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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 9194322

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9194322

O ENSINO DE ENFERMAGEM: UMA REFLEXÃO ACERCA DAS SEXUALIDADES E IDENTIDADE DE GÊNERO

Autores:
Lucia Helena Garcia Penna ; Helena Maria Vianna Graça ; Carla Oliveira Shubert

Resumo:
**Introdução**: Atualmente, as sexualidades e identidade de gênero são temáticas que vem ganhando interesse social. Nesse sentido, surge a necessidade de se ampliar estudos acerca das mesmas, principalmente no que diz respeito a formação de profissionais da saúde, em especial, na formação em enfermagem. Tal fato se dá, com intuito de despertar reflexões que colaborem com uma prática social da saúde ampliada para além da perspectiva patologizante, onde se geralmente limita-se a discussão das sexualidades ao ato sexual e seus fatores de risco. Ressalta-se assim que o profissional enfermeiro necessita refletir sobre os valores e atitudes em relação às sexualidades humanas, não devendo se basear somente pelo padrão heteronormativo vigente. A prática do enfermeiro deve ser construída a partir de uma visão de mundo pautada em respeito à dignidade humana e no atendimento livre de preconceitos, entendendo as especificidades e necessidades de saúde dos usuários do SUS. Considerando essas afirmações, as Diretrizes Curriculares sugerem caminhos possíveis a produção e distribuição de conhecimentos, na formação de enfermeiros com competências, habilidades profissionais e compromisso social, expressa pela UNESCO com os pilares da educação. Nesta perspectiva revalorizar os aspectos éticos que venham subsidiar as práticas, fornece recursos para a compreensão do outro em suas especificidades, partindo da compreensão de si e seu papel social.1 **Objetivo: **Possibilitar reflexões sobre a temática sexualidades e identidade de gênero e a formação em enfermagem. **Método:** Revisão bibliográfica, realizada na base virtual (Portal BVS) tendo como descritores: "sexualidade", "educação em enfermagem" e " identidade de gênero ".  Critérios de inclusão: textos completos nacionais, disponíveis em português, publicados entre 2000-2017 e que apresentavam em seu resumo questões pertinentes ao objetivo. **Resultados**: Foram encontrados apenas 22 artigos pertinentes ao estudo, contudo, ao analisar os artigos observa-se a necessidade de ampliar estudos na temática em virtude do silenciamento com que a temática vem sendo abordada nos cursos de enfermagem, onde as instituições de ensino se voltam mais para a técnica e posturas. Dentre outras ideias principais, destaca-se: 1) os padrões binários presentes nas produções; e 2) a abordagem dos aspectos históricos, conceitos, valores, significados e símbolos culturais que refletem a prática da assistência de enfermagem, com pouco destaque para a temática da sexualidade. Diante dos observou-se que os preconceitos historicamente disseminados na sociedade contribuíram no despreparo dos profissionais de saúde em lidar com as diversidades e especificidades das variadas formas de expressão da sexualidade. As influências de cunho moral e religioso incitam a estigmatização e a discriminação, as quais estão geralmente disfarçadas em duvidosas neutralidades científicas. Quanto ao preparo e a atuação profissional de saúde foram observadas limitações ligadas aos modelos heteronormativos, os quais se mostram limitantes a um atendimento integral, levando a uma assistência negligente, onde necessidades são silenciadas por receios de discriminações e preconceitos de um discurso heterossexual como imposição de comportamento. O Ministério da Saúde vem atuando no sentido de assegurar que as políticas de saúde estivejam em consonância com as diretrizes de promoção da igualdade racial, étnica, de gênero, de geração e de orientação sexual, em um contexto de enfrentamento a toda forma de discriminação, sensibilizando profissionais de saúde no respeito aos critérios de justiça e igualdade dos direitos sexuais e reprodutivos na busca de equidade no SUS.2 Entretanto, o cenário atual do Brasil é de disputa política, onde o crescente conservadorismo e retrocesso no que tange à garantia dos Direitos Humanos vem impedindo, principalmente as instituições educativas de produzirem pensamentos e reflexões críticas no processo de promoção da igualdade social. Segundo Frigotto3 é uma prática onde se pretende inviabilizar e mesmo criminalizar os temas como desigualdades de gênero, diversidade sexual (na escola e na sociedade), o combate ao preconceito, ao sexismo e à LGBTfobia. Esses retrocessos ferem direitos constitucionais de liberdade, igualdade e solidariedade. Contribuem de alguma forma para as discriminações relativas às construções históricas e culturais ameaçando a equidade de gênero, identidade de gênero e orientação sexual e ao enfrentamento ao sexismo e à homofobia, que encontra respaldo nas propostas governamentais relativas à educação.4 É importante considerar a transversalidade nas políticas públicas educacionais, onde estão implícitas nas relações de poder, desigualdades, construção de sujeitos, corpos e identidades variadas.5 **Conclusão**: Considerando serem escassas as produções cientificas especificas sobre a temática na formação do enfermeiro, a contemporaneidade e vulnerabilidade e importância da  temática acerca do atendimento das necessidades de saúde, entendemos ser relevante atentar para a mesma. Espera-se contribuir na reflexão para o desenvolvimento de competências e habilidades para prática profissional do enfermeiro, valorizando os direitos sociais e a dignidade humana embarcado no conceito ético da profissão. Dessa forma, percebe-se a urgência de mudanças nos processos educativos pautados na consciência da diversidade que permeia os cuidados desses futuros profissionais.


Referências:
1. FONSECA LGM, CEDRO LM. Análise da fase pré-analitica do exame de urina de rotina em laboratório de Ceilândia–DF. Trabalho de Conclusão de Curso de Biomedicina, Faculdades Integradas Promove de Brasília [trabalho online]. 2013 [citado em 01 feb 2018]. Disponível em: http://nippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos_up/documentos/artigos/c2bd8bff302cac46ae7459effb4cb693.pdf. 2. TEIXEIRA JCC, CHICOTE SEM, DANEZE ER. Não conformidades identificadas durante as fases pré-analítica, analítica e pós-analítica de um laboratório público de análises clínicas. Nucleus [periódico online]. 2016 [citado em 01 feb 2018]; 13(1). Disponível em: http://dx.doi.org/10.3738/1982.2278.1503. 3. CAMARGO ILB, MASCHIETO A, SALVINO C, DARINI ALC. Diagnóstico bacteriológico das infecções do trato urinário-uma revisão técnica. Medicina Ribeirão preto [periódico online]. 2001 [citado em 01 feb 2018]; 34(1). Disponível em: http://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/1194. 4. De Souza Minayo MC. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. Ed. São Paulo: Hucitec. 2014.