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9216070 | A IDENTIFICAÇÃO DO DIAGNÓSTICO CIPE® NA CONSULTA DE ENFERMAGEM PARA RASTREAMENTO DE CÂNCER DE COLO UTERINO REALIZADA POR ENFERMEIROS DO PROJETO PILOTO CIPE® FLORIANÓPOLIS | Autores: Caren Cristina Wiles Della Méa da Fonseca ; Francele Luz Machado |
Resumo: Introdução: A consulta de enfermagem é atividade exclusiva do enfermeiro
permitindo que o mesmo atue de forma independente e direta junto aos usuários
dos serviços de saúde. A consulta de enfermagem para a saúde da mulher
objetiva respeitar cada mulher perante suas especificidades em todos os
períodos de vida, assegurando que suas queixas físicas, psicológicas e sociais
tenham um atendimento adequado e resolutivo, respeitando sua autonomia em
todas as circunstâncias1,2. Na consulta de enfermagem com foco na mulher, a
abordagem pode envolver: saúde sexual, planejamento familiar, período
gestacional – puerperal, promoção da saúde e prevenção de agravos, como
rastreamento do colo uterino e de mama dentre outros1,2. Ações que visam a
prevenção e identificação de novos casos de câncer de colo uterino são
realizadas dentro da consulta de enfermagem à saúde da mulher, estão
incluídas nessa consulta a educação em saúde sobre comportamento de risco e
exame de rastreio2. O rastreamento é uma tecnologia da atenção primária, sendo
utilizado de forma eficaz principalmente no diagnóstico precoce do câncer de
colo uterino que é um dos tipos de câncer com maior incidência3. A realização
da consulta de enfermagem pressupõe necessariamente a aplicação do Processo de
Enfermagem, um método científico que permite identificar situações potenciais
de saúde/doença e contribuir para que o enfermeiro determine os diagnósticos e
as intervenções de enfermagem que correspondem a cada situação do indivíduo e
da comunidade2. A partir da regulamentação da Resolução 358/2009 pelo Conselho
Federal de Enfermagem que estabelece a Sistematização da Assistência de
Enfermagem (SAE)4 as instituições públicas e privadas estão cada vez mais
incorporando tecnologias para a organização da consulta de enfermagem. Na
Atenção Primária à Saúde de Florianópolis, a comissão da SAE está
implementando a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem-
CIPE®. A CIPE® é um instrumento que contribui para organização do Processo de
Enfermagem, favorecendo o raciocínio clínico e a documentação do cuidado
prestado no cotidiano dos enfermeiros, por meio de uma linguagem terminológica
padronizada, que pode ser compreendida e reconhecida no âmbito mundial5. A
construção de afirmativas diagnósticas/resultados e intervenções de enfermagem
estão baseadas no modelo do Sete Eixos e na Organização Internacional para
Padronização(ISO) que está em sua segunda edição desde 2014. A afirmativa
diagnóstica de enfermagem é construída a partir de um foco seguido de um
julgamento ou de uma expressão simples de um achado clínico5. A aplicação da
ISO permite aos enfermeiros desenvolver diagnósticos/resultados e intervenções
de enfermagem necessários a prática cotidiana e essenciais ao desenvolvimento
e padronização da CIPE®. Desta forma, a utilização da CIPE® sistematiza o
processo de enfermagem, fortalece o cuidado centrado na pessoa e o
reconhecimento da profissão gerando dados para elaboração e melhoria das
políticas públicas5. Objetivo**:** Relatar o processo de identificação do
diagnóstico de enfermagem, baseado na CIPE®, para mulheres hígidas durante a
consulta de enfermagem no rastreamento do câncer de colo de útero.
Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo tipo relato de experiência no
âmbito da Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis. A comissão da SAE
possui como uma de suas divisões a subcomissão CIPE®. Durante a reunião
mensal de enfermeiros participantes da subcomissão de estudos da CIPE® e dos
enfermeiros preceptores da Residência Multiprofissional em Saúde da Família
pilotos do projeto CIPE®, foram discutidos qual ou quais diagnósticos
possíveis poderiam ser utilizados em uma consulta de enfermagem para mulheres
hígidas que buscam o serviço de saúde para realizar o rastreamento do câncer
de colo de útero. Vários diagnósticos foram apresentados, entre eles: exame de
rastreamento em atraso; colo do útero dentro da normalidade; exame clínico
dentro da normalidade, preocupação com saúde; resultado de exame de
laboratório dentro da normalidade. A partir dessa discussão, utilizando a ISO
18104:2014 constatou-se que esses possíveis diagnósticos relatados não tinham
como foco a mulher em sua integralidade, mas sim a condição de não haver
encontrado alterações visíveis ao exame especular. Percebeu-se a dificuldade
dos enfermeiros do projeto piloto em determinar o foco do seu diagnóstico, o
conceito da sua avaliação e, consequentemente, prescrever suas intervenções de
enfermagem. Da mesma forma, oportunizou a esses enfermeiros, através do
estudo e do exercício conjunto com a subcomissão, entender a complexidade e a
relevância da CIPE® na identificação do foco e do diagnóstico que melhor
define esta consulta de enfermagem tão frequente em nossa prática. Conclusão:
O foco da consulta de enfermagem, nesse caso, é a mulher que vem ao centro de
saúde manter sua condição de saúde ao realizar preventivamente seu
rastreamento para câncer de colo de útero, sendo o diagnóstico de enfermagem
Comportamento de busca a saúde que melhor define a situação de saúde dessa
mulher . Contribuição: A reflexão acerca da necessidade de aprofundar o
conhecimento, principalmente por parte dos enfermeiros do projeto piloto
CIPE®, sobre os diagnósticos já validados e seus conceitos, assim como, o
contínuo exercício de criação de novos diagnósticos a partir dos eixos CIPE®
foco e julgamento e da ISO 18104:2014 buscando fortalecer e padronizar a
utilização da CIPE® para toda a enfermagem da Secretaria Municipal de
Florianópolis.
Referências: 1Penna, LHG; Correia, LM.; Silveira, ACF. Salgado, APA. Projeto de extensão universitária: a Enfermagem Obstétrica no atendimento pré-natal e baixo risco. Revista Enfermagem, Rio de Janeiro, 2006, abr/jun; 14(2): 253-9.; 2Rio de Janeiro. Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Programa cegonha Carioca. Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro. Ano XXIX, Nº 214. Rio de Janeiro: 29 de Janeiro de 2016. 3OMS (Organização Mundial de Saúde. Tecnologia apropriada para partos e nascimentos. Recomendações da OMS. Maternidade Segura . Assistência ao parto normal: um guia prático. Genebra, 1996.4. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Livro de registro das Consultas de Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da UERJ. 2007, 100fl. |