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8935014 | TOQUE TERAPÊUTICO NO TRATAMENTO DA ANSIEDADE: DESENVOLVENDO O PROCESSO DE ENFERMAGEM COM USO DAS TAXONOMIAS NANDA-I, NOC E NIC | Autores: Karen Biazzin ; André Luiz Thomaz de Souza ; Juliano de Souza Caliari |
Resumo: **Introdução**
Segundo um levantamento de dados realizado recentemente e divulgado em
fevereiro de 2017 pela Organização Mundial de Saúde (OMS), 264 milhões de
indivíduos no mundo sofrem com algum transtorno de ansiedade e, somente no
Brasil, já são mais de 18 milhões de pessoas vivendo esta situação (OMS,
2017). Nos últimos anos, muito têm sido o uso de terapias
alternativas/complementares para estimular os mecanismos naturais do corpo e
assim promover a recuperação da saúde, prevenção e tratamento de diversos
agravos, inclusive da ansiedade (Brasil, 2006). O crescimento dessas terapias
vem ganhando espaço entre a população porque elas trazem um cuidado mais
humanizado, escuta acolhedora, fortalecimento do vínculo, promoção do
autocuidado, tudo isso a fim de manter ou recuperar o bem-estar e proporcionar
melhor qualidade de vida (Sá, 2008; Brasil, 2006). No Brasil não é diferente.
Em 2006 o Ministério da Saúde implantou a Política Nacional de Práticas
Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde, estimulando o uso de
diferentes terapias com os usuários, garantindo o princípio da integralidade
através de uma atenção mais humanizada e permitindo ao setor público o acesso
que antes era exclusivo do setor privado (Brasil, 2006). O profissional
enfermeiro como sendo uma figura de total importância na prestação da
assistência à saúde da população, pois é ele quem passa o maior tempo ao lado
do paciente e conhece as necessidades diárias do mesmo, também passa a estudar
e a utilizar as terapias não-convencionais nos tratamentos. Umas dessas
terapias alternativas/complementares é o toque terapêutico, o qual foi
estudado pela primeira vez na década de 70 pela enfermeira Dolores Krieger nos
Estados Unidos. Krieger aprendeu com a clarividente Dora Kunz a perceber o
campo energético humano com o uso das mãos e também a repadronizar as áreas
perturbadas. Sendo assim, o toque terapêutico, segundo o método Krieger-Kunz,
consiste na imposição de mãos para harmonizar o campo energético humano
perturbado e dessa forma recuperar a saúde e o bem-estar (SÁ, 2008).
**Objetivo**
Desenvolver o processo de enfermagem no tratamento da ansiedade por meio do
toque terapêutico com o uso da taxonomias NANDA-I, NOC e NIC.
**Metodologia**
Estudo caso norteado pelas taxonomias NANDA-I, NOC e NIC para o tratamento da
Ansiedade por meio do toque terapêutico. A participante deste estudo foi uma
acadêmica do curso de bacharelado em enfermagem matriculada em uma instituição
de ensino superior particular localizada em um município do Vale do Ribeira. O
estudo foi norteado pelas etapas do processo de enfermagem: I - Coleta de
dados de enfermagem; II - Diagnóstico de enfermagem; Planejamento de
enfermagem; IV - Implementação; V - Avaliação de enfermagem. Durante esse
processo foram utilizados os seguintes instrumentos: Classificações dos
Diagnósticos, dos Resultados e das Intervenções de Enfermagem, respectivamente
NANDA-I, NOC e NIC. O diagnóstico de enfermagem de Ansiedade foi definido a
partir das características definidoras e dos fatores relacionados
identificados na etapa de coleta de dados. Para definição deste diagnóstico o
participante deveria apresentar ao menos uma característica definidora e um
fator relacionado conforme estabelecido na Classificação dos Diagnósticos de
Enfermagem NANDA para Ansiedade. Como tratamento para esse diagnóstico foram
realizadas quatro sessões de toque terapêutico com intervalo de 24 horas e
duração média de 20 minutos cada uma. Os dados foram analisados de forma
descritiva por meio das pontuações obtidas nos indicadores de avaliação
utilizados na Escala NOC para Nível de Ansiedade. Para tanto, foi considerado
a diferença entre a avaliação pré e pós intervenção realizada diariamente,
cujos resultados possíveis foram: positivo (pontuação aumenta), negativo
(pontuação diminui), sem mudanças (pontuação permanece a mesma). O estudo foi
realizado após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE:
74735714.4.0000.5440).
