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8672599 | TECNOLOGIAS PARA APLICAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM: UMA REVISÃO INTEGRATIVA | Autores: Paula Cristina de Andrade Pires Olympio ; Renata Vicente da Penha ; Karla de Melo Batista ; Eugênia Aparecida Portes ; Ana Kelly dos Santos Freitas |
Resumo: **Introdução:** A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), no Brasil, é o método regulamentado que organiza o trabalho da enfermagem tornando possível a operacionalização do Processo de Enfermagem (PE). Este é entendido como um instrumento intelectual que direciona o raciocínio clínico e a tomada de decisão diagnóstica, resultados e intervenções. O PE permite o registro de informações de maneira sistematizada, onde o paciente e aqueles que o cercam possam ter suas necessidades conhecidas e satisfeitas, pois, articula a teoria, a prática, qualifica a assistência e promove ação crítica e participativa, além de assegurar a continuidade da assistência e segurança do paciente1. **Objetivo: **Este estudo objetivou identificar quais tecnologias são auxiliares para o desenvolvimento do processo de enfermagem para a assistência ao cliente.** Descrição metodológica:** Realizou-se revisão integrativa de literatura, no mês de janeiro de 2018, junto às bases de dados: LILACS, MEDLINE e BDENF, utilizando os descritores: “Tecnologia”; “Processo de enfermagem”; “Enfermagem”, com recorte temporal de 2008 a 2017. Foram encontrados 259 artigos. Desses, 61 foram perdas por estarem repetidos, 104 foram excluídos por não versarem sobre o tema, 25 eram de revisão integrativa e 08 não estavam disponíveis de forma livre na íntegra, sendo a amostra totalizada em 61 artigos. **Resultados:** (Categoria 1 – Tecnologia enquanto ferramenta para o ensino do PE) – O senso comum prevalece quanto à proposta tecnológica inserida no ensino tornar estudantes e profissionais mais motivados com o conteúdo pela autonomia do aprendizado e por sua utilidade enquanto uma ferramenta auxiliar para a tomada de decisões, sendo considerado um instrumento que agrega positivamente na prática profissional à curto e longo prazo. Deste modo, verifica-se também que a atração por recursos tecnológicos tem sido cada vez mais adotados como métodos facilitadores do ensino do processo de enfermagem. Possivelmente, pela capacidade de conexão de conteúdos cada vez mais enriquecedores de saber e consequentemente possibilitando um ensino ativo e participativo na construção de um raciocínio cada vez mais assertivo2. (Categoria 2 – Tecnologia enquanto ferramenta para a prática profissional) - Existe um consenso de que através da tecnologia, há maior facilidade para a inserção de melhorias que subsidiem a prática profissional por apoiar na decisão clínica e por fornecer conteúdos completos que podem a qualquer momento ser atualizados. A ferramenta tecnológica também é capaz de subsidiar uma assistência individual e humanizada por ser capaz de auxiliar no vínculo enfermeiro-usuário além da potencialização do saber. As tecnologias são criadas como forma de colaborar com a prática profissional na aplicação do processo de enfermagem. Os artigos analisados apresentam o uso da informática através da criação de softwares e de novos protocolos para a aplicação do PE. Desta maneira, podemos afirmar que a aplicabilidade do processo de enfermagem sob o uso de novas tecnologias subsidiam a organização e o desenvolvimento do raciocínio crítico dos enfermeiros no processo de cuidar por meio de associações sistematizadas e mais assertivas quanto às avaliações clínicas, o diagnóstico de enfermagem, as intervenções e os resultados esperados3. (Categoria 3 – Tecnologia enquanto instrumento para o cuidador e auto cuidado do paciente) - O propósito de criação de novas tecnologias nesta área é reduzir a lacuna existente entre o profissional, as necessidades práticas dos pacientes e familiares cuidadores, na ampliação de soluções de comunicação e informação de fácil acesso. Desta maneira, o objetivo de dispor de tecnologias educacionais aos