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9319398 | O LÚDICO COMO ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO E SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA | Autores: Thaís Ender Fagundes ; Patrícia Daiana de Andrade ; Thaís Favero Alves |
Resumo: **O LÚDICO COMO ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO E SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA **
_Thaís Ender Fagundes_[1]__
Patrícia Daiana de Andrade[2]
Daniela Cristina Rático de Quadros[3]
Thaís Favero Alves[4]
**Introdução:** Dentre as principais atividades desenvolvidas por enfermeiros nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), está a assistência integral à saúde da criança, através de ações de acompanhamento do pré-natal, crescimento e desenvolvimento, imunizações, orientações à família e prevenção de agravos e acidentes na infância. Para que isso ocorra, é fundamental que o enfermeiro conheça todos os ambientes em que a criança esteja inserida, seja no domicilio ou em ambiente escolar. Considerando o conceito de promoção da saúde adotado no Brasil pelo Ministério da Saúde - estratégia que busca a melhoria da qualidade de vida da população, com objetivo de produzir a gestão compartilhada entre usuários, movimentos sociais, trabalhadores do setor sanitário e de outros setores, gerando autonomia e corresponsabilidade1, as atividades desenvolvidas em espaços além dos considerados como os oficialmente de saúde, são estratégias necessárias para o desenvolvimento do bem estar na infância. As escolas são ambientes facilitadores para esses projetos em prol da promoção em saúde, uma vez que na fase escolar as crianças são transmissoras de conhecimento, sendo umas às outras, aos familiares, e todos a sua volta, tornando-se momento propício para a formação de opiniões sobre a saúde. Em espaços como os centros de educação infantil, torna-se necessário avaliar as necessidades das crianças e a maneira pela qual elas desenvolvam o autocuidado, seja através de brincadeiras, onde desenvolvem sua personalidade, habilidades e expressam sua autonomia através da participação em atividades lúdicas**.** O ato de brincar, por mais singelo que pareça, faz com que a criança entre no processo de aprendizagem enquanto ser humano, assimilando conhecimentos, que serão levados para as demais fases do desenvolvimento de sua vida futura2. O lúdico é um artifício utilizado como estímulo na produção do conhecimento e no segmento das diferentes maestrias operatórias, sendo um instrumento para o progresso pessoal e do alcance de metas institucionais. É na interação com as atividades que envolvem simbologia que o educando aprende a agir numa esfera cognitiva3. Para contextualizar essas ações que participam da formação de enfermagem, parte-se dos princípios freirianos, que traz o uso do diálogo e utilização do conhecimento que outro apresenta, sem que haja uma educação bancária. A educação dialógica parte da compreensão que os alunos têm de suas experiências diárias, baseando-se na possibilidade de se iniciar a partir do concreto, do senso comum, para chegar a uma compreensão rigorosa da realidade4. Levando isso em consideração, os acadêmicos podem visualizar a benevolência que isso traz para a autonomia do cuidado em saúde, mostrando que o conhecimento que a comunidade apresenta se faz importante para o autocuidado. **Objetivo: **Relatar a experiência de educação em saúde com crianças em um centro de educação infantil catarinense, durante o Estágio Básico da disciplina de Saúde da Mulher, Criança e Adolescente do curso de Enfermagem, destacando a importância das ações lúdicas na pediatria como forma de promover saúde e inserção da criança na necessidade do autocuidado. **Metodologia:** Realizou-se uma educação em saúde com crianças de três a cinco anos de idade. Através de apresentação teatral abordou-se o tema higiene bucal, em uma perspectiva de promoção da saúde não apenas educação sanitária. As falas e expressões foram registradas através de observação participante, para posterior avaliação do grupo e devolutiva a comunidade escolar. Após a apresentação teatral, formou-se uma roda de conversa a fim de propiciar por