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9327831 | DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM PADRÃO RESPIRATÓRIO INEFICAZ EM UTI: LIGAÇÕES NANDA –I, NIC E NOC | Autores: Carla Argenta ; Luiza Galeazzi ; Edlamar Kátia Adamy ; Aline Maffissoni ; Patricia Poltronieri |
Resumo: **Introdução:** A indispensabilidade de padronização da linguagem utilizada ao registrar as ações de enfermagem se tornou, atualmente, uma ferramenta importante para qualificar e aumentar a cientificidade das atividades de enfermagem. Neste sentido, o uso de Sistemas de Linguagem Padronizadas (SLP), para além de atender demandas exigidas pelo Processo de Enfermagem (PE), proporciona o atendimento das necessidades de saúde e o cuidado de enfermagem com base em evidência científica. Tem-se como referência a Nanda Internacional (NANDA-I) para atender a etapa que corresponde ao Diagnóstico de Enfermagem (DE); a Nursing Interventions Classification (NIC), que atende as demandas da etapa de definição das intervenções e atividades de enfermagem; e a Nursing Outcomes Classification (NOC) que corresponde ao processo de avaliação dos resultados de enfermagem. A utilização dos SLP na prática profissional, reduz o tempo empreendido para avaliar e implementar as intervenções de enfermagem e requer raciocínio clínico-crítico e conhecimentos do enfermeiro para a tomada de decisão1. A necessidade de tomada de decisão acurada, é muito frequente e necessária em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), por caracterizar-se num setor em que a gravidade no quadro de disfunções fisiológicas apresentadas pelo usuário é frequente2. Uma das principais alterações que compelem à necessidade de cuidados intensivos está relacionada as funções do sistema respiratório3, objeto de estudo do presente manuscrito. **Objetivo:** Apresentar a ligação NANDA–I, NIC e NOC utilizada para o diagnóstico de enfermagem Padrão Respiratório Ineficaz em uma UTI adulto. **Descrição Metodológica:** este estudo é oriundo das atividades vinculadas a um projeto de pesquisa e um programa de extensão, que visam a implantação e implementação do PE nas redes de atenção à saúde, por meio da instrumentalização dos profissionais. Trata-se de um estudo descritivo, os dados foram coletados a partir de rodas de conversa, onde os profissionais de enfermagem, docentes e acadêmicos analisaram e definiram as informações que compõem o Protocolo Assistencial (PA) de implementação do PE, por meio dos SLP, em uma UTI adulto de um hospital de referência na região oeste de Santa Catarina, no período de setembro de 2016 a outubro de 2017. A análise foi realizada de forma descritiva. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo CEP local sob o parecer de número 1.836.351. **Resultados:** O DE Padrão Respiratório Ineficaz foi identificado como o mais utilizado pelos enfermeiros na UTI, alocado na NANDA–I, no Domínio 04 (Atividade/Repouso), Classe 4 (Respostas Cardiovasculares/ Pulmonares), definido como inspiração e/ou expiração que não proporciona ventilação adequada. Para esse DE foram selecionadas, com base no perfil clínico dos pacientes as características definidoras (CD): padrão respiratório anormal, bradipneia; dispneia; ortopneia; taquipneia; fase de expiração prolongada; pressão expiratória diminuída; pressão inspiratória diminuída; batimento da asa do nariz; excursão torácica alterada e fase de expiração prolongada. Como fatores relacionados (FR) foram elencados: ansiedade; dano neurológico; dor; fadiga; hiperventilação; prejuízo musculoesquelético; prejuízo neuromuscular e síndrome da hipoventilação. Destaca-se que para cada paciente pode ser utilizado um ou mais FR e CD, conforme a necessidade de cada paciente. Os resultados de enfermagem (RE) são avaliados pelos enfermeiros em três momentos distintos: basal, esperado e obtido, e selecionou-se o RE Estado Respiratório, apresentado na NOC no Domínio II (Saúde Fisiológica), Classe E (Cardiopulmonar Integridade Tissular) e definido como movimento de entrada e saída de ar dos pulmões e troca de dióxido de carbono e oxigênio no nível dos alvéolos. Foram selecionados os seguintes indicadores: frequência respiratória; ausculta dos sons respiratórios; acúmulo de secreção pulmonar; saturação de oxigênio; cianose; inquietação e tosse, pois