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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 8762730

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8762730

IMPLANTAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM EM UMA MATERNIDADE: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores:
Odelle Mourão Alves ; Franciele Marabotti Costa Leite ; Cândida Caniçali Primo ; Fabíola Zanetti Resende

Resumo:
**Introdução: **A Resolução 358/2009 do Conselho Federal de Enfermagem descreve que o Processo de Enfermagem deve ser realizado de modo sistemático e deliberativo em todos os ambientes em que ocorre o cuidado de enfermagem. Além disso, deve estar baseado num suporte teórico que oriente sua execução e ser embasada em uma taxonomia própria da profissão. Para promover esta assistência, o Processo de Enfermagem se organiza em cinco etapas inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes, sendo: Histórico de Enfermagem (Coleta de Dados e Exame Físico); Diagnóstico de Enfermagem pautado nos problemas identificados na fase anterior; Planejamento de Enfermagem; Implementação de Enfermagem; Avaliação de Enfermagem(1). O Processo de Enfermagem surge como uma possibilidade de consolidar o cuidado clínico com o raciocínio científico do enfermeiro, sendo um método eficaz que contribui para a visibilidade e valorização do enfermeiro e da equipe de enfermagem, bem como dos registros, melhorando a qualidade e a continuidade da assistência prestada, além de conferir efetividade e eficiência aos serviços de saúde(1-2). Apesar das vantagens do Processo de Enfermagem, os enfermeiros possuem dificuldade para a sua efetivação, tais como: déficits de recursos materiais e humanos, déficit de conhecimento dos passos envolvidos no processo, excesso de tarefas da equipe de enfermagem, má formação profissional e insuficiência no conhecimento sobre o exame físico(2-4). Para tanto, estratégias podem ser utilizadas para facilitar o desenvolvimento do processo de enfermagem. **Objetivo:** Descrever o processo de implantação do processo de enfermagem e as dificuldades vivenciadas pelos enfermeiros na maternidade de um Hospital Universitário. **Metodologia:** Trata-se de uma pesquisa descritiva, retrospectiva com abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência realizada em uma maternidade referência para gestação de alto risco do município de Vitória, Espírito Santo, no período de fevereiro de 2016 a dezembro de 2016. O relato foi baseado na experiência de uma enfermeira assistencial da unidade que participou da implantação do processo de enfermagem. **Resultado:** A implantação, de forma sistemática do processo de enfermagem partiu da solicitação da gerência da instituição a fim de implantar um cuidado sistematizado e seguro ao paciente e atender a legislação. Para isto foi criado uma comissão para formulação dos instrumentos a serem utilizados na implantação do Processo de Enfermagem, composto por enfermeiros representantes de cada unidade para que fossem discutidas suas particularidades e confeccionado os instrumentos. Ficou definido pela comissão que o referencial teórico seria das Necessidade Humanas Básicas de Horta e a taxonomia seria NANDA-I. A partir disso, reuniram-se os enfermeiros da Unidade Materno-Infantil para definir o formato do instrumento enfermagem. Tal instrumento foi composto pelo histórico de enfermagem e avaliação diária de enfermagem para coleta de dados contendo exames físicos baseados nas Necessidades Humanas Básicas. Assim relacionou os indicadores empíricos contidos em cada necessidade com os diagnósticos de enfermagem mais relevantes que atendesse as particularidades gineco-obstétricas da unidade. Após a confecção dos instrumentos foi realizado um treinamento para os profissionais de enfermagem para a implantação dos mesmos e, em seguida procedeu o período de teste piloto do instrumento. Durante o teste piloto foram realizadas algumas modificações no instrumento para melhorar os instrumentos do processo de enfermagem. Os principais desafios encontrados pelos enfermeiros da maternidade foram a sobrecarga de trabalho ocasionada pelas constantes superlotações de pacientes com perfis de alto risco, alta rotatividade de enfermeiros, escala desfalcada necessitando de cobertura de mais de um setor, instrumento extenso demandando muito tempo para a realização dos mesmos e insegurança na realização do exame físico gineco-obstétrico relacionando-os aos diagnósticos de enfermagem. Após a reformulação dos instrumentos contento histórico de enfermagem e relacionando os diagnósticos de enfermagem facilitou o raciocínio diagnóstico do enfermeiro e o registro do processo de enfermagem. No entanto, ainda se observa a necessidade de aprimoramento continuo do instrumento, bem como de educação permanente dos enfermeiros, uma vez que o instrumento, não dispensa o olhar crítico sobre o contexto em que o enfermeiro está inserido. **Conclusão:** O desenvolvimento do PE está diretamente relacionado com a capacidade de pensamento crítico do enfermeiro, com sua habilidade de raciocínio clínico e pensamento crítico para embasar a avaliação clínica, identificar os problemas e planejar a assistência a fim de solucionar ou minimizar as dificuldades que podem estar envolvidos, respeitando a individualidade de cada cliente atendido. **Contribuição para a Enfermagem: **O processo de Enfermagem é um instrumento facilitador e importante para a organização, o fortalecimento, o desenvolvimento, o reconhecimento e a visibilidade da profissão como ciência. A elaboração de um instrumento com a participação dos enfermeiros envolve e sensibiliza para que estes assumam a responsabilidade de fazer cumprir a legislação vigente e produzir uma assistência de qualidade, no entanto é necessário lutar pelas condições estruturais para que o processo de enfermagem seja realizado na prática, bem como, a reformulação do instrumento e capacitação dos profissionais junto à comissão responsável para tornar viável sua aplicação.


Referências:
1-Ministério da Saúde (BR). Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Brasília: Ministério da Saúde; 2001. Disponível em: http://sites.uepb.edu.br/circularsaude/files/2014/06/Pol%C3%ADtica-de-Prote%C3%A7%C3%A3o-%C3%A0-Portadores-de-Transtornos-Mentais.pdf. 2-Ministério da Educação (Brasil). Resolução CNE/CES nº. 3, de 7/11/2001. Institui Diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em enfermagem. Diário Oficial da união 09 nov 2001; Seção 1. 3-Fernandes JD, Rebouças LC. Uma década de Diretrizes Curriculares Nacionais para a Graduação em Enfermagem: avanços e desafios. Rev. bras. enferm. [Internet]. 2013 Sep [cited 2017 Oct 06]; 66(spe): 95-101. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672013000700013&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-71672013000700013. 4- Ministério da Saúde (BR). Política Nacional de Saúde Mental. [citado 2017 out 06]. Disponível em: http://portal. saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?i dtxt=24134. 5-Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº. 3088, de 23 de dezembro de 2011. Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde. [Internet]. 2011[cited 2017 Dec 12]; Available from: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10216.htm.