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8809515 | DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM EM PACIENTES ADULTOS ATENDIDOS EM UMA UNIDADE DE EMERGÊNCIA | Autores: Débora Vearick ; Maria da Graça Oliveira Crossetti ; Sidiclei Machado Carvalho ; Lucas Henrique de Rosso ; Patrícia da Silva Rosa |
Resumo: **Introdução: **As unidades de emergência exigem dos enfermeiros cuidados complexos que priorizem a estabilização das condições vitais dos pacientes1, redução da morbimortalidade e possíveis sequelas incapacitantes2. No entanto, a assistência prestada deve ocorrer de forma integral com otimização do cuidado prestado. Para isto, destaca-se o Processo de Enfermagem (PE) com suas etapas sistematizadas e interrelacionadas, as quais correspondem a coleta de dados de enfermagem (ou histórico de enfermagem), diagnóstico de enfermagem (DE), planejamento de enfermagem, implementação e avaliação de enfermagem e por ser uma atividade privativa do enfermeiro, sendo considerado um instrumento metodológico que direciona o cuidado e a documentação da prática profissional3. Devido a necessidade de atendimento imediato, por vezes, ocorrem falhas na realização das cinco etapas constituintes do PE, resultado na dificuldade de um cuidado holístico ao paciente. Neste sentido, aplicação das habilidades de pensamento crítico no processo diagnóstico juntamente com a utilização das linguagens padronizadas auxiliam os enfermeiros em suas condutas frente a elaboração do DE prioritário, planejamento dos resultados esperados e seleção de intervenções para seu alcance2. Entretanto, ainda encontram-se lacunas na literatura científica de pesquisas que tratem sobre o PE, principalmente, referentes aos DE em unidades de emergência1. Desta forma, acredita-se que a realização de estudos na área dos DE em emergência forneça subsídios para a implementação dos mesmos nestas respectivas unidades. **Objetivo:** Delinear o perfil de diagnósticos de enfermagem em pacientes adultos atendidos em uma unidade de emergência de um hospital privado de grande porte localizado em um município do Rio Grande do Sul. **Método: **Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, do tipo transversal, retrospectivo e documental realizado em uma unidade de emergência de um hospital privado de grande porte em um município do Rio Grande do Sul. Os dados foram coletados no Sistema Informatizado da Instituição, no período de janeiro a fevereiro de 2018. A amostra do estudo compreendeu a análise de 188 prontuários eletrônicos de pacientes adultos admitidos no mês de dezembro de 2017 no respectivo serviço. Para a coleta de dados utilizou-se um instrumento elaborado pelos pesquisadores, referente a condições sociodemográficas (idade em anos completos e sexo), morbidade motivo da internação, segundo a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas relacionados à Saúde (CID-10) e os DE elencados pelos enfermeiros a cada paciente. Os dados foram transferidos e tabulados no Programa _Microsoft Office Excel_ e após realizou-se uma análise estatística descritiva. Ressalta-se que os DE da instituição sede da pesquisa estão de acordo com a _North American Nursing Diagnosis Association Internatinal_ (NANDA-I)4. Este estudo seguiu os preceitos éticos da resolução 466/20125 do Conselho Nacional de Saúde e obteve a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de Educação e Pesquisa do Hospital Moinhos de Vento, sob o número 62947416600005330. **Resultados: **Verificou-se que dos 188 prontuários analisados, 52,7% (n=99) dos pacientes eram do sexo feminino e 47,3% (n=89) do sexo masculino, com idade entre 18 e 98 anos, média de 21,99 anos, sendo que 48,4% (n=91) tinham idade maior ou igual há 65 anos. Observou-se a presença de 93 (100%) morbidades motivo de internação, no entanto, as com maior prevalência foram 9,7% (n=9) pneumonia bacteriana, 8,6% (n=8) apendicite