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8964972 | DIFICULDADE NA FORMAÇÃO DE BACHAREL EM ENFERMAGEM PARA ATUAR NO ENSINO SUPERIOR | Autores: Karlla Marianne Soares |
Resumo: A ideia de desenvolver um estudo sobre a docência na Educação Superior nos
remete às preocupações vivenciadas pela educação e de como podemos trabalhar
com o conhecimento, desde as suas formas de organização, seus modos de ensino
e aprendizagem dentre outros fatores que explicitam a complexidade de atuar
como docente no contexto social atual. O mundo na atualidade está se
delineando pelos avanços das tecnologias e da ciência que influenciam
diretamente em mudanças nos meios de comunicação, informação e no acesso ao
conhecimento. Tais transformações têm influenciado vários segmentos sociais,
provocando mudanças em contextos diferenciados e consequentemente na educação,
no ensino, na produção científica e tecnológica. Pensando nessas
transformações e nas exigências dessa configuração social, surge no âmbito das
instituições de Ensino Superior à preocupação com a formação profissional, e
consequentemente com a atuação de seus docentes. Este estudo teve como foco
principal discutir sobre a formação de docentes bacharéis que atuam no Ensino
Superior, considerando o contexto social em que ela se configura atualmente,
assim como apresentar os desafios existentes para a atuação de professores
nesse campo de ensino. Entende-se que o docente da Educação Superior assume
grandes responsabilidades na educação e formação profissional de seus alunos,
afim de que eles possam estar preparados para enfrentar os desafios do mundo
moderno. Para isso, espera-se que esse profissional tenha clareza de que seu
conhecimento deve estar em constante resignificação, desenvolvendo uma postura
de professor transformador que reflete sobre sua prática, questionando,
pensando, criticando, buscando soluções, refazendo conceitos. Além de aprender
a ensinar, os docentes aprendem conhecimentos, normas, valores e condutas
pedagógicas da cultura docente e acadêmica. O entusiasmo com a profissão pode
levar o docente a desenvolver novas formas de ensinar e estratégias didáticas,
a comprometer-se com o próprio aprendizado, consideram a pesquisa sobre o
ensino e aprendizagem essencial para a formação e prática, respeitam seus
alunos, reagem e adaptam-se rapidamente às mudanças que surgirem. Trata-se de
uma pesquisa bibliográfica, em que foram analisadas a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional, a Resolução CNE/CES Nº 03 de 7/11/2001 e através
de periódicos científicos encontrados nas bases de dados SciELO e LILACS. A
análise ancorou-se no referencial bibliográfico que proporcionou o estudo do
tema na sua dinamicidade, contradições e totalidade de sua inserção nas
políticas públicas. O que podemos então perceber é que as Universidades e os
Institutos Federais de Educação têm priorizado o domínio dos conhecimentos da
área de formação dos bacharéis docentes bem como sua experiência profissional
na área, proporcionando que, para tornar-se professor seja suficiente ter
formação inicial, ser um bom profissional e ter uma sólida experiência na sua
área de atuação. Nesse sentido, os conhecimentos específicos da docência que
são de igual importância para a atuação como professores profissionalmente são
menos considerados, ficando em segundo plano como citamos anteriormente,
colocando apenas sob a responsabilidade do tempo e do exercício da profissão o
possível aprendizado da mesma, como se isso fosse possível exclusivamente por
meio da prática. Os resultados evidenciaram que os professores bacharéis, em
virtude da ausência de formação pedagógica, priorizam inicialmente o aspecto
conteúdista da disciplina por eles ministrada, tornando o ensino
predominantemente transmissivo. Porém, com o decorrer da trajetória
profissional, conseguem se apropriar de algumas estratégias didáticas que
favorecem sua prática de ensino. Vale ressaltar também que o professor
iniciante apresenta sentimentos de estresse, angústia, dúvida e receio. Pois
de um lado deduz que, por ter sido aluno por vários anos e assistido a aulas
de tantos professores, seria capaz de imitá-los, de outro ele sabe que não
dispõe de experiência docente que lhe permita atuar com confiança e
desenvoltura. No início da carreira de docente ele também se senti sozinho no
novo ambiente de trabalho, sem saber onde buscar apoio e diálogo que o ajude a
enfrentar os questionamentos e desafios próprios da profissão, ficando claro
que o bacharel iniciante precisa de apoio dos docentes com mais experiência na
área afim para compartilhar conhecimentos e vivências. Só recentemente pudemos
perceber que os professores universitários começaram a se conscientizar de que
seu papel no Ensino Superior, como o exercício de qualquer profissão, exige
capacitação própria e específica que não se restringe a ter um diploma de
bacharel, ou mesmo de mestre ou doutor, ou ainda apenas o exercício da
profissão. Exige isso tudo, e competência pedagógica, pois ele é um educador.
É fundamental que as instituições de ensino ofereçam projetos de formação
pedagógica continuada, no qual o professor seja o sujeito ativo, descobrindo a
si mesmo como profissional, que organiza suas idéias, fundamenta, investiga e
reconstrói sua prática e teoria, numa perspectiva reflexiva, sem perder de
vista seus propósitos educacionais. Podemos concluir que aprender o oficio de
professor significa, compreender que para atuar adequadamente, não basta dar
aulas: é preciso desenvolver a profissionalidade docente, o que pressupõe
conhecimentos específicos do assunto pretendido. A sabedoria docente é
complexa e abrange muitas facetas e dimensões, a maioria encontra-se
relacionadas com o domínio do conteúdo, a organização curricular, a
competência pedagógica, o desenvolvimento da identidade docente, a reflexão, a
pesquisa e o planejamento da carreira docente. É notório que tornar-se
professor não é tarefa fácil, é necessário muito esforço e introspecção com
relação aos comportamentos adotados em sala. Entender que há uma série de
competências a serem desenvolvidas, é o primeiro passo para o sucesso em sala.
Não diferente de outras profissões, ser professor requer muito estudo, para
manter-se atualizado, e aprimoramento das competências pedagógicas para
aplicar esses conhecimentos em sala. Algumas Instituições de Ensino e
professores precisam adaptar-se as novas configurações para a formação da (o)
enfermeira (o), indicadas nas DCENF, que não se limitam, pois, a questões
técnicas, relativas a conteúdos de ensino, procedimentos didáticos e técnicas
pedagógicas – pedagogia tecnicista. Elas pautam-se na adoção de referencial
teórico-pedagógico que sustente uma aprendizagem significativa, transformadora
e adequada às demandas sociais e profissionais que se apresentam. O docente
deve se notar com um mediador que usa do seu conhecimento para plantar
sementes de mudança na vida dos seus alunos, para que neles floresçam o
espírito do saber e da formação de um profissional ético e responsável.
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