínios da NANDA-I. Logo, a organização do instrumento integrou os seguintes domínios da NANDA-I: Promoção da Saúde; Conforto; Resposta Cardiovascular/Pulmonar; Nutrição/Segurança; Proteção e Eliminação e Troca. Posterior a construção intelectual do HE, por se tratar de uma pesquisa ação, esse instrumento foi testado na prática clínica oncológica por um período de dois meses e (re)adequada de acordo com as necessidade apontadas pelos mesmos participantes que o construíram. As adequações necessárias foram realizadas durante as reuniões da COMPEnf cuja sistemática de frequência dos encontros possui caráter continuo abrangendo uma funcionalidade aquém do objeto de estudo desta pesquisa. A construção do instrumento possibilitou registrar a anamnese e exame físico na admissão dos pacientes internados na unidade oncológica. Os registros de enfermagem proporcionam a continuidade da assistência, pois fornecem informações escritas sobre a condição clínica de cada usuário, contribuindo para resolução de problemas ou detecção de novos problemas, quanto situações de saúde ajustadas podendo ser caracterizadas como condições de bem estar. **Conclusão: **Entende-se que a implantação e implementação do instrumento de HE no setor de internação oncológica, possibilitou aos enfermeiros, docentes e discentes o exercício de construção coletiva com base na realidade da unidade em questão, favoreceu a discussão clínica no grupo nos encontros os quais se delineou os aspectos que seriam considerados como fundamentais na coleta de dados do HE domínio a domínio da NANDA-I observando-se o perfil diagnóstico da unidade, assim como, permitiu a este mesmo grupo que construiu o HE, reconsiderar os aspectos dantes escolhidos com base na aplicação prática do instrumento. Ademais o instrumento conduz a investigação individualizada que subsidia a execução de todas as etapas do PE, buscando registrar o maior número possível de informação sobre o usuário, instigando a equipe a pensar em dimensões de saúde pautadas em concepções ampliadas e integrais, pois que, por exemplo no domínio da Promoção da Saúde se registram dados que subsidiam a compreensão das condições sociais, espirituais e emocionais destes usuários. Oferece um registro estruturado de forma clara e objetiva, dispensando a duplicidade de questionamentos ao usuário, e serve para respaldar a equipe de enfermagem quanto às informações coletadas qualificando o cuidado prestado e respaldando uma prática desenvolvida com autonomia e conhecimento cientifico. **Contribuições para a Enfermagem: **A coleta de informações sobre os aspectos de vida relativos ao processo saúde e doença do usuário são necessárias para dar continuidade e efetividade das etapas seguintes do PE, viabilizando o pensamento crítico-reflexivo acerca do cuidado prestado e subsidiando o processo de decisão diagnóstica para a prática laboral. A obtenção destas informações pautadas em instrumentos desenvolvidos pela equipe profissional de enfermagem que atua no serviço em parceria com a academia fortalece a relação serviço e instituição de ensino, caracteriza objetivamente a valorização da realidade das condições de saúde dos usuários dos serviços como elemento norteador e organizador das práticas. E de maneira operacional os instrumentos para avaliação do usuário auxiliam o enfermeiro, a organização do raciocínio clínico, e sequencialmente permite ao enfermeiro, emitir um julgamento clínico sobre a situação de saúde/doença apresentadas, sendo que, diante desta metodologia o enfermeiro torna-se detentor de autonomia profissional o que o fortalece a categoria, pois que, este se apropria de um referencial teórico que configura um constructo de sua profissão.
Referências: 1 - BRASIL. Decreto nº 5.800, de 08 de junho de 2006. Regulamenta arts. 80 e 81 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, para dispor sobre o Sistema Universidade Aberta do Brasil – UAB. Diário Oficial da União. 09 Jun 2006.
2 -BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. O que é educação a distância?. 2016.Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=12823:o-que-e-educacao-a-distancia >. Acesso em: 20 abr. 2017.
3 - PRADO, Rosane Aparecida do; WEBER, Cátia. Avaliação do Curso Gestão em Saúde EaD/UAB/IFSC. Revista Internacional de Tecnologías em La Educación, Madri - Espanha, v. 4, n. 1, p.05-15, jan./abr. 2017. Trimestral. |