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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 8651629

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8651629

EXTENSÃO COMUNITÁRIA COMO ESTRATÉGIA DE INTEGRAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

Autores:
Sélton Diniz dos Santos ; Cristiane Reis ; Maria Gabriela Santos de Souza ; Edilene Oliveira dos Santos ; Flavia Pimentel

Resumo:
**INTRODUÇÃO: **De acordo com o Sistema Único de Saúde (SUS), a atenção à saúde está organizada em três níveis: atenção primária, média complexidade e alta complexidade. A atenção básica, ou primária, constitui o primeiro nível de atenção à saúde, e esta deve promover ações de saúde, bem como realizar tratamentos e reabilitação. (1) De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN´s) das universidades, promovidas pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), é necessário que discentes dos cursos de graduação em saúde estejam inseridos no sistema de saúde público vigente. Paralelo a isso, segundo a Constituição Brasileira de 1988, no seu artigo 207 diz que “as universidades [...] obedecerão ao princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”. Equiparadas, essas funções básicas merecem igualdade em tratamento por parte das instituições de ensino superior, que, do contrário, violarão o preceito legal.(2) Com isso, a inserção de discentes de Enfermagem em unidades de Saúde da Família consolida o conhecimento, uma vez que este pode prestar cuidados no âmbito da educação em saúde, além de desenvolver habilidades, que aproximam o discente da comunidade e das relações sociais. Vivenciar aspectos diversificados de aprendizagem na atenção básica, não se limita apenas ao conhecimento prático de procedimentos, mas baseia-se também no relacionamento com os usuários inseridos em uma realidade própria, com necessidades e condições diferenciadas. A extensão universitária propicia essa transformação no processo ensino-aprendizagem, pois constrói caminhos na consolidação para o conhecimento. (3) Em uma Universidade privada de Salvador - Bahia, os cursos de saúde possuem em sua matriz curricular um componente chamado de Programa de Integração Saúde Comunidade (PISCO). Este é desenvolvido em unidades de saúde e em comunidades conveniadas/parceiras, com objetivos propostos pelos planos de ensino e detalhamento constante no Projeto Pedagógico de cada curso. (4) **OBJETIVO: **Descrever a metodologia docente no acompanhamento de alunos do 5º semestre de enfermagem durante o PISCO em uma unidade de saúde da cidade de Salvador - Bahia. **MÉTODO: **O trabalho consiste em um relato de experiência sobre o acompanhamento de alunos que aconteceu no período de fevereiro à junho de 2017. As turmas são compostas por 10 alunos. Os encontros aconteciam semanalmente em dia pré-estabelecido na matriz curricular com duração de 3 horas. Inicialmente fez-se um levantamento das possíveis demandas da unidade, relativas às ações de educação em saúde, visitas domiciliares e atendimentos à comunidade. Posteriormente dividiu-se os alunos em duplas/trios para as atividades disponíveis no dia. Para atividades extramuros, em especial às educativas desenvolvidas nas escolas, vinculadas ao Programa de Saúde na Escola (PSE), reunia-se todo grupo e subdiviu-se de acordo com a atividade proposta. **RESULTADOS: **O curso de Enfermagem em questão promove o conhecimento de diferentes áreas de atenção em saúde e bem-estar e o aprendizado em grupos interprofissionais, contribuindo para a formação integral do estudante. Permite a integração teórico-prática na promoção de saúde, prevenção de doenças e melhoria da qualidade de vida a partir da prática colaborativa em instituições e comunidades.(5) Atrelado a isso, temos a possibilidade de desenvolver ações da extensão comunitária nas unidades parceiras do PISCO sendo mais uma estratégia de articulação entre a Universidade e o sistema de saúde, que produz grande impacto na formação do graduando de Enfermagem. Assim, a extensão comunitária se estabelece como sendo de extrema importância, pois estimula mudanças na formação profissional, uma vez que aproxima ainda mais o aluno da assistência à saúde e possibilita também a troca de conhecimentos e experiências. Vivenciar a extensão demonstra a percepção e responsabilidade da Universidade, em integrar ensino, pesquisa e extensão. Cada grupo de 10 alunos fica acompanhado por um docente, e os estudantes participam de diversos encontros onde podem compreender melhor o planejamento e funcionamento da saúde na comunidade. O principal objetivo do PISCO é aproximar os estudantes da comunidade, realizando atividades como palestras, caminhadas, exposições, dentre outras. Através deste programa, nós professores direcionamos os alunos a compreenderem a extensão do trabalho coletivo a cada semestre. O grande desafio é mostrar a importância do trabalho integrado entre a saúde individual e coletiva, permitindo uma visão personalizada e ampliada sobre o bem-estar. A cada etapa/encontro organizamos diversas ações de prevenção e promoção de saúde para a população local de acordo com os condicionantes de saúde. O contato com as equipes inseridas na atenção básica, bem como os agentes comunitários e toda rede de assistência, leva a reflexão da importância da união desses profissionais para assegurar a integralidade da assistência a essa comunidade. Essa dinâmica de acompanhamento e parceria com os agentes permite que os discentes possam cuidar das pessoas mais de perto, e com maior relação de confiança, pois os as agentes comunitárias de saúde representam o elo que liga os profissionais e a comunidade. Cada estudante deve construir individualmente um portfólio, que corresponde a um instrumento de análise do processo de aprendizagem, referente às atividades exercidas nas unidades de saúde e na comunidade. Ele deve conter análises das atividades diárias, bem como toda documentação ou material produzido durante cada etapa encontro do PISCO. Ao final do semestre fazemos um encontro de todos os grupos, e eles podem socializar suas experiências. **CONCLUSÕES: Salientamos a relevância desta** disciplina para os estudantes e ao mesmo tempo é motivador para os docentes, pois traz discussões e orientações sobre diversos temas, organizando e melhorando os atendimentos à saúde prestados pela unidade e, acima de tudo, apoiando o desenvolvimento da comunidade.  Muitas vezes, esses usuários sofrem com a diminuição na quantidade de funcionários e de estrutura, mas com os cuidados prestados pelos estudantes, acredita-se que esses tenham oportunidade de um atendimento mais individualizado e de mais escuta/acolhimento. **CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÕES PARA ENFERMAGEM: **Através do acompanhamento da realização das atividades desenvolvidas na atenção básica, foi possível observar que os alunos conseguem agregar novos aprendizados e experiências práticas, aspecto que contribui para formação de profissionais diferenciados, especialmente no âmbito de promoção à saúde e qualidade de atendimento aos usuários.


Referências:
Referências 1 Universidade do Vale do Itajaí. Trabalho de Iniciação Cientifica (10º Período) - Plano de ensino do Curso de Graduação em Enfermagem, 2018/1. Itajaí/SC: Universidade do Vale do Itajaí. 2018. 2 Bastos F., Martins F., Alves M., Terra M., Lemos CS. A importância da iniciação científica para os alunos de graduação em biomedicina. Revista Eletrônica Novo Enfoque. 2010. 11(11), 61-66. 3 Universidade do Vale do Itajaí. Projeto Pedagógico do Curso de Graduação em Enfermagem/ Enfermeiro. Itajaí/SC. 2015. 4 Ministério da Saúde (Brasil). Resolução n° 466/12. Dispõe sobre pesquisa envolvendo seres humanos. Conselho Nacional de Saúde, 2012.