aguda, 7,5% (n=7) septicemia, 7,5% (n=7) infecção do trato urinário não especificado, 7,5% (n=7) broncopneumonia não especificada seguidas de 5,4% (n=5) colecistite, 5,4% (n=5) insuficiência renal crônica, 5,4% (n=5) calculose urinária e 5,4% (n=5) dor aguda. O tempo entre a admissão do paciente na emergência até a sua transferência para as unidades de internação ou bloco cirúrgico ou centro de tratamento intensivo, no mês de dezembro de 2017, foi de 12 horas e 05 minutos. Referente aos DE, o número identificado foi 30 (100%), sendo que 73,3% (n=22) eram com foco no problema e 26,7% (n=08) de risco. No que tange aos domínios, 26,7% (n=8) integravam o Domínio 4 - Atividade/repouso, 26,7% (n=08) o Domínio 11 – Segurança e proteção, 13,3% (n=04) Domínio 5 – Percepção/cognição, 13,3% (n=04) Domínio 12 – Conforto, 10% (n=03) Domínio 2 – Nutrição e 10% (n=03) Domínio 3 – Eliminação e troca. Os pacientes que compuseram a amostra do estudo (n=188) apresentaram um ou mais DE, neste sentido, prevaleceu com 79,8% (n=150) o DE risco de infecção, seguido de 58% (n=109) risco de quedas e 32,4% (n=61) dor aguda. Em menor prevalência, 3,7% (n=07) integridade da pele prejudicada; troca de gases prejudicadas, padrão respiratório ineficaz e mobilidade física prejudicada apresentou 3,2% (n=06) cada; 2,6% (n=05) risco de sangramentos; náusea, confusão crônica e risco de confusão aguda com 2,1% (n=04) cada; dor crônica e ventilação espontânea 1,6% (n=03) cada; nutrição desequilibrada: menor do que as necessidades corporais, hipertermina, diarréia, volume de líquidos deficientes, conforto prejudicado, volume de líquidos excessivos, risco de lesão, mobilidade no leito prejudicada e retenção urinária correspondeu a 1,1% (n=02) cada; e débito cardíaco diminuído, confusão aguda, comunicação verbal prejudicada, perfusão tissular periférica ineficaz, fadiga, risco de intolerância a atividade, risco de choque e risco de suicídio com 0,5% (n=01) cada. **Conclusão: **A presente pesquisa possibilitou delinear o perfil de pacientes atendidos na instituição, bem como as morbidades motivos e internação e os DE estabelecidos pelos enfermeiros frente a esta população. Acredita-se que por meio deste trabalho possam ser realizadas capacitações com os profissionais a fim de fortalecer as habilidades de pensamento crítico no processo diagnóstico para a elaboração dos DE prioritários, promover a utilização das linguagens padronizadas e a implementação das etapas do PE de forma sistematizada minimizando falhas durante o atendimento imediato a estes pacientes, desta forma, visando a integralidade do cuidado. Verifica-se a necessidade da continuidade da realização de pesquisas referente aos DE em unidades de emergência com o objetivo de melhorar a implementação dos mesmos nestes locais, resultando no aperfeiçoamento de intervenções que visem um cuidado holístico e humanizados. **Contribuições/Implicações para a Enfermagem:** Conhecer o perfil de DE de pacientes atendidos em unidades de emergência, possibilita promover ações específicas a estes indivíduos, melhorando intervenções na busca de resultados positivos, promovendo o cuidado em sua integralidade. Além disso, favorece o desenvolvimento das linguagens padronizadas próprias da enfermagem e estratégias para minimizar as falhas durante a realização das etapas do PE visando a realização do mesmo na sua íntegra.
Referências: BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, DICEI. 2013. 562 p.
CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Resolução CNE/CEB de 6 de setembro de 2012. Define Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação. Profissional Técnica de Nível Médio.
Resolução Nº 171/2013-CONSEPE, de 5/11/2013. Ministério da Educação. UFRN. Aprova o Regulamento dos Cursos Regulares de Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. Reitoria, em Natal, 05 de novembro de 2013. |