E-Pôster
9120715 | EDUCAÇÃO INCLUSIVA PARA CRIANÇAS HOSPITALIZADAS: REPERCUSSÕES ENTRE OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE E EDUCAÇÃO | Autores: Camila Rodrigues Ilário ; Silvana Rodrigues da Silva ; Maria Virginia Filgueiras de Assis Mello ; Gardênia Menezes de Araújo ; Francisca Maria Maciel de O. Cortes |
Resumo: INTRODUÇÃO: O termo de inclusão vem se reformulando ao longo das
transformações sociais, tendo como referencias as dimensões humanas, sociais e
políticas, de forma a auxiliar no desenvolvimento das pessoas em geral de
maneira e contribuir para a reestruturação de práticas e ações cada vez mais
inclusivas e sem preconceitos. Historicamente o acesso a Educação nem sempre
foi disponibilizado de forma equânime para crianças e adolescentes,
principalmente para aquelas que possuíam alguma forma de limitação ou
deficiências, sejam elas, neurológicas, cognitivas, motoras. Nessa direção é
imprescindível que o ambiente hospitalar possa promover atividades educativas
que favoreçam a continuidade ou acompanhamento da escolarização das crianças
internadas.
OBJETIVO: A pesquisa desenvolvida teve como objetivo fundamentar o Direito à
Educação de crianças internadas por longa permanência a partir dos conceitos
escolarização hospitalizada no Hospital da Criança e do Adolescente no
Município de Macapá – AP.
METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa descritiva, com uma abordagem
quantitativa e qualitativa. Os dados foram coletados por dois recursos
metodológicos, o questionário e entrevistas. Participaram da pesquisa 45
profissionais ligados a área da saúde e da educação. A análise dos dados se
estabeleceu baseado na Escala de _Likert_ e foi determinado um _Ranking _médio
do grau de concordância dos respondentes.
RESULTADOS: A Educação Especial vem acompanhando as transformações sociais,
partindo de um marco conceitual, o qual enfatizava o ser humano com
necessidades especiais como um ser excepcional, ou seja, que se apresentava
como um ser fora do comum, fortalecia o conceito biomédico de anormalidade e
normalidade do ser humano. Nos dias atuais, a abordagem é diferenciada, pois
envolve a fundamentação de uma educação inclusiva, universal e integradora a
todos os cidadãos. Nesse entendimento, existem politicas na área da educação
especial que atendem crianças a partir de suas diversidades. No entanto,
apesar desse avanço na área, depara-se com crianças que não são considerados
público–alvo dessas politicas, pois não possuem deficiência mas que apresentam
doenças crônicas e por conta de sua enfermidade necessitam se afastar
constantemente da escola para se internar por longos períodos no hospital e
consequentemente não conseguem acompanhar a escolarização na idade certa e até
mesmo abandonam o ensino regular. Se a criança hospitalizada não recebe o
apoio pedagógico, pode desenvolver posteriormente, algum tipo de dificuldade
com relação a essa fase de sua vida, que deveria ser tratada de forma a
minimizar a ruptura com o vínculo de convívio escolar que o educando estava
acostumado vivenciar.
CONCLUSÃO: Nessa pesquisa foi possível constatar o grande avanço dos direitos
da criança e dos adolescentes adquiridos ao longo dos anos. Pois, se na
antiguidade crianças eram excluídas por suas famílias por apresentarem algum
defeito físico, hoje nos dias atuais são considerados sujeitos de direitos. A
legislação em torno dos direitos sociais é ampla e consolidada na
Constituição Federal, bem como nas normatizações que dela se ramificam.
Entretanto, é preciso registrar que apesar da legislação que protege, algumas
vezes encontra-se destoante do quotidiano social dos indivíduos, ou seja, por
ser tão ampla e diversificada, deixa de certa forma lacunas que dificulta o
atendimento jurídico de pronto a todo cidadão. Tais lacunas na legislação
podem ser decorrentes de diversos fatores, que segue desde as questões
culturais, financeiras até desconhecimento dos direitos pelos próprios
cidadãos.Ao trazer a tona à situação de crianças acometidas por alguma
enfermidade crônica que as impedem de frequentar regularmente a escola, foi
identificado nessa pesquisa outras situações que vão além da manutenção de
frequência escolar, mas a existência de cerceamento do direito a educação, uma
vez que os pais são orientados a trancar a matricula porque seus filhos não
conseguiram acompanhar a turma de origem por estarem muito tempo afastados da
escola. O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê os direitos fundamentais
e o cuidado integral, o qual reforça o direito que toda criança deve manter a
sua escolarização. Porém constatou-se que as politicas públicas tanto da área
de saúde quanto da educação não estão alinhadas para atender as necessidades
especificas dessa população. Nesse sentido, observamos ações e politicas atuam
de forma fragmentada, o que dificulta a interação entre as politicas públicas
fundamentadas nos princípios da universalidade e integralidade dos direitos.
Constatou-se que apesar da extensa legislação existente em proteção aos
direitos das crianças e dos adolescentes, as áreas da saúde e educação
trabalham de forma fragmentada o que dificulta a interação entre as politicas
públicas fundamentadas nos princípios da universalidade e integralidade dos
direitos. Para os sujeitos participantes da pesquisa causa certa estranheza
que um pedagogo esteja lotado no ambiente hospitalar e exerça suas atividades
fora da escola. Entretanto, ainda é mais estranho considerar natural uma
criança não conseguir acompanhar o ensino regular devido às situações de
enfermidade.
CONTRIBUIÇÕES PARA ENFERMAGEM: Outras questões que surgiram no decorrer da
pesquisa, foi o desconhecimento dos profissionais em torno dos direitos
específicos dessas crianças em manter a sua escolarização no ambiente
hospitalar, bem como não conseguem identificar as responsabilidades das áreas
de saúde e educação de forma conjunta, percebeu-se que as ações são
fragmentadas especificas por cada área. Constatou-se que para os sujeitos
participantes da pesquisa causa certa estranheza que um pedagogo esteja lotado
no ambiente hospitalar e exerça suas atividades fora da escola e que para
maioria é natural uma criança não conseguir acompanhar o ensino regular devido
às situações de enfermidade e afastamento da escola devido a fragilidade de
saúde. Porém é necessário refletir sobre tal realidade e nos indignar para
impedir ou ao menos amenizar a situação de reprovação assistida da criança
hospitalizada, o que suscita de forma urgente outras discussões para
identificar o perfil dessas crianças e principalmente fazer como que órgãos
públicos integrem essas ações e aprofundamento em relação a essa temática para
garantir o direito integral às crianças e adolescentes. É necessário refletir
sobre tal realidade e nos indignar para impedir ou ao menos amenizar a
situação de reprovação assistida da criança hospitalizada, o que suscita de
forma urgente outras discussões e aprofundamento em relação a essa temática
para garantir o direito integral à crianças e adolescentes.
Referências: 1 Cheever KH; Hinkle JL. Brunner & Suddarth: tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
2 Gaidzinski RR, Soares AVN, Lima AFC, Gutierrez BAO, Cruz DALM, Rogenski NMB, et al. Diagnósticos de enfermagem na prática clínica. Porto Alegre: Artmed; 2008.
3 Herdman TH (Org.). Diagnósticos de enfermagem da NANDA International: definições e classificação: 2012-2014. Porto Alegre: Artmed, 2013. |