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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 8964972

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8964972

DIFICULDADE NA FORMAÇÃO DE BACHAREL EM ENFERMAGEM PARA ATUAR NO ENSINO SUPERIOR

Autores:
Karlla Marianne Soares

Resumo:
A ideia de desenvolver um estudo sobre a docência na Educação Superior nos remete às preocupações vivenciadas pela educação e de como podemos trabalhar com o conhecimento, desde as suas formas de organização, seus modos de ensino e aprendizagem dentre outros fatores que explicitam a complexidade de atuar como docente no contexto social atual.  O mundo na atualidade está se delineando pelos avanços das tecnologias e da ciência que influenciam diretamente em mudanças nos meios de comunicação, informação e no acesso ao conhecimento. Tais transformações têm influenciado vários segmentos sociais, provocando mudanças em contextos diferenciados e consequentemente na educação, no ensino, na produção científica e tecnológica. Pensando nessas transformações e nas exigências dessa configuração social, surge no âmbito das instituições de Ensino Superior à preocupação com a formação profissional, e consequentemente com a atuação de seus docentes. Este estudo teve como foco principal discutir sobre a formação de docentes bacharéis que atuam no Ensino Superior, considerando o contexto social em que ela se configura atualmente, assim como apresentar os desafios existentes para a atuação de professores nesse campo de ensino. Entende-se que o docente da Educação Superior assume grandes responsabilidades na educação e formação profissional de seus alunos, afim de que eles possam estar preparados para enfrentar os desafios do mundo moderno. Para isso, espera-se que esse profissional tenha clareza de que seu conhecimento deve estar em constante resignificação, desenvolvendo uma postura de professor transformador que reflete sobre sua prática, questionando, pensando, criticando, buscando soluções, refazendo conceitos. Além de aprender a ensinar, os docentes aprendem conhecimentos, normas, valores e condutas pedagógicas da cultura docente e acadêmica. O entusiasmo com a profissão pode levar o docente a desenvolver novas formas de ensinar e estratégias didáticas, a comprometer-se com o próprio aprendizado, consideram a pesquisa sobre o ensino e aprendizagem essencial para a formação e prática, respeitam seus alunos, reagem e adaptam-se rapidamente às mudanças que surgirem.  Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, em que foram analisadas a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a Resolução CNE/CES Nº 03 de 7/11/2001 e através de periódicos científicos encontrados nas bases de dados SciELO e LILACS. A análise ancorou-se no referencial bibliográfico que proporcionou o estudo do tema na sua dinamicidade, contradições e totalidade de sua inserção nas políticas públicas. O que podemos então perceber é que as Universidades e os Institutos Federais de Educação têm priorizado o domínio dos conhecimentos da área de formação dos bacharéis docentes bem como sua experiência profissional na área, proporcionando que, para tornar-se professor seja suficiente ter formação inicial, ser um bom profissional e ter uma sólida experiência na sua área de atuação. Nesse sentido, os conhecimentos específicos da docência que são de igual importância para a atuação como professores profissionalmente são menos considerados, ficando em segundo plano como citamos anteriormente, colocando apenas sob a responsabilidade do tempo e do exercício da profissão o possível aprendizado da mesma, como se isso fosse possível exclusivamente por meio da prática. Os resultados evidenciaram que os professores bacharéis, em virtude da ausência de formação pedagógica, priorizam inicialmente o aspecto conteúdista da disciplina por eles ministrada, tornando o ensino predominantemente transmissivo. Porém, com o decorrer da trajetória profissional, conseguem se apropriar de algumas estratégias didáticas que favorecem sua prática de ensino. Vale ressaltar também que o professor iniciante apresenta sentimentos de estresse, angústia, dúvida e receio. Pois de um lado deduz que, por ter sido aluno por vários anos e assistido a aulas de tantos professores, seria capaz de imitá-los, de outro ele sabe que não dispõe de experiência docente que lhe permita atuar com confiança e desenvoltura. No início da carreira de docente ele também se senti sozinho no novo ambiente de trabalho, sem saber onde buscar apoio e diálogo que o ajude a enfrentar os questionamentos e desafios próprios da profissão, ficando claro que o bacharel iniciante precisa de apoio dos docentes com mais experiência na área afim para compartilhar conhecimentos e vivências. Só recentemente pudemos perceber que os professores universitários começaram a se conscientizar de que seu papel no Ensino Superior, como o exercício de qualquer profissão, exige capacitação própria e específica que não se restringe a ter um diploma de bacharel, ou mesmo de mestre ou doutor, ou ainda apenas o exercício da profissão. Exige isso tudo, e competência pedagógica, pois ele é um educador. É fundamental que as instituições de ensino ofereçam projetos de formação pedagógica continuada, no qual o professor seja o sujeito ativo, descobrindo a si mesmo como profissional, que organiza suas idéias, fundamenta, investiga e reconstrói sua prática e teoria, numa perspectiva reflexiva, sem perder de vista seus propósitos educacionais.  Podemos concluir que aprender o oficio de professor significa, compreender que para atuar adequadamente, não basta dar aulas: é preciso desenvolver a profissionalidade docente, o que pressupõe conhecimentos específicos do assunto pretendido. A sabedoria docente é complexa e abrange muitas facetas e dimensões, a maioria encontra-se relacionadas com o domínio do conteúdo, a organização curricular, a competência pedagógica, o desenvolvimento da identidade docente, a reflexão, a pesquisa e o planejamento da carreira docente. É notório que tornar-se professor não é tarefa fácil, é necessário muito esforço e introspecção com relação aos comportamentos adotados em sala. Entender que há uma série de competências a serem desenvolvidas, é o primeiro passo para o sucesso em sala. Não diferente de outras profissões, ser professor requer muito estudo, para manter-se atualizado, e aprimoramento das competências pedagógicas para aplicar esses conhecimentos em sala. Algumas Instituições de Ensino e professores precisam adaptar-se as novas configurações para a formação da (o) enfermeira (o), indicadas nas DCENF, que não se limitam, pois, a questões técnicas, relativas a conteúdos de ensino, procedimentos didáticos e técnicas pedagógicas – pedagogia tecnicista. Elas pautam-se na adoção de referencial teórico-pedagógico que sustente uma aprendizagem significativa, transformadora e adequada às demandas sociais e profissionais que se apresentam. O docente deve se notar com um mediador que usa do seu conhecimento para plantar sementes de mudança na vida dos seus alunos, para que neles floresçam o espírito do saber e da formação de um profissional ético e responsável.


Referências:
1. Silva EGC, Oliveira VC, Neves GBC, Guimarães TRM. O conhecimento do enfermeiro sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem: da teoria à prática. Rev. esc. enferm. USP. 2011. 45(6): 1380-1386. 2. Araújo AA, Nóbrega MML, Garcia TR. Diagnósticos e intervenções de enfermagem para pacientes portadores de insuficiência cardíaca congestiva utilizando a CIPE®. Rev Esc Enferm USP. 2013. 47(2): 385-92. 3. Garcia TR. Classificação Internacional Para a Prática de Enfermagem- CIPE(R): aplicação à realidade brasileira. Porto Alegre: Artmed, 2015. 4. Françolin L, Brito MFP, Gabriel CS, Monteiro TM, Bernardes A. A qualidade dos registros de enfermagem em prontuários de pacientes hospitalizados. Rev. enferm. UERJ. 2012. 20(1): 79-83. 5. Horta WA. Processo de enfermagem. São Paulo: EPU, 1979.