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Resumo: 8846433

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8846433

O RACIOCÍNIO CLINICO DO ENFERMEIRO NO PROCESSO DE ENFERMAGEM FRENTE AO PACIENTE CRÍTICO

Autores:
Bruna Morelli Bottega ; Jéssica de Fátima Gomes Pereira ; Maria Comparin Machado

Resumo:
O RACIOCÍNIO CLINICO DO ENFERMEIRO NO PROCESSO DE ENFERMAGEM FRENTE AO PACIENTE CRÍTICO **Introdução: **A Sistematização da Assistência (SAE) é uma atividade privativa do enfermeiro, que utiliza método e estratégias científicas para identificar situações de saúde que subsidiam a prescrição e implementação da assistência de enfermagem que contribuam para a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação do indivíduo, família e comunidade 1. A instituição da SAE nos serviços de saúde possibilita o profissional de enfermagem desenvolver o Processo de Enfermagem (PE) por meio do conhecimento técnico científico, conferindo autonomia, respaldo científico e satisfação profissional em suas ações2. O processo de enfermagem é regulamentado pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), através da resolução 358/2009 e deve ser aplicado onde cuidado de enfermagem é realizado, sendo função do enfermeiro a coordenação deste processo3. O Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC/UFPR) instituiu uma Comissão de Sistematização da Assistência de Enfermagem (COMISAE), que em 2012 implementou o Processo de Enfermagem na instituição, embasada em referencial teórico que norteou os cuidados de enfermagem. A COMISAE tem como objetivo planejar e desenvolver atividades para instrumentalizar os demais profissionais de enfermagem nos aspectos teórico-práticos para a execução do Processo de Enfermagem. Houve avanço na implementação da SAE, mas, ainda é necessário avançar evitando que os profissionais de saúde fundamentem sua prática na tradição e na crença, e se utilizem da prática baseada em evidências, na informação sólida baseada em achados de pesquisa e desenvolvimento científico. No processo de trabalho da enfermagem em unidades críticas, os enfermeiros assumem cuidados com os pacientes mais graves, além das atividades de organização e coordenação dos serviços, desenvolvendo, de forma compartilhada, as atividades assistenciais e gerenciais. Esses processos são considerados como as principais dimensões do trabalho do enfermeiro em seu dia a dia.  Considera-se que a assistência à saúde efetiva se caracteriza pela observação, levantamento de dados, planejamento das ações de cuidados e implementação, pela evolução e avaliação, utilizando-se do raciocínio clínico do enfermeiro4. Ressalta-se, ainda, a importância da interação entre pacientes e trabalhadores da enfermagem e dos outros profissionais da saúde. **Objetivos: **Relatar a prática profissional e o cumprimento da resolução 358/2009 do Cofen, com a implementação do Processo de Enfermagem, em um hospital público em Curitiba, com foco no raciocínio clínico do enfermeiro frente ao paciente crítico. **Método: **Relato de experiência da implantação do Processo de Enfermagem em um hospital público de grande porte em Curitiba com foco no raciocínio clínico do enfermeiro frente ao paciente crítico em Unidade de Urgência e Emergência Adulta. ** Experiência:** A Unidade de Urgência e Emergência Adulta (UUEA) é composta de quatro setores: uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto com 14 leitos equipados para atendimento de pacientes de alta complexidade e, de diferentes patologias clínicas, caracterizada como UTI Geral (UTI1); uma UTI cirúrgica adulto com oito leitos equipados para atendimento de pacientes cirúrgicos de alta complexidade e, de diferentes especialidades, caracterizada como UTI Cirúrgica (UTI2); um Centro de Terapia Semi Intensiva Adulto (CTSI) com 16 leitos equipados para atendimento de pacientes de média complexidade e, de diferentes patologias clínicas, caracterizada como CTSI (UTI3); uma Unidade Referenciada (UR) que corresponde a um Pronto Atendimento Adulto, com cinco leitos para emergência, sete leitos de internação e seis poltronas para atendimento rápido e um leito de isolamento. Na Unidade de Urgência e Emergência, é utilizado um modelo de checklist de avaliação céfalo-podálico, que proporciona