meio do diálogo a construção de conhecimento com os participantes, levando em consideração à adaptação a linguagem dos infantis. **Resultado:** No primeiro momento, realizou-se uma conversa para resgatar o conhecimento prévio das crianças acerca do tema higiene bucal, apesar de estarem na primeira infância, todos os participantes traziam consigo conhecimento construído no meio familiar ou escolar. Após essa etapa, iniciou-se o teatro, com intuito de criar vínculo com as crianças, utilizamos caracterização: fantasia da fada do dente, cárie e um super-dentista, juntamente com uma escova de dente gigante e colorida. Na forma teatral expressamos o quanto a escovação se faz importante para a saúde da criança. A música foi o enredo de toda a educação em saúde, para que os pequenos assimilassem o objetivo de todo o ensino. **Conclusão/Considerações finais: **Dentre as várias atribuições do enfermeiro, a de educador se destaca, visto a importância da mesma na construção da cidadania e possibilidade de empoderamento comunitário, efetivando assim as políticas de promoção da saúde. A utilização do lúdico e o trabalho em conjunto com os professores dos centros de educação infantil, bem como a organização, planejamento e execução da ação junto às crianças, fez-se necessária tanto para o bem-estar da comunidade envolvida, quanto para a formação profissional, uma vez que se tratou de estratégia de ação desenvolvida no estágio curricular. As crianças possuem forma diversificada de compreensão, cada uma com suas particularidades e reações, entretanto, de forma geral os objetivos foram alcançados, vista a satisfação que nos trouxe ao ver o sorriso de cada escolar e os anseios por novas educações em saúde. Outro aspecto positivo foi à interação entre as equipes de saúde e as equipes de educação infantil, desde o primeiro contato até a realização da ação propriamente dita, sendo proporcionado abertura e liberdade para todo o projeto. **Contribuições/implicações para a Enfermagem: **A enfermagem é uma área que exerce diversas habilidades e responsabilidades, no cuidado integral com a saúde. Esse cuidado individual ou coletivo, podem ser feitos através de atividades e ações. A realização desta educação em saúde pelos acadêmicos, resgatou os conteúdos ofertados em sala de aula, bem como auxiliou no desenvolvimento de habilidades de comunicação e planejamento. Destaca-se, também, como fruto desta atividade o desenvolvimento do trabalho intersetorial correlacionando educação e saúde; a intersetorialidade por sua vez faz-se essencial para a implementação na pratica os princípios e diretrizes do SUS desde a 8ª conferência nacional de saúde, até a efetivação com a lei 80805. Assim concluímos que a estratégia adotada na disciplina, vai ao encontro das competências listadas nas diretrizes curriculares nacionais, desenvolvendo capacidade e perfil do enfermeiro crítico e reflexivo. Além disso, atividades comunitárias e intersetoriais podem fortalecer a formação profissional para o trabalho no sistema único de saúde.
Referências: 1 Olusanya, Bolajoko O; Ogunlesi, Tinuade A; Kumar, Praveen; Boo, Nem-Yun; Iskander, Iman F; Almeida, Maria Fernanda B de; Vaucher, Yvonne E; Slusher, Tina M. Management of late-preterm and term infants with hyperbilirubinaemia in resource-constrained settings. BMC Pediatrics. 2015; 15:39.
2 Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os profissionais de saúde – Intervenções comuns, icterícia e intervenções. Brasil. Ministério da Saúde. 2014. 2 ed., vol. 2. Brasília: editora MS.
3 Sgro, M.; Campbell, D.; Barozzino, T.; Shah, V. Acute neurological ?ndings in a national cohort of neonates with severe neonatal hyperbilirubinemia. Journal of Perinatology. 2011, 31:392–396.
4 Herdman, T. H. NANDA International Nursing diagnoses: definitions and classification, 2015-2017. Oxford: wiley-blackwell, 2015.
5 Viellas, Elaine Fernandes; Domingues, Rosa Maria Soares Madeira; Dias, Marcos Augusto Bastos; Gama, Silvana Granado Nogueira da; Theme Filha, Mariza Miranda; Costa, Janaina Viana da; Bastos, Maria Helena; Leal, Maria do Carmo. Assistência pré-natal no Brasil. Cad. Saúde Pública. 2014, Rio de Janeiro, 30(S85-S100). |