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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 8672236

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8672236

EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE NA TERCEIRA IDADE: DIALOGANDO SOBRE HÁBITOS ALIMENTARES SAUDÁVEIS

Autores:
Bárbara Mohr da Silveira ; Juliana Balbinot Reis Girondi ; Luciara Fabiane Sebold ; Emanuele Pozzebon Caurio ; Lúcia Nazareth Amante

Resumo:
**Introdução**: Trata-se de um relato de experiência desenvolvido a partir da realização de atividades de extensão voltadas para a alimentação saudável focada para a população idosa, as atividades foram desenvolvidas no Núcleo de Estudos da Terceira Idade - NETI/UFSC no ano de 2016. Sabe-se que a população idosa vem crescendo de forma acelerada nos últimos anos, atualmente o Brasil já possui um número elevado de idosos, número este que tende a se elevar ainda mais nos próximos anos. Com o envelhecimento da população devido ao aumento da expectativa de vida, surge a necessidade da qualificação dos serviços de saúde para o atendimento qualificado a esta população, nesta perspectiva, ressalta-se a importância da realização e do planejamento de políticas públicas atuais voltadas para os idosos, que tenham como objetivo principal o envelhecimento saudável1. O aumento da expectativa de vida vem acompanhado do aumento no número das doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, neste sentido, destaca-se a importância de uma alimentação adequada e saudável para o controle destas patologias e também para uma melhora na qualidade de vida dos idosos, portanto, ressalta-se a importância da realização de atividades educativas. Sendo assim, ter políticas e programas de saúde que incentivem as práticas nutricionais saudáveis e também a prática de atividade física, são essenciais objetivando a redução das doenças e um controle das doenças já pré-existentes. Neste sentido, para o controle das doenças crônicas e até uma possível diminuição da sua prevalência na terceira idade, destaca-se que o consumo de frutas, verduras e legumes, que devem fazer parte do dia a dia da população desde a infância, pois são ricos em vitaminas, minerais e fibras, o que levam a uma redução dos riscos do desenvolvimento de doenças, como as doenças crônicas, ocasionando no aumento da qualidade de vida2, 3. É através da educação popular em saúde que podemos atingir, em parte, o objetivo de uma alimentação adequada, em busca da prevenção de doenças e agravos. Ressalta-se que a prática da educação popular em saúde, principalmente com os idosos, promove uma reflexão e um diálogo acerca das práticas de saúde, estimulando uma interação com e entre eles, possibilitando uma participação mais ativa dos próprios na busca de melhores condições de saúde e qualidade de vida4. **Objetivo: **O objetivo deste relato é descrever a atividade realizada com idosos voltada para a alimentação saudável. **Metodologia: **Relato elaborado a partir de uma atividade de extensão desenvolvida no Núcleo de Estudos da Terceira Idade - NETI/UFSC no ano de 2016, voltadas ao diálogo sobre a importância da manutenção de uma alimentação saudável na terceira idade. Neste contexto, optou-se pela realização de uma atividade voltada ao lúdico com esta população, para tanto, foi realizada uma atividade intitulada “Caixa Misteriosa”, a qual continha espaços para colocar as mãos dos idosos a fim de que eles fossem capazes de alcançarem as frutas, e posteriormente, degustá-las, assim, um de cada vez, com os olhos vendados e com luvas descartáveis, colocaria a sua mão no interior da caixa, e apanharia um pedaço do alimento exposto, como certos tipos de frutas, como pera, melão, maçã, uva, manga e banana, e utilizando o olfato, paladar e tato, deveria dizer que alimento era aquele. Ressalta-se que esta atividade já havia sido desenvolvida com crianças durante os projetos de extensão chamados: “Desenvolvendo Hábitos Saudáveis junto aos alunos da rede básica de educação” e “Hábitos Saudáveis: Uma Forma de Minimizar a Obesidade entre as Crianças e as Adolescentes nas Escolas da Rede Básica de Educação”, os quais foram desenvolvidos nos anos de 2015, 2016 e 2017 respectivamente, contudo, por ser uma atividade que até o momento havia sido muito interessante com as crianças, optou-se por realizá-la também com idosos, a fim de observar como esta atividade seria com a participação desta população. Anteriormente, a