Imprimir Resumo


SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 9297332

E-Pôster


9297332

DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM DO DOMÍNIO CRESCIMENTO/DESENVOLVIMENTO SEGUNDO NANDA-I ENTRE PRÉ-ESCOLARES

Autores:
Emilia Soares Chaves Rouberte ; Maria do Socorro Távora de Aquino ; Francisca Bertilia Chaves Costa ; Flávia Paula Magalhães Monteiro

Resumo:
NANDA-I é um dos tipos de classificações de Enfermagem internacionalmente conhecida organizada em: diagnóstico de enfermagem, compreendido como o julgamento clínico das resposta do indivíduo, família ou comunidade a problemas de saúde e/ou processos vitais reais ou potenciais; características definidoras, entendidas como pistas/inferências passíveis de observação que se formam a partir de manifestações de um diagnóstico; e fatores relacionados, componentes que integram todos os diagnósticos de enfermagem com foco no problema[1]. Objetivou-se levantar o perfil de diagnósticos de enfermagem, as características definidoras e fatores relacionados do domínio crescimento/desenvolvimento segundo NANDA-I entre pré-escolares. Estudo transversal, descritivo-exploratório com abordagem quantitativa, realizado no Centro de Educação Infantil de um município do Ceará. Inicialmente realizou-se uma reunião com os responsáveis pelos pré-escolares para a apresentação da proposta de estudo, bem como o esclarecimento de seus objetivos com vistas à solicitação da anuência do estudo com as crianças na escola. O consentimento dos responsáveis foi adquirido mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A coleta de dados ocorreu de outubro de 2015 a abril de 2016, com a aplicação de um instrumento previamente estruturado para o levantamento dos diagnósticos de enfermagem, características definidoras e fatores relacionados, com a realização de exame físico e posterior avaliação do desenvolvimento motor, cognitivo, pessoal-social. Atendendo ao disposto na Resolução CNS nº 466/2012[2], por se tratar de pesquisa envolvendo seres humanos, a presente pesquisa obteve aprovação mediante o parecer de número 1.363.863 emitido por Comitê de Ética em Pesquisa. Foram avaliados 110 pré- escolares e identificado um total de 18 diagnósticos de enfermagem, 20 características definidoras e 40 fatores relacionados. Em média, foram encontrados 4,5 diagnósticos de enfermagem por criança; 3,4 características definidoras/criança e 6,5 fatores relacionados/criança. Desses, os diagnósticos mais prevalentes foram: risco de queda (n=110;100%) e atividade de recreação deficiente (n=110;100%). Dois diagnósticos estavam presentes em mais da metade das crianças, déficit no autocuidado para banho (n=71;64,5%) e dentição prejudicada (n=51;46,4%), diante da referência NANDA-I. Outros diagnósticos que merecem destaque são os que pertencem ao domínio 13: risco de desenvolvimento atrasado (n=10;9,1%) e atraso no crescimento e desenvolvimento (n=1;0,9%). Cabe salientar que para verificar a existência desses diagnósticos foi oferecido testes de acordo com cada faixa etária, referentes ao desenvolvimento motor (habilidades motoras grossas e finas), cognitivo (linguagem) e pessoal-social. Dessa forma, para considerar risco de desenvolvimento, a criança deveria fazer no mínimo 25% em cada área do desenvolvimento social, cognitivo e motor[1]. Portanto, apesar desses diagnósticos não terem sido muito prevalente entre os pré-escolares, os que apresentaram devem ser constantemente estimuladas, tanto em domicilio pela família, como na própria escola, para que esse risco seja eliminado e esse atraso seja revertido, para que a criança não atinja a vida adulta com influências desfavoráveis trazidas da infância. Verificou-se, também, o risco de crescimento desproporcional em 18 crianças (16,4%). Os diagnósticos, tais como: obesidade (n=20;18,8%) e sobrepeso (n=7;6,36%) são fatores bastante preocupantes entre os pré-escolares, pois tais condições podem perdurar ao longo da vida e as crianças podem atingir a vida adulta ainda com esse problema. Diante da detecção das características definidoras, as mais prevalentes foram: local atual não possibilita envolvimento em atividades (n=110;100%), este está relacionado com o diagnóstico de atividade de recreação deficiente, que também esteve presente em todas as crianças. Isso ocorreu devido ao local de estudo não propiciar atividades rotineiramente que envolvam arte, cultura e esporte, especialmente, fora da sala de aula das crianças; Outra característica definidora presente foi capacidade prejudicada de lavar o corpo (n=68;61,8%). Outro problema identificado foi cárie nos dentes (n=44;40%), dentes desgastados (n=13;11,8%), descoloração do