ao enfermeiro o desenvolvimento do raciocínio clínico, instrumentalizando-o para o planejamento do cuidado e para a descrição da evolução do paciente no prontuário. A partir da anamnese e do exame físico, o enfermeiro tem as informações, e pistas para identificar os problemas de saúde do paciente e estabelecer os diagnósticos de enfermagem4. Nessa etapa utiliza-se o Sistema de Informação Hospitalar (SIH), de forma eletrônica e se estabelece diagnósticos de enfermagem a partir da Taxonomia II da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA-Internacional). Para o plano de cuidados, o sistema apresenta um conjunto de ações de enfermagem, fundamentado pelos diagnósticos de enfermagem, que auxiliam a progredir em direção ao resultado desejado. As prescrições de enfermagem são elaboradas a partir dos diagnósticos de enfermagem listados no SIH. Á partir da segunda avaliação, o registro de evolução clínica é realizado no modelo SOAP, que é um acrônimo utilizado para documentar o progresso de um paciente durante o tratamento, este é um dos muitos formatos possíveis utilizado por profissionais de saúde. O S-O-A-P padroniza os registros, facilita a comunicação entre os profissionais e fornece evidências do processo de cuidado com dados: S=Subjetivos, O=Objetivos, A=Avaliação e P=Plano terapêutico.  Apresentaram-se dificuldades inicialmente pela carência de enfermeiros, bem como por ser uma proposta nova. Isso foi superado com a contratação de novos profissionais e pelo esforço conjunto no cumprimento da legislação e foco no respaldo legal junto à profissão. **Resultados: **O sucesso nesse processo exigiu de todos os profissionais envolvidos o conhecimento científico, habilidades e atitudes pautadas no compromisso ético, na responsabilidade, e na apropriação do cuidado ao outro.  O desenvolvimento do raciocínio clínico do enfermeiro frente ao paciente crítico tem sido uma busca diária, esse é um caminho que traz melhoria na assistência prestada ao paciente. O enfermeiro deve assumir o papel de facilitador desse processo, estimulando a adesão e o envolvimento de todos os profissionais de enfermagem, uma vez que o processo de enfermagem é de toda a equipe que assiste pacientes em situações de risco e tratamentos complexos. **Conclusão: **É necessário a busca constante de conhecimento científico e de ferramentas que facilitem a instrumentalização da assistência, como o desenvolvimento do raciocínio clínico do enfermeiro no planejamento das ações de cuidados. Estratégias para auxiliar os enfermeiros a desenvolver ou aprimorar o raciocínio clínico, deve ser uma prioridade dos gestores de unidades de pacientes críticos. **Contribuição:** O enfermeiro, com base na experiência clínica de diversas patologias deve desenvolver o raciocínio clínico para melhor precisão diagnóstica, que resulte em intervenções eficazes e seguras, contribuindo para a segurança da assistência dos pacientes sob sua responsabilidade, e como resposta a sociedade a qualidade no atendimento. Não é um caminho fácil, e sim uma busca diária, mas plenamente possível de alcançar.


Referências:
1. Fracolli LA, Castro DFA. Competência do enfermeiro na Atenção Básica: em foco a humanização do processo de trabalho. Mundo da Saúde [Internet]. 2012 [acesso em 2018 Mar 19]; 36(3):427-32. Disponível em: https://www.saocamilo-sp.br/pdf/mundo_saude/95/4.pdf. 2. Ministério da Saúde (BR), Departamento de Atenção Básica, Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Atenção Básica [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2012 [acesso em 2018 Mar 19]. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/pnab.pdf. 3. Rehem TCMSB, Egry EY. Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária no Estado de São Paulo. Ciência & Saúde Coletiva [Internet]. 2011 [acesso em 2018 Mar 19]; 16(12):4755-66. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csc/v16n12/24.pdf. 4. Ministério da Educação (BR), Conselho Nacional de Educação, Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES nº 3, de 7 de novembro de 2001. Institui as Diretrizes Curriculares nacionais do curso de graduação em enfermagem [Internet]. Brasília: Ministério da Educação; 2001 [acesso em 2018 Mar 10]. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES03.pdf.