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Resumo: 9047959

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9047959

EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO ESTRATÉGIA PARA DIMINUIÇÃO DA MORTALIDADE: INCENTIVANDO A INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO-COMUNIDADE PARA PREVENÇÃO DO TRAUMA.

Autores:
Mariana Souza de Lima

Resumo:
INTRODUÇÃO: O trauma é uma doença causada por causas externas, e é uma das principais causas de mortalidade e morbidade no Brasil e mais da metade das mortes ocorrem imediatamente após o evento traumático, quase sempre associado às lesões incompatíveis com a vida¹. A única maneira de reduzir significativamente a mortalidade é a prevenção; as leis e os programas de prevenção e educação em saúde constituem uma excelente solução em longo prazo na redução dos índices de trauma relacionado ao trânsito e causas externas. Atuar na Educação em Saúde como forma de prevenção é até mesmo mais importante do que tratar o trauma; quando este é evitado, o paciente e sua família são poupados de sofrimento e apuros econômicos². É imprescindível que a temática seja abordada em diferentes grupos, independente da idade, para que haja uma diminuição do alto incide de mortes. Para que a prevenção efetivamente ocorra com a instrumentalização da educação em saúde, além da compreensão da temática, dos conceitos e dos aspectos que ela abrange, é indispensável à associação dessa prática à comunicação, informação, educação e escuta qualificada³. Os futuros profissionais da saúde devem preocupar-se com os dados alarmantes de acidentes e intervir na realidade a fim de quebrar paradigmas; e este pensamento deve ser incentivado e iniciado durante a academia. O ensino de urgência e emergência na graduação deve abranger, também, a prevenção primária, e não apenas focar em assistência hospitalar; o enfermeiro emergencista deve ser, antes de tudo, um multiplicador de conhecimentos, crítico e reflexivo para que integre o ensino, ao serviço e à comunidade. OBJETIVOS: Desenvolver atividades com os acadêmicos de Enfermagem do 4º semestre da Universidade Federal do Pará (UFPA) com o propósito de estabelecer um elo entre ensino-serviço-comunidade no âmbito Prevenção do Trauma com diferentes públicos. DESCRIÇÃO METODOLOGICA: Trata-se de um estudo descritivo e exploratório, baseado em relato de experiência com os acadêmicos de Enfermagem do 4º semestre da UFPA. Todo o processo foi desenvolvido em torno de cinco meses. Após abordagem do tema Rede de Urgências (que possui como um dos elos a prevenção), e explanação de diversos agravos relacionados ao Trauma, os alunos foram divididos em grandes grupos a fim de discutirem quais incidentes acometem com mais frequência na população; qual público precisa de intervenção mais imediata e em quais problemas/situações. A turma elencou duas situações: necessidade de prevenção de queimaduras com crianças, e acidentes traumáticos com a população ribeirinha. A partir daí, os discentes elaboraram um plano de intervenção para cada situação usando a Educação em Saúde como estratégia. O público alvo seriam as crianças, para abordar queimaduras, haja vista que é importante que a educação infantil incorpore princípios de promoção e prevenção a saúde em sua prática pedagógica; e os ribeirinhos, para acidentes traumáticos pois, como a assistência à saúde é inadequada devida ao difícil acesso à comunidade na beira do rio, o índice de mortalidade e complicações são maiores. RESULTADOS: Entre outubro de 2017 e janeiro de 2018, os discentes planejaram e executaram a atividade de educação em saúde; cada grupo com seu tema. Antes de as executarem, os alunos já haviam vivenciado a realidade de um Pronto Socorro, através das aulas práticas do semestre, e os casos de urgência e emergência mais comuns. Após, apresentaram seus trabalhos a turma com o propósito de mostrar sua atividade e promover debate sobre o tema. Com a construção e execução do plano de ação educativa os alunos puderam ter uma visão mais ampla do primeiro elo da Rede de Atenção ás urgências e Emergências do Ministério da Saúde: a promoção e a prevenção, e a necessidade e importância de intervenção para diminuição do incide de pessoas atendida no âmbito hospitalar, vítima de traumas. Para desenvolver o trabalho, os alunos precisaram criar estratégicas lúdicas para abordar o tema; os alunos concentraram-se em componentes educativos primariamente relacionados à riscos comportamentais passíveis de mudanças. Durante a apresentação da atividade para a sala, observou-se os múltiplos desafios enfrentados para a promoção e prevenção à saúde junto à população; estes, são fatores que permeiam o contexto de vida, cultural, político e, principalmente, as crenças populares muito enraizadas na região Norte do Brasil. Por isso, é imprescindível que o cuidado transcultural seja, também, uma estratégia de incentivo à prevenção; cada cultura tem a sua forma, seus padrões, suas expressões e estruturas para conhecer, explicar e predizer o estado de bem-estar, assim como padrões de comportamento relacionados ao processo saúde-doença. Incentivar à educação em saúde é uma forma de ação adotada para a integração ensino-serviço, com o propósito de facilitar o processo de formação profissional em consonância com os princípios e diretrizes do SUS. O trabalho coletivo, articulado e integrado contribui para a qualidade de saúde da coletividade e melhora a formação discente. O desafio quanto à construção de um olhar holístico de humanizado em relação ás diferentes facetas que nos circundam leva um debate à necessidade de reconhecer a integração ensino-serviço como alicerce da construção de um novo modo de exercer a Enfermagem. CONCLUSÃO: A integração de diferentes comunidades e sujeitos com o ambiente em sua essência e a graduação, traz a possibilidade do coletivo; extensões universitárias transformam o modelo de ensino e aprendizagem, proporcionando que o aluno seja crítico e reflexivo, congregando interesses para promoção e fortalecimento da saúde, preocupados com os problemas que a população enfrenta. O professor deve ter o papel de facilitador e incentivo para que o discente desenvolva atividades comunitárias, construindo conjuntamente o conhecimento e integração de saberes. IMPLICAÇÕES PARA ENFERMAGEM: As práticas educativas em saúde no contexto da enfermagem, vêm sendo uma realidade cada vez mais discutida e efetivada devido à quebra de paradigmas de atenção à saúde e a necessidade de formação diferenciada, saindo de um modelo biomédico para um de promoção da saúde e integração à comunidade e serviço. A educação em saúde se insere no contexto da atuação da enfermagem como meio para o estabelecimento de uma relação dialógico-reflexiva entre enfermeiro e cliente, em que este busque refletir sobre sua situação de saúde-doença e perceba-se como sujeito de transformação de sua própria vida4


Referências:
1. Souza NVDO et al. Atividade de extensão: estratégia para o intercâmbio de conhecimento entre os alunos de enfermagem. Esc. Anna Nery [online], v.11, n.2, p.307-312. 2007. 2. Kretzer FL, et al. Qualidade de vida e nível de atividade física de indivíduos na meia idade participantes de projetos de extensão universitária. Rev. baiana de saúde pública, v.34, n.1, p.146-58. 2010. 3. Malachias MVB, Souza WKSB, Plavnik FL, Rodrigues CIS, Brandão AA, Neves MFT, et al. 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arq. Bras Cardiol [internet]. 2016;107 (3supl 3): 1-104. Available from: http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretrizes/2016/05_HIPERTENSAO_ARTERIAL.pdf