**Resultados **
**_Anamnese e Exame Físico: _**P.P.C., sexo feminino, 36 anos, branca, técnica de enfermagem, 68,6 kg, 1,7 m, IMC (Índice de Massa Corporal) 23,7 kg/m2, com história prévia de hipertensão arterial, insônia, tendinite em pata de ganso no MID (Membro Inferior Direito) e lesão em ligamento talofibular anterior no MID após acidente de queda em buraco. Faz uso de Losartana 50 mg (uma vez/dia), Hidroclorotíazida 25 mg (uma vez/dia) e Depo-provera (a cada três meses). Relata que vivencia uma jornada de trabalho bastante estressante e desgastante e diz sentir algia intensa na região da lesão no ligamento talofibular anterior. Apresenta as seguintes características: comportamento examinador, hipervigilância, produtividade diminuída, angústia, tristeza, pesarosa, aumento da transpiração, estremecimento, diarreia, fraqueza, palpitações cardíacas, formigamento das extremidades e esquecimento.
**_Diagnóstico de Enfermagem:_** As informações coletadas apontaram que a estudante possui várias características definidoras para o diagnóstico de enfermagem de Ansiedade relacionado à crise situacional nos relacionamentos pessoais. Com base nesse diagnóstico de enfermagem foram definidas as metas a serem alcançadas com o uso da Escala NOC.
**_Estabelecimento das Metas utilizando a NOC: _**Para avaliar a Ansiedade utilizou-se o resultado da Escala NOC Nível de Ansiedade e foram selecionados oito dos seus indicadores que melhor se equipararam com as características definidoras da participante: Torcer as mãos, Tensão muscular, Dificuldade de concentração, Pressão arterial aumentada, Sudorese, Fadiga e Produtividade diminuída.
**_Intervenção de Enfermagem utilizando a NIC:_** Para atingir as metas estabelecidas, foi planejado e implementado a intervenção com base na NIC: Toque Terapêutico. Assim, a Ansiedade foi tratada aplicando-se quatro sessões de toque terapêutico com intervalo de 24 horas entre as sessões, duração média de 20 minutos cada sessão, de modo a aumentar os escores de cada indicador.
**_Avaliação dos Resultados da Ansiedade: _**A avaliação dos resultados obtidos após as intervenções foi realizada aplicando-se novamente o resultado da Escala NOC Nível de Ansiedade com oito indicadores selecionados. Essa avaliação ocorreu todos os dias após o término de cada sessão de toque terapêutico.
**Conclusão**
Conclui-se através deste estudo de caso que o toque terapêutico é uma terapia
complementar que está indicada para ser utilizada no tratamento do distúrbio
da Ansiedade, pois é capaz de aliviar alguns dos sinais e sintomas da doença,
como diminuição da tensão muscular e rebaixamento dos valores da pressão
arterial. Além disso, o toque terapêutico é um meio não invasivo, de baixo-
custo e que pode ser aplicado por qualquer pessoa. Também observa-se que o uso
das taxonomias NANDA-I, NOC e NIC são de extrema importância para o
desenvolvimento do processo de enfermagem, pois a partir delas foi possível
trabalhar com uma linguagem homogênea e universal, o que dá mais fidedignidade
ao estudo. Entretanto, ressaltamos como limitações do estudo o uso de alguns
indicadores da Escala NOC Nível de Ansiedade, onde não foi possível, neste
estudo, que o pesquisador avaliasse-os diretamente através do seu olhar, e
sim, somente indagando à participante e anotando o relatado por ela.
**Contribuições para enfermagem**
Fortalecer o papel da enfermagem no cuidado integral e despertar para o uso e
importância da terapia complementar, toque terapêutico, na melhora da
qualidade de vida das pessoas.
Referências: 1. Costa AGS, Araujo TL, Cavalcante TF, Lopes MVO, Oliveira-Kumakura ARS, Costa FBC. Clinical validation of the nursing outcome falls prevention behavior in people with stroke. 2016. Applies Nursing Research, 33(2016): 67-71.
2. Moorhead S, Johnson M, Mass M, Swanson E. (Eds.). (2013). Nursing Outcomes Classification (NOC) (5th ed.). St. Louis, MO: Mosby.
3. GDB 2013 Mortality and Causes of Death Collaborators. Global, regional, and national age-sex specific all-cause and causespecific mortality for 240 causes of death, 1990–2013: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013. 2015. Lancet, 385(9963):117-171.
4. Oliveira ARS, Costa AGS, Sousa VEC, Moreira RP, Araujo TL, Lopes MVO, Galvão MTG Condutas para a prevenção de quedas de pacientes com acidente vascular encefálico. 2011. Rev. enferm. UERJ, 19(1):105-113.
5. COSTA, A. G. S.; ARAUJO, T. L.; OLIVEIRA, A. R. S.; MORAIS, H. C. C.; SILVA, V. M.; LOPES, M. V. O. Fatores de risco para quedas em idosos. 2013. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, 14:821-828. |