dinâmica da caixa, houve um diálogo com os participantes acerca da alimentação que os mesmo mantinham em seu cotidiano e também sobre o seu conhecimento prévio sobre hábitos alimentares saudáveis. A partir do conhecimento demonstrado por eles, os próprios idosos presentes no dia iam trocando informações entre si, respondendo dúvidas uns dos outros e compartilhando curiosidades sobre o consumo de frutas e verduras. Sendo assim criado um  espaço prévio para troca de saberes sobre uma alimentação saudável. **Resultados: **Durante a realização da atividade de uma forma geral, pode-se observar o interesse dos participantes em trocarem informações entre si, onde os próprios idosos respondiam às dúvidas uns dos outros, durante a atividade surgiram diversos questionamentos sobre os tipos de vitaminas presentes em cada alimento específico, para que contribuem no organismo, qual a melhor forma de ser consumida, dentre outras. Diante disso, percebemos como estavam abertos para o conhecimento e a troca de saberes sendo assim ressalta-se a importância da promoção da Educação Popular em Saúde, o qual deve proporcionar a conexão entre os saberes populares, demonstrado pelos conhecimentos prévios dos idosos, e os científicos, manifestado pelos saberes dos mediadores da atividade, promovendo assim o resgate de saberes da população e potencializando a valorização da cultura popular4. Além disso, durante a parte da degustação dos alimentos foi possível perceber certa dificuldade na adivinhação dos alimentos através do olfato, tato e paladar, por diversas vezes, eles confundiam frutas que são normais em seu cotidiano, como por exemplo, maçã e pêra. Isto pode relacionar-se ao fato da existência comprovada cientificamente de alterações na sensibilidade gustativa nos idosos, o que consequentemente pode ter gerado uma maior dificuldade na identificação dos alimentos oferecidos a eles durante a realização da atividade5. **Conclusão: **Os idosos são uma parte da população que já vivenciaram diversas experiências durante sua vida, portanto, não devem ser tratadas como sendo pessoas sem nenhum tipo de informações e/ou conhecimento, neste sentido, ressalta-se a importância de considerar seus conhecimentos prévios em atividades a serem realizadas com os mesmos. Além disso, devido aos crescentes números da prevalência de doenças crônicas no Brasil, muitas delas em pessoas idosas, é importante que os hábitos alimentares saudáveis, assim como a prática de atividades físicas sejam perpetuados até a velhice. Nesta perspectiva, a prática dos hábitos saudáveis no cotidiano trazem diversos benefícios para a saúde, agindo na melhoria da qualidade de vida e promovendo um envelhecimento saudável. **Contribuições para a Enfermagem: C**omo profissionais da enfermagem não somos detentores de todo o saber, devemos sempre levar em consideração o saber prévio da população a qual estamos trabalhando podendo transformar em uma informação mais qualificada em base científica para a população, assim como reforçar e incentivar as práticas corretas. A terceira idade é uma população que vem aumentando e precisamos estar preparados para lidar cada vez mais no nosso dia a dia com esta faixa etária. O desenvolvimento das atividades com idosos faz-nos pensar em como devemos levar em consideração as mudanças do nosso corpo devido a idade, e o que esperar delas assim como pensar em como contornar as dificuldades encontradas.


Referências:
. Evangelista DL, Ivo OP. Contribuições do estágio supervisionado para a formação do profissional de enfermagem. Revista Enfermagem Contemporânea. 2014; 3(2): 123-130. 2. Tocantins: Universidade Federal do Tocantins; Sistema de Bibliotecas. Projeto Pedagógico, Curso de Enfermagem. n. 20/2009. Palmas: Ed. UFT, 2009. 3. Brasil. Ministério da Educação. Parecer homologado n. 33/2007, de 01 de fevereiro de 2007. Consulta sobre a carga horária do curso de graduação em Enfermagem e sobre a inclusão do percentual destinado ao Estágio Supervisionado na mesma carga horária. Disponível em: . Acesso em: 15 abr. 2017. 4. Menezes SRT, Priel MR, Pereira LL. Autonomia e vulnerabilidade do enfermeiro na prática da Sistematização da Assistência de Enfermagem. Rev. Esc. Enferm. USP. 2010; 45 (4): 953-8. 5. Silva EG, Oliveira VC, Neves GB, Guimarães TMR. O conhecimento do enfermeiro sobre a Sistematização da Assistência de Ennfermagem: da teoria à prática. Rev. Esc. Enfer USP. 2011; 45 (6): 1380-6.