familiares cuidadores e pacientes se compõe de uma boa tática educativa para reverberar no resultado final sobre o (auto) cuidado ao paciente que se torna ator do seu próprio processo e condiciona seus familiares ao mesmo papel4. As tecnologias criadas para o favorecimento do aprendizado do cuidador e/ou do paciente possui proposta mais diversificada em busca do lúdico a fim de atrair e transmitir a mensagem de maneira não técnica por meio de jogos, cartilhas, cordel, contação de histórias e vídeos e proporcionar a melhoria do cuidado sendo capaz de disponibilizar a informação fiável adaptada às necessidades do familiar cuidador e do paciente sendo uma ferramenta facilitadora e por ter o poder de aumentar a qualidade de vida. Trata-se então de um recurso pertinente para a educação em saúde, pois também favorece na troca de experiências, o processo de ensino-aprendizagem, ajuda as pessoas no enfrentamento, atenua o sofrimento, estimula o cuidado de si e propicia que o paciente seja protagonista do processo na construção de um cuidado “empoderador”. **Conclusão:** Este estudo revelou a existência de investimento profissional em novas tecnologias para a aplicação do processo de enfermagem visando melhorias para os diferentes grupos: acadêmicos, profissionais, pacientes e familiares cuidadores. Fica evidente que o propósito de gerar novas tecnologias e a sua implementação no âmbito da assistência, tem como objetivo final favorecer a segurança do paciente, reduzir falhas e otimizar sua aplicação além de existir uma crescente tendência com foco na melhoria do relacionamento do profissional com o paciente em seu contexto familiar. **C****ontribuições para a Enfermagem:** As novas tecnologias e sua implementação no âmbito da assistência podem favorecer a segurança do paciente, de modo a reduzir a ocorrência de erros e tem por objetivo proporcionar a facilitação da prática por uso de um instrumento além de viabilizar maior contato enfermeiro-paciente. Entretanto, os achados revelaram que essas tecnologias ainda são estudadas de forma a descrever a sua utilização, em vez de apresentarem o seu real impacto por meio de comprovações clínicas da eficácia de sua aplicação no desenvolvimento do processo de enfermagem. Deste modo, esta pesquisa possibilita sugerir que estudos futuros realizem a aplicação e experimentação das novas tecnologias criadas para mensurar os principais resultados e impactos gerados através das intervenções de enfermagem nas diferentes situações: ensino do PE, sua aplicação na prática profissional ou como um instrumento facilitador do autocuidado do paciente e para o aprendizado de familiares como forma de criar maiores evidências clínicas das criações disponíveis na prática. **Referências: **Adamy EK et al. Formação de enfermeiros sobre anamnese e exame físico. J Nurs Health. 2016 6(2):334-45. Duffy RM, et al. Experiences of using Prezi in psychiatry teaching. Acad Psychiatr, 2015 39:615-9. Dal Sasso, GTM et al. Processo de enfermagem informatizado: metodologia para associação da avaliação clínica, diagnósticos, intervenções e resultados. Rev Esc Enferm USP 2013 47(1):242-9. Garcia APRF et al. Processo de enfermagem na saúde mental: revisão integrativa da literatura. Rev Bras Enferm. 2017 70, 220-30.
Referências: 1. Menezes SRT, Priel MR, Pereira LL. Autonomia e vulnerabilidade do enfermeiro na prática da Sistematização da Assistência de Enfermagem. Rev. Esc. Enferm. USP. 2010; 45 (4): 953-8. 2. Silva EG, Oliveira VC, Neves GB, Guimarães TMR. O conhecimento do enfermeiro sobre a Sistematização da Assistência de Ennfermagem: da teoria à prática. Rev. Esc. Enfer USP. 2011; 45 (6): 1380-6. 3. Trentini M, Beltrame V. A pesquisa Convergente-Assistencial (PCA) levada ao real campo de ação da Enfermagem. Cogitare Enferm, 2006, mai/ago;11(2)156-60; 4. Romani JA, Mourão LC, Almeida ACV de. A Prática Pedagógica do enfermeiro na Emergência da Policlínica Regional da Engenhoca: barreiras, conquistas e desafios. Rev enferm UFPE on line., Recife, 11 (5): 1963-5, maio., 2017. Acesso em 26/10/2017. |