os mesmos são suficientes para definir a evolução do quadro. Em relação as Intervenções de Enfermagem (IE) foi selecionada Monitoração Respiratória, localizada na NIC no Domínio 2 (Fisiológico: Complexo, Classe K – Controle Respiratório), definida como coleta e análise de dados de pacientes para assegurar a perviedade das vias aéreas e troca gasosa. As atividades indicadas para esta IE foram: monitorar frequência, ritmo, profundidade e esforço das respirações; monitorar padrões respiratórios (p.ex bradipneia, taquipneia, hiperventilação, respirações de Kussmaul, respirações de Cheyne-Stokes, apneia, respirações de Biot, padrões atáxicos); monitorar os níveis de saturação de oxigênio continuamente em paciente sedados, de acordo com a política da instituição e conforme indicado; auscultar os sons respiratórios, presença de sons adventícios, a aspiração após ausculta de estertores ou roncos, monitorar valores de testes de função pulmonar (TFP), a capacidade vital, força inspiratória máxima, volume expiratório forçado em 1 segundo (FEV) e a relação FEV/CVF (capacidade vital forçada); monitorar as leituras dos ventiladores mecânico, observando elevações nas pressões inspiratórias e diminuições no volume corrente; monitorar quanto a inquietação, ansiedade, sensação de ”fome de ar“; observar quanto a alterações na SaO2, SvO2 e CO2, corrente e alterações nos valores de gasometria; monitorar a capacidade do paciente de tossir efetivamente; monitorar as secreções respiratórias do paciente; providenciar o monitoramento frequente e intermitente do estado respiratório de paciente em risco; monitorar quanto a dispneia e eventos que melhorem ou piorem a falta de ar; monitorar os laudos de radiografia de tórax. As informações coletadas são oriundas de um PA produzido pelos projetos citados anteriormente e deriva do raciocínio clínico e diagnóstico dos enfermeiros, que conforme as habilidades de cada um e modo de pensamento crítico ao assistir o paciente. A ligação NANDA- I, NIC e NOC apresenta características que podem ser selecionadas de forma integral ou parcial, buscando atender as necessidades de cada usuário de forma individualizada e direcionada. O uso do PA direcionado para cada área e adaptado ao cotidiano dos profissionais e estudantes incentiva a busca por conhecimentos com base em evidência científica, qualificando a assistência, a gestão e o ensino de enfermagem. **Conclusão:** a identificação da ligação NANDA- I, NIC e NOC para pacientes com DE Padrão Respiratório Ineficaz torna-se essencial para auxiliar os profissionais enfermeiros no desenvolvimento do raciocínio clínico-crítico e proporciona acurácia na tomada de decisão visando qualificar o atendimento aos pacientes em terapia intensiva. A utilização do SLP na avaliação do paciente em tratamento intensivo ainda se caracteriza como um desafio para os enfermeiros. **Contribuições/Implicações para Enfermagem:** A utilização do PE com base no SLP visa alcançar a excelência na prestação de cuidados, de forma qualificada e com evidencia científica, fortalecendo ainda, o atendimento humanizado do usuário e familiares. Quanto maior a vivência clínica e o conhecimento científico do enfermeiro, mais acurado será a utilização da ligação NNN. Dessa forma, torna-se fundamental que as instituições de ensino superior e nível técnico incentivem e auxiliem os estudantes/acadêmicos nessa prática e possibilitem aos mesmos que participem dos processos de implantação/implementação do PE nas instituições de saúde onde desenvolvem as atividades teórico-prática e estágios.
Referências: 2. Grando L, Viera CS. Oxigenioterapia: o conhecimento da equipe de enfermagem. Revista Eletrônica de Enfermagem. 2002; 4(2): 14-21. Disponível em: https://www.fen.ufg.br/revista/revista4_2/pdf/oxigenioterapia.pdf. Acesso em 12 de dezembro de 2017.
8. Posso MBS. Semiologia e semiotécnica de enfermagem. São Paulo: Atheneu, 2002; p. 181.
12. West JB.Joseph Priestley, oxygen, and the Enlightenment, Am J Physiol Lung Cell MolPhysiol 306: 111–119, 2014
13. AMIB - Associação de Medicina Intensiva Brasileira. Indicação de Suporte VentilatórioNão Invasivo (VNI) e Invasivo (VMI). Diretrizes Brasileiras de Ventilação Mecânica 2013 2013:4-5.
14. Costa, ALJ &Eugenio, SCF. Cuidados de Enfermagem. Porto Alegre, Ed. Artmed, 2014: 153-4. |