esmalte (n=8;7,3%) e halitose (n=6;4,5%) que estão relacionados ao mesmo diagnóstico de dentição prejudicada. As características definidoras, índice de massa corporal maior percentil 95 para idade e sexo (n=21;19,1%) e maior percentil 85, mas menor que 25 kg/m² conforme idade e gênero (n=7;6,4%) estão relacionadas aos diagnósticos obesidade e sobrepeso, respectivamente. Os fatores relacionados são componentes que integram todos os diagnósticos de enfermagem com foco no problema[1]. Incluem etiologia, circunstâncias, fatos ou influências com certo tipo de relação com o diagnóstico de enfermagem, como, por exemplo, a sua causa. Geralmente, as intervenções de enfermagem são voltadas para esses fatores relacionados, para remover a causa subjacente do diagnóstico. Dessa forma, foram identificados 40 fatores relacionados, com média de 6,5 por criança. Sendo os mais presentes em todos os pré-escolares: atividade de recreação insuficiente (n=110;100%), que está relacionado ao diagnóstico de atividade de recreação deficiente; ambiente cheio de objetos (n=110;100%) e ausência de proteção em janelas (n=110;100%). A alteração da função cognitiva esteve presente em quase todas as crianças (n=82;74,5%), devido ela está inserida em três diagnósticos que se repetiram muito entre as crianças e tinham o mesmo fator relacionado, sendo estes: déficit no autocuidado para banho, para vestir-se e para alimentação. Portanto, foi considerada essa alteração na função cognitiva entre os pré-escolares, pois eles não possuem plenamente a capacidade de raciocinar sobre os seus atos, mesmo que seja simplesmente o ato de vestir uma roupa, alimentar-se de forma saudável ou cuidar da sua higiene. O fator relacionado, economicamente desfavorecido (n=70;63,6%) também está inserido em três diagnósticos, sendo estes: dentição prejudicada, risco de atraso no desenvolvimento e risco de crescimento desproporcional. Conhecimento insuficiente sobre saúde dental (n=29;26,4%) e higiene oral inadequada (n=33;30%) são fatores relacionados que merecem destaque e estão inseridos no diagnóstico de dentição prejudicada, pois as crianças que o apresentaram não sabem da importância que o simples ato de escovar os dentes pode evitar diversas complicações, dores e sofrimentos. Comportamentos alimentares inadequados (n=20;18,2%), hábitos de "beliscar" alimentos com frequência (n=6;5,50%), comportamento alimentares mal adaptados (n=10;9,10%), hábitos alimentares inadequados (n=1;0,9%) e comportamentos alimentares inadequados desordenados (n=6;5,50%). Todos esses fatores relacionados se referem a mesma situação de má alimentação que levará a algum problema, porém estão referenciados de forma separada, por ser um fator relacionado de diagnósticos diferentes. Dentro desse contexto, foi observado que a maioria das crianças estudadas, estão consumindo muitos alimentos industrializados, com alto teor de calorias e, dessa forma, contribui para esses fatores estarem relacionados a má nutrição. Um estudo realizado com 54 pré-escolares em uma creche do Rio Grande do Sul, pode comprovar a associação do consumo de alimentos industrializados com o excesso de peso, em que o risco de sobrepeso foi de 27,8% e o sobrepeso e obesidade chegaram a 11,1%[3]. Conclui-se que os principais diagnósticos apresentados pelos pré-escolares foram relacionados ao ambiente escolar, como questões de segurança e problemas higiênicos relacionados a própria criança. Como contribuições/implicações para a Enfermagem pode-se identificar o fato de que esse trabalho contribuir para proporcionar um melhor conhecimento dessa população pela enfermagem e assim poder proporcionar uma melhor assistência de cuidado prestado.


Referências:
1. Chaves VLJ, Amaral NS. A educação superior no Brasil: os desafios da expansão e do financiamento e comparações com outros países. Revista Educação em Questão, Natal. 2015; 51(37): 95-120, jan./abr. 2. Paula ASN, Lima KRR, Costa FJF, Ferreira, EL. O empresariamento educacional brasileiro: expansão privado-mercantil do ensino superior. Impulso, Piracicaba, 2017; 27(68), 65-84, jan.-abr. 3. Mancebo D, Vale AA, Martins TB. Políticas de expansão da educação superior no Brasil 1995-2010. Revista Brasileira de Educação 2015; 20(60): 31-50. 4. Inep. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Dados sobre a graduação em enfermagem de 1991 a 2004. Acessados através do Sistema de Informação ao Cidadão do Governo Federal em março de 2017. Brasília, 2017. 5. Teixeira E, Fernandes JD, Andrade AC, Silva KL, Rocha MEMO, Lima RJO. Panorama dos cursos de Graduação em Enfermagem no Brasil na década das Diretrizes Curriculares Nacionais. Rev Bras Enferm, 2013; 66(esp):102-10.