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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 8741970

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8741970

DEFINIÇÕES OPERACIONAIS DOS DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM PARA AS CRIANÇAS HOSPITALIZADAS

Autores:
Ana Márcia Nóbrega Dantas ; Kenya de Lima Silva

Resumo:
**Introdução: **A determinação do foco de cuidado na Pediatria requer do enfermeiro conhecimento teórico-filosófico, raciocínio crítico, clínico e individualizado que direcionem a definição do diagnóstico de enfermagem. Para auxiliar nesse processo, torna-se pertinente a construção das definições operacionais. **Objetivo: **Elaborar definições operacionais dos diagnósticos de enfermagem da Nomenclatura de diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem de um hospital-escola, aplicáveis as crianças de 0 a 5 anos hospitalizadas. **Descrição metodológica: **Trata-se de um estudo documental, com as seguintes fases para a elaboração de definição operacional de diagnósticos de enfermagem presente na Nomenclatura: desenvolvido a definição preliminar, revisão da literatura, mapeamento do significado do conceito e construção da definição operacional. A fase de definição preliminar incluiu ideias-chaves e sinônimos. As fontes da definição podem ser a observação, a experiência clínica e/ou a literatura. A etapa de revisão da literatura incluiu consulta a livros-texto, dicionários e artigos da área da Enfermagem Pediátrica e da Saúde. Para mapear o significado do conceito, foram listadas todas as características consideradas como relevantes, ou seja, os atributos críticos do conceito. E, por último, realizado o processo de construção da definição operacional, por meio do mapeamento conceitual. Para ajudar na construção das definições operacionais, também foram listadas: todas as definições do conceito; os sinônimos e suas definições, que são usados para diferenciar conceitos e identificar diferenças de significados; e os exemplos do conceito identificado na literatura. **Resultado:** Foram elaboradas as definições operacionais dos 126 diagnósticos, na qual, foram submetidos a um grupo de especialistas para que avaliassem a presença dos diagnósticos na prática clínica com crianças de zero a cinco anos de idade. Dentre as definições operacionais, destacam-se: **Coriza** - Inflamação da mucosa nasal, com secreções hialinas abundantes expelidas pelas narinas, que dificultam o padrão respiratório devido à obstrução e à congestão nasal, que causam desconforto na respiração; agitação, irritabilidade, indisposição, espirros, baixa concentração, sensação de noite mal dormida e sonolência diurna; **Dispneia** (especificar o grau) - Insuficiência de oxigênio no sangue circulante, com aumento da frequência respiratória, utilização da musculatura acessória para respirar; dificuldade de se locomover e de se alimentar, sensação de opressão torácica, cansaço, agitação, noite mal dormida, ansiedade, batimento das asas do nariz, dificuldade de sugar o seio e de realizar atividades normais, episódios de vômito ao se alimentar, dificuldade de pronunciar palavras e presença de sibilos; **Tosse produtiva** - Mecanismo de proteção das vias aéreas contra agentes e substâncias nocivas inaladas, com expulsão do ar dos pulmões para vias aéreas; pode ser aguda ou crônica e vir acompanhada de produções de secreções, que alteram o padrão respiratório, presença roncos, dificuldade de expectorar, episódios de vômito e irritabilidade; **Troca de gases prejudicada** - Troca alveolar de oxigênio e dióxido de carbono prejudicada, como resultado da alteração na simetria do esforço respiratório; frequência respiratória alterada, batimento das asas do nariz, gases sanguíneos arteriais anormais, cianose, diaforese, sonolência, cor da pele anormal e agitação; **Risco de desidratação** - Vulnerabilidade do desequilíbrio de líquido evidenciado quando a eliminação total de líquidos excede a ingesta total, decorrente da pouca ingestão de líquidos, vômito e diarreia; **Amamentação interrompida** - Quebra da continuidade do oferecimento de leite a um lactente até seis meses, que compromete seu estado nutricional por causa da amamentação não exclusiva, cuja interrupção pode ser devido a doenças da mãe ou do lactente, contraindicações à amamentação, emprego materno, hospitalização da criança, necessidade de desmamar abruptamente o lactente, prematuridade, separação mãe-lactente, dificuldade do lactente de se adaptar;  **Obesidade** - Condição em que o indivíduo acumula gordura anormal com mais de 20 % acima do peso ideal, de modo que o peso da curva de crescimento esteja com o = percentil 97 e = percentil 99,9, excedendo o sobrepeso, associado a excesso ou ingestão contínua de nutrientes, ganho de peso, aumento do apetite, hábitos alimentares inadequados, lactentes alimentados por fórmula ou alimentação mista, obesidade paterna ou materna, histórico de sobrepeso, tempo de sono reduzido e tabagismo materno; **Dificuldade de adormecer** - Período prolongado de tempo sem sono, com alteração em seu padrão, devido a fatores como agitação, inquietação, irritabilidade, mal-estar, sensibilidade à dor aumentada, terror noturno, medo, ambiente desfavorável, rotinas inadequadas para adormecer, fome, tosse e cólicas abdominais.**Deambulação prejudicada** – Mover de maneira descoordenada o corpo de um lugar para o outro,com o movimento das pernas, acompanhada ou não de dor, dificuldade de andar em declive ou aclive, sobre superfícies irregulares, de percorrer distâncias necessárias, o que pode causar medo de cair e prejudicar o equilíbrio; **Icterícia neonatal** - Fenômeno fisiológico transitório, que se manifesta depois de 24 horas de vida, ou patológico, como resultado da excessiva quantidade de bilirrubina acumulada no sangue; coloração amarelada da pele, da esclera,das unhas e das mucosas.Dos 126 diagnósticos de enfermagem e suas definições, 70 foram considerados aplicáveis as crianças com idade de zero a cinco anos. Alguns diagnósticos, como ‘Dor epigástrica’, ‘Dor aguda’, ‘Dor crônica’, ‘Falta de conhecimento sobre a doença e o tratamento’ e ‘Atividades de recreação deficientes’ não foram validados pelo fato de estarem incluídos em outros diagnósticos, como: ‘Dor (especificar a intensidade e a localização)’, ‘Falta de conhecimento(especificar)’ e ‘Atividades de recreação interrompidas’, respectivamente. Os diagnósticos ‘Volume de líquidos aumentado’, ‘Volume de líquidos diminuído’ e ‘Marcha descoordenada’ não foram validados por serem semelhantes aos diagnósticos ‘Edema’, ‘Desidratação’ e ‘Deambulação prejudicada’, respectivamente, e por não terem uma definição tão característica para as crianças na faixa etária do estudo. Outro motivo pelo qual os diagnósticos não foram validados: diagnósticos aplicados às crianças com mais de cinco anos, por exemplo, ‘Disúria’ e ‘Depressão’. Os 70 conceitos de diagnósticos aplicáveis as crianças foram mapeados com os conceitos pré-combinados de diagnósticos da CIPE®, o que resultou em 35 (50,0%) considerados constantes, e 35 (50,0%) não constantes nessa classificação. Os não constantes foram classificados de acordo com a similaridade e a abrangência em relação aos termos da CIPE® versão 2017. Como resultado, cinco conceitos de diagnósticos – ‘Ansiedade da hospitalização’, ‘Ferida infectada’, ‘Ferida limpa’, ‘Sistema imunológico prejudicado’ e ‘Ventilação espontânea prejudicada’ – foram julgados como mais abrangentes, e os outros 30 conceitos foram considerados sem concordância. Vale ressaltar que, dos 30 conceitos não constantes, sete são termos do eixo foco da CIPE® Versão 2017: ‘Cólica’, ‘Desnutrição’, ‘Edema’, ‘Expectoração insuficiente’, ‘Obesidade’, ‘Pele seca’ e ‘Prurido’; e três são características específicas de outros termos: ‘Emagrecimento’, ‘Prurido’ e ‘Risco de choque’. **Conclusão: **A operacionalização dos diagnósticos de enfermagem é um fator importante para aplicabilidade na prática clínica, conduzindo com mais precisão a visualização da necessidade da criança. **Contribuições para Enfermagem: **O estudo revela significância para a prática de Enfermagem, proporcionando melhor compreensão dos diagnósticos como forma de clarificar seu significado e sua identificação, por meio dos indicadores empíricos e do raciocínio clínico na prática de enfermagem. Além do mais, colabora na documentação da prática profissional.


Referências:
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