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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 9216070

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9216070

A IDENTIFICAÇÃO DO DIAGNÓSTICO CIPE® NA CONSULTA DE ENFERMAGEM PARA RASTREAMENTO DE CÂNCER DE COLO UTERINO REALIZADA POR ENFERMEIROS DO PROJETO PILOTO CIPE® FLORIANÓPOLIS

Autores:
Caren Cristina Wiles Della Méa da Fonseca ; Francele Luz Machado

Resumo:
Introdução: A consulta de enfermagem é atividade exclusiva do enfermeiro permitindo que o mesmo atue de forma independente e direta junto aos usuários dos serviços de saúde. A consulta de enfermagem para a saúde da mulher objetiva respeitar cada mulher perante suas especificidades em todos os períodos de vida, assegurando que suas queixas físicas, psicológicas e sociais tenham um atendimento adequado e resolutivo, respeitando sua autonomia em todas as circunstâncias1,2. Na consulta de enfermagem com foco na mulher, a abordagem pode envolver: saúde sexual, planejamento familiar, período gestacional – puerperal, promoção da saúde e prevenção de agravos, como rastreamento do colo uterino e de mama dentre outros1,2. Ações que visam a prevenção e identificação de novos casos de câncer de colo uterino são realizadas dentro da consulta de enfermagem à saúde da  mulher, estão incluídas  nessa  consulta a educação em saúde sobre comportamento de risco e exame de rastreio2. O rastreamento é uma tecnologia da atenção primária, sendo utilizado de forma eficaz principalmente no diagnóstico precoce do câncer de colo uterino que é um dos tipos de câncer com maior incidência3. A realização da consulta de enfermagem pressupõe necessariamente a aplicação do Processo de Enfermagem, um método científico que permite identificar situações potenciais de saúde/doença e contribuir para que o enfermeiro determine os diagnósticos e as intervenções de enfermagem que correspondem a cada situação do indivíduo e da comunidade2. A partir da regulamentação da Resolução 358/2009 pelo Conselho Federal de Enfermagem que estabelece a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE)4 as instituições públicas e privadas estão cada vez mais incorporando tecnologias  para a organização da consulta de enfermagem. Na Atenção Primária à Saúde de Florianópolis, a comissão da SAE está implementando a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem- CIPE®. A CIPE® é um instrumento que contribui para organização do Processo de Enfermagem, favorecendo o raciocínio clínico e a documentação do cuidado prestado no cotidiano dos enfermeiros, por meio de uma linguagem terminológica padronizada, que pode ser compreendida e reconhecida no âmbito mundial5. A construção de afirmativas diagnósticas/resultados e intervenções de enfermagem estão baseadas no modelo do Sete Eixos e na Organização Internacional para Padronização(ISO) que está em sua segunda edição desde 2014. A afirmativa diagnóstica de enfermagem é construída a partir de  um foco seguido de um julgamento ou de uma expressão simples de um achado clínico5. A aplicação da ISO permite aos enfermeiros desenvolver diagnósticos/resultados e intervenções de enfermagem necessários a prática cotidiana e essenciais ao desenvolvimento e padronização da CIPE®. Desta forma, a utilização da CIPE® sistematiza o processo de enfermagem, fortalece o cuidado centrado na pessoa e o reconhecimento da profissão gerando dados para elaboração e melhoria das políticas públicas5. Objetivo**:** Relatar o processo de identificação do diagnóstico de enfermagem, baseado na CIPE®,  para mulheres hígidas durante a consulta de enfermagem no rastreamento do câncer de colo de útero. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo tipo relato de experiência no âmbito da Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis.  A comissão da SAE possui como uma de suas divisões a subcomissão CIPE®.  Durante a reunião mensal de enfermeiros participantes da subcomissão de estudos da CIPE® e dos enfermeiros preceptores da Residência Multiprofissional em Saúde da Família pilotos do projeto CIPE®, foram discutidos qual ou quais diagnósticos possíveis poderiam ser utilizados em uma consulta de enfermagem para mulheres hígidas que buscam o serviço de saúde para realizar o rastreamento do câncer de colo de útero. Vários diagnósticos foram apresentados, entre eles: exame de rastreamento em atraso; colo do útero dentro da normalidade; exame clínico dentro da normalidade, preocupação com saúde; resultado de exame de laboratório dentro da normalidade. A partir dessa discussão, utilizando a ISO 18104:2014 constatou-se que esses possíveis diagnósticos relatados não tinham como  foco a mulher  em sua integralidade,  mas sim a condição de não haver encontrado  alterações visíveis ao exame especular. Percebeu-se a dificuldade dos enfermeiros do projeto piloto em determinar o foco do seu diagnóstico, o conceito da sua avaliação e, consequentemente, prescrever suas intervenções de enfermagem.  Da mesma forma, oportunizou a esses enfermeiros, através do estudo e do exercício conjunto com a subcomissão, entender  a complexidade e a relevância da CIPE® na identificação do foco e do diagnóstico que melhor define esta consulta de enfermagem tão frequente em nossa prática. Conclusão: O foco da consulta de enfermagem, nesse caso, é a mulher que vem ao centro de saúde manter sua condição de saúde ao realizar preventivamente seu rastreamento para câncer de colo de útero, sendo o diagnóstico de enfermagem Comportamento de busca a saúde que melhor define a situação de saúde dessa mulher . Contribuição: A reflexão acerca da necessidade de aprofundar o conhecimento, principalmente por parte dos enfermeiros do projeto piloto CIPE®, sobre os diagnósticos já validados e seus conceitos, assim como, o contínuo exercício de criação de novos diagnósticos a partir dos eixos CIPE® foco e julgamento e da ISO 18104:2014 buscando fortalecer e padronizar a utilização da CIPE® para toda a enfermagem da Secretaria Municipal de Florianópolis.


Referências:
1Penna, LHG; Correia, LM.; Silveira, ACF. Salgado, APA. Projeto de extensão universitária: a Enfermagem Obstétrica no atendimento pré-natal e baixo risco. Revista Enfermagem, Rio de Janeiro, 2006, abr/jun; 14(2): 253-9.; 2Rio de Janeiro. Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Programa cegonha Carioca. Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro. Ano XXIX, Nº 214. Rio de Janeiro: 29 de Janeiro de 2016. 3OMS (Organização Mundial de Saúde. Tecnologia apropriada para partos e nascimentos. Recomendações da OMS. Maternidade Segura . Assistência ao parto normal: um guia prático. Genebra, 1996.4. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Livro de registro das Consultas de Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da UERJ. 